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sábado, 23 de julho de 2016

ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO - MATEUS 24.15

ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO.
 
Designação enigmática encontrada em Mat. 24:15, emprestada de Daniel (11:31; 12:11), onde a frase correspondente aparece como “abominação desoladora”. Daniel predisse uma grande profanação do templo por um poder estrangeiro, em uma tentativa de substituir o verdadeiro sistema de culto por um falso. O gr. bdelugma tes eremoseos, “abominação da desolação”, em Mat. 24:15 é idêntico à tradução da LXX, (MS, 88) do heb. shiqqûs shômem em Dan. 12:11. Em Dan. 11:31 shiqqûs meshômem é traduzido como bdelugma ton eremoseon. (Compare bdelugma ton eremoseon, “Abominações assoladoras”, em Daniel 9:27; e hamartia eremoseos, “transgressão assoladora”, no cap. 8:13, ambas as expressões, sem dúvida, devem ser identificadas com bdelugma tes eremoseos, dos caps. 11:31 e 12:11). O heb. shiqqûs é um termo comum no A.T. que designa uma “deidade idolátrica” (e.g., Deut. 29:17; II Reis 23:24; II Crôn. 15:8; Ez. 37:23). Dizia-se que tais “abominações” colocadas no templo aviltavam e poluíam o recinto sagrado nos tempos do A.T. (Jer. 7:30; Ez. 5:11). O heb. shamem, a forma pela qual é traduzida “desolação”, (mais literalmente, “alguma coisa que torna desolado”) significa devastação causada por um exército invasor (Jer. 12:11), uma cena que cria um senso de horror na pessoa que a observa (Jer. 18:16). O heb. pesha, transgressão”, na expressão paralela “transgressão assoladora”, em Dan. 8:13 é usado para atos de Apostasia e rebelião contra Deus (Veja Amós 2:4, 6; Miq. 1:5).

INTERPRETAÇÃO DE VÁRIOS COMENTADORES SOBRE A QUESTÃO

Cerca de 100 a.C., o escritor de I Macabeus (Veja I Mac. 1:54, 59; cf. 6:7) identificou a “abominação desoladora” (bdelugma eremoseos) como um Altar idolátrico erigido por Antíoco Epifânio, sobre o altar de ofertas queimadas no templo de Jerusalém em 168 a.C.. Cerca de 70 a.C., Josefo aplicou igualmente a profecia de Daniel a um “altar idolátrico”, construído sobre o “altar de Deus” (Josefo, Antigüidades, X. 11.7 [Loeb, 272-276]; XII 5 [Loeb, 253]. Em Mat. 24:15 (cf. Luc. 21:20-22), Cristo aplicou-a aos romanos, que, 40 anos mais tarde, em 70 A.D., invadiram Jerusalém e queimaram o templo, e no ano 130 A.D. ordenaram a construção de um templo a Júpiter Capitolino em seu lugar (Cambridge Ancient History, vol. XI, p. 313). Comentaristas judeus da Idade Média, tais como Ibn Ezra, de modo semelhante, aplicaram-na à obra dos romanos no primeiro século A.D. (L. E. Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, vol. 2, pp. 210, 213). Irineus, Orígenes e outros escritores cristãos dos primeiros séculos aplicaram-na a um futuro Anticristo (ibid., vol. 1, pp. 247, 320, 366), como fizeram escritores católicos medievais posteriormente, tais como Villanova e Olivi (ibid., pp. 752-754, 773). Pseudo Joaquim aplicou-a aos Papas de seus dias (ibid., p. 728), Wyclif (ibid., vol. 2,  p. 58), Huss (ibid., p.118), Lutero (ibid., pp. 272, 277, 280) e vários comentaristas protestantes identificaram-na com o Papado ou com as práticas e doutrinas da igreja papal. Guilherme Miller e provavelmente a maioria dos pregadores Mileritas fizeram o mesmo. A maioria dos comentaristas protestantes modernos aplicam a “abominação desoladora” ao culto idolátrico instituído por Antíoco Epifânio, enquanto que os comentaristas fundamentalistas consideram Antíoco Epifânio como um protótipo do homem do pecado que viria no futuro.

VISÃO PROPOSTA POR URIAS SMITH - PIONEIRO ADVENTISTA

Urias Smith, comentarista pioneiro ASD, aplicou a disseminação das “abominações” de Dan. 9:27 aos eventos do ano 70 A.D., sob o domínio de Roma pagã, e a “abominação da desolação” ao Papado. (RH, 28 de fevereiro, 1871) Especificamente identificando “O Contínuo” (diário) de Dan. 8:11; 11:31; 12:11 com o “paganismo” do Império Romano, e a “abominação da desolação” com o Papado, Smith aplicou a “remoção do contínuo” e a introdução da “abominação desoladora” em seu lugar ao estabelecimento da supremacia papal sobre a dissolução do Império Romano, um processo que ele considerou completo por volta de 538 A.D. e um estado de eventos contínuos por 1.260 anos até a prisão do Papa Pio VI em 1798 (com base em Dan. 7:25 e 12:7). Smith identificou a Ponta Pequena de Daniel 8 com Roma em suas duas fases, pagã e papal (Daniel and Revelation, 1882, ed., p. 202).

COMENTADORES MODERNOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA

Comentaristas ASD contemporâneos semelhantemente identificam a “abominação da desolação” com os ensinamentos e práticas Papais não fundamentados nas Escrituras, tais como sacrifício da missa, confissão, veneração da virgem Maria, celibato sacerdotal e estrutura hierárquica da igreja — porém, enquanto alguns defendem a interpretação de Smith do “contínuo”, outros compreendem que “o contínuo”, substituído por essas práticas extrabíblicas, refere-se, na aplicação da profecia de Daniel na Era Cristã, ao ministério de Cristo como nosso grande Sumo Sacerdote no Santuário Celestial. Eles igualam a “ponta pequena” ou “um rei de feroz catadura” (Dan. 8:9-14, 23), que estabeleceu a “transgressão desoladora”, e o “rei do Norte” dos caps. 11 e 12, que estabeleceu a “abominação da desolação”, com o “Homem do Pecado”, “mistério da iniqüidade” ou o “iníquo” de II Tess. 2:2-12; com o “anticristo” de I João 2:18; com a besta semelhante a um leopardo de Apoc. 13; com “mistério, Babilônia, a grande, a mãe das meretrizes e das abominações da terra” de Apoc. 17. A “abominação” introduzida pelo poder apóstata, que consiste em práticas e ensinos não-bíblicos, é causadora de sua “queda” (literalmente, “apostasia”) da verdade revelada nas Escrituras (II Tess. 2:3, 9-12), de suas “blasfêmias” (Apoc. 13:1, 5, 6); e do “vinho” de Babilônia (Apoc. 17:2).

Na tradição histórica protestante, os ASD consideram que a Igreja de Roma e seus ensinos não fundamentados na Bíblia são o cumprimento histórico dessas profecias.



Os interessados ao tema, devem buscar na literatura teológica adventista mais informações.

Pr. Cirilo Gonçalves
Evangelista da IASD - AP, SP
Bacharel e Mestre em Teologia - UNASP
Doutorando em Teologia - RTS (Reformed Theologic Seminary)
Site: www.paulistana.org.br/evangelismo
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#CEOnline

domingo, 5 de junho de 2016

SALMO 1 - BÊNÇAO OU MALDIÇÃO PARA TODOS

SALMO 1

1 Bem-aventurado o homem

    que não anda no conselho dos ímpios,

não se detém no caminho dos pecadores,

    nem se assenta na roda dos escarnecedores.

2  Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR,

    e na sua lei medita de dia e de noite.

3  Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas,

    que, no devido tempo, dá o seu fruto,

e cuja folhagem não murcha;

    e tudo quanto ele faz será bem sucedido.

4 Os ímpios não são assim;

    são, porém, como a palha

    que o vento dispersa.

5  Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo,

    nem os pecadores, na congregação dos justos.

6  Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos,

    mas o caminho dos ímpios perecerá.

Este poema é uma introdução de encaixe ao livro de 150 salmos. Revela o padrão básico da sabedoria e adoração de Israel. A vida é vista não nos momentos isolados do presente, mas na perspectiva da eternidade, na visão de Deus. O autor conecta vida humana intimamente com a vontade e o coração de Deus. O salmo lança um apelo desafiador a Israel – e a todos os que buscam a bênção de Deus – a voltar à Sua Palavra revelada para receber o verdadeiro conhecimento de Deus e andar à luz de Sua sabedoria.

O caminho da bênção está aberto diante do homem mediante uma vida de companheirismo incessante com o Deus de Israel. Não é de maneira nenhuma um atalho em que a razão humana pode descobrir por si só, mas é um dom do Redentor de Israel. Como a fonte de vida, o Senhor mostra o modo de vida. Todos os outros caminhos conduzem à ruína. Tais cursos de vida escolhidos pelo eu são por definição o oposto do modo do Senhor, modos que divergem de Sua lei. Os que rejeitam o Senhor, o Deus de Israel, e a Sua lei são descritos em condições negativas como os irreligiosos (Sal. 119:51, 78) porque não há nenhum outro Deus além do Senhor.

Pois quem é Deus além do SENHOR [Yahweh]?

    E quem é rocha senão o nosso Deus?

                                                  (Sal. 18:31, NVI)

Os salmos de Israel tencionam atrair a todas as nações para adorar o Deus de Israel como o único Deus vivo (Sal. 2:10-12; 115; 117). Mais que isso, eles definitivamente prevêem muitos adoradores do SENHOR entre as nações gentílicas (Sal. 87:4). Várias razões são determinadas para a efetividade deste apelo universal do Deus de Israel.

O Senhor é o Criador do mundo e de todos os homens (veja Sal. 24:1;

96:4-5).

O Senhor é o Salvador de todos os que escolhem adorá-Lo (veja Sal. 

105-106; 2:12; 34:8).

O Senhor é o soberano Monarca do mundo que restaurará justiça, paz,

e prosperidade na Terra (veja Sal. 2; 46; 72).

O Senhor é o Juiz de todos os homens, que retribuirá ao homem de

acordo com as suas obras (veja Sal. 62:12; 96:10-13).

Pelo fato de que nenhum outro deus salvou Israel de sua escravização do Egito, o Senhor fez uma reivindicação exclusiva no amor e lealdade de Israel. Se uma voz surgisse entre Israel, insistindo com eles para servirem a outros deuses que podem executar milagres, tal profeta ou vidente seria posto à morte, "pois pregou rebeldia contra o SENHOR, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o SENHOR" (Deut 13:5).

Isto mostra como a Torah de Israel fez da adoração do Senhor um assunto de suprema importância, uma questão de vida ou morte. A última crença era: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR [ou: o SENHOR só]" (Deut 6:4). A posição de Israel diante do Senhor era de uma nação redimida e santa, de "filhos do SENHOR", de "seu tesouro pessoal" (Deut 14:1, 2, NVI).

Antes do povo escolhido entrar na terra prometida, Moisés bendisse Israel desta maneira:

O Deus eterno é o seu refúgio,

    e para segurá-lo estão os braços eternos.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Como você é feliz, Israel

    Quem é como você,

povo salvo pelo Senhor?

Ele é o seu abrigo, o seu ajudador

    e a sua espada gloriosa.

                                 (Deut 33:27, 29, NVI)

Este privilégio único da eleição divina não excluiu mas antes inclui uma solene responsabilidade:

Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam, e para que vocês amem o Senhor, o seu Deus, ouçam a sua voz e se apeguem firmemente a ele. Pois o Senhor é a sua vida, e ele lhes dará muitos anos na terra que jurou dar aos seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó (Deut 30:19, 20).

Como fundamento do Livro de Salmos, o primeiro salmo pressupõe a Torah e a história da salvação de Israel – a redenção do êxodo e a aliança da graça em particular. Este poema de sabedoria coloca diante de Israel e das nações o desafio constante para escolher o Senhor e o Seu modo de vida para homem.

Israel como um povo, depois de herdar a terra prometida, escolheu de fato andar na aliança do Senhor? O Livro de Juízes descreve como, depois da morte de Josué – que conduziu Israel a Canaã – surgiu uma geração "que não conhecia o Senhor e o que ele havia feito por Israel. Então os israelitas fizeram o que o Senhor reprova e prestaram culto aos baalins. Abandonaram o ­Senhor" (Juí. 2:10-12). Esta era a triste realidade. Revela tanto o poder destrutivo do coração natural do homem – que tende a confiar em seus próprios critérios – quanto a importância vital de conhecer o Senhor e de andar em Seus caminhos. A história de Israel ensina dramaticamente a indispensabilidade da Torah. O povo que conhece a Deus mediante o conhecimento da Torah será abençoado.

Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR,

    e o povo que ele escolheu para a sua herança.

                                                         (Sal. 33:12, RC)  

Bênçãos e Maldições São Favores da Aliança

O Salmo 1 convida Israel a comparar a bênção divina do justo com a maldição divina sobre o ímpio. Os cânticos sagrados de Israel começam com uma beatitude, uma invocação de bênção: "Bem-aventurado o homem . . . ." No Sermão no Monte, Jesus começou também com beatitudes: "Bem-aventurados os . . ." (Mat. 5). Isto implica felicidade para a pessoa que aceita o Senhor como o seu Mestre. A pessoa é descrita primeiro no que ela não está fazendo (vs. 1), então em o que ela faz verdadeiramente ou desfruta (vs. 2). A intenção é, não um quadro de alguma ação incidental do homem, mas uma caracterização do seu caminho ou padrão de vida:

. . . que não anda no conselho dos ímpios [ou planos, pensamentos], não se detém no caminho dos pecadores [ou padrão de vida], nem se assenta na roda dos escarnecedores. (Sal. 1:1, RA).

O caminho do ímpio é descrito aqui como uma vida de escravidão completa em pecado. Seus pensamentos – quer dizer, o seu coração – corrompe os seus atos e palavras da mesma maneira que uma fonte suja polui suas próprias correntes.

Feliz é o que evita tal modo de vida, porque o ímpio não tem paz, felicidade, bênção na vida. Por outro lado, onde o homem abençoado acha as suas alegrias?

Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR,

    e na sua lei medita de dia e de noite.

                                                            (v. 2, RA)
 
Esta caracterização que menciona duas vezes a lei de Deus – a Torah – não descreve um piedoso fariseu legalista como o vemos no Novo Testamento. A lei de Deus não é um jugo ou fardo ao cantor do salmo. Pelo contrário, "o seu prazer está na lei do SENHOR". O seu coração está nela, porque a lei de Deus está no seu coração, como declarado em outros salmos:

Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu;

    dentro do meu coração, está a tua lei.

                                                        (Sal. 40:8, RA)

Ele traz no coração a lei do seu Deus;

    nunca pisará em falso.

                                 (Sal. 37:31, NVI)

Estes testemunhos de comunhão com o Senhor indicam que também os antigos santos experimentaram a aliança da graça de Deus! Eles caminharam com Deus e receberam o que o Senhor tinha prometido a todos os crentes: "Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo." (Jer. 31:33; cf. Ezeq. 36:26, 27). Para tal, a vontade e a lei santa de Deus não são mais um comando externo que não encontra nenhuma resposta interna no coração. Pelo contrário, o coração que prova a bondade perdoadora do Senhor está sendo recriado ou é transformado em seus desejos íntimos pelo Espírito de Deus. Os salmos que tratam da Torah (Sal. 1; 19; 119) todos testemunham de uma alegria religiosa que o apóstolo  Paulo expressou nas palavras: "No íntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus" (Rom 7:22, NVI). Isto não nega que Paulo tivesse um conhecimento mais profundo do pecado e da graça por meio de Cristo. Só afirma que a religião cristã de fé em Cristo Jesus não é basicamente diferente daquela dos salmistas de Israel. Cristo restabeleceu o que tinha estado perdido em judaísmo rabínico dos Seus dias, de forma que os salmos podem funcionar mais efetivamente nos que crêem no Messias o Jesus.

Cristo não somente professou, "eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai [aqueles do Deus de Israel] e no seu amor permaneço." (João 15:10), Ele entrou na raiz espiritual e motivação ao Ele dizer, "Minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra" (João 4:34). Tal uma paixão predominante em servir ao Senhor é expressa no Salmo 1 como a delícia do justo. Ele medita na lei de Deus "de dia e de noite" (v. 2). Ele conhece o Senhor como o seu Redentor "desde a terra de Egito" (Osé. 12:9, NVI), e a lei (literalmente: Torah) do Senhor como o dom de Sua graça.

É importante entender o termo "Torah" em seu âmbito pleno. Torah quer dizer ensino divino ou instrução (cf. Sal. 78:1) que é muito mais que os Dez Mandamentos em si. Torah também inclui as instruções de Deus para crer, confiar, arrepender-se, confessar, e buscar reconciliação com Ele em Seu santuário. Portanto, Torah compreende a lei e a graça reconciliadora. Os estudiosos do Antigo Testamentos concordam que a tradução de Torah por "lei" como o código moral é inadequada, muito estreita.

O costume de tomar a lei moral por si só, isolada da aliança da graça reconciliadora, era estranho aos salmistas. Eles nunca falam de "a lei", mas constantemente de "a lei do SENHOR" ou de "Tua lei" (veja Sal. 1; 19; 119). Quando os poetas dos salmos usam tais termos como "testemunhos", "estatutos", "ordens", "ordenanças", "preceitos", "palavra", "promessa", e até mesmo "o temor do SENHOR" (Sal. 19:9) como sinônimos da palavra "Torah", eles sempre têm em mente a Torah como um todo não dividido, centralizado nos serviços do santuário. Isto não nega o fato que a Torah tenha aspectos diferentes, legal e expiatório, mas estes nunca estavam isolados um do outro, como se se pudesse separar os dois. O Senhor uniu a lei moral e sua graça expiatória pelo ministério sacerdotal em um indissolúvel inter-relacionamento dinâmico. A santa lei de Deus permaneceu sempre lei da aliança; seu lugar e função estavam exclusivamente dentro do santuário de Deus.

Alegria na Torah

A característica dominante do judaísmo farisaico no tempo de Jesus parece ter sido que o conceito e a experiência da promessa da nova aliança de Jeremias tinham sido perdidos de vista. As ordens morais geralmente foram consideradas como o meio de salvação – como o meio de ganhar méritos – de forma que o perigo da justiça-própria não pôde mais ser evitado. Estas tinham sido a própria experiência e auto-estima de Paulo como um rabino fervoroso. Ele confessou que tendo sido um fariseu zeloso, "quanto à justiça que há na lei, irrepreensível" (Filip. 3:6).

O salmistas do antigo Israel, pelo contrário, todos viveram em uma consciência despertada do pecado e foram motivados por um senso profundo de gratidão pela graça recebida do Senhor. Na Torah do Senhor eles experimentaram o Santo em Sua pureza impecável e irresistível misericórdia. Por esta razão eles cantaram:

A lei do SENHOR é perfeita

    e restaura a alma. ...

Os preceitos do SENHOR são retos

    e alegram o coração.

                                   (Sal. 19:7, 8, RA)

Tenho visto que toda perfeição tem seu limite;

    mas o teu mandamento é ilimitado.

Quanto amo a tua lei!

    É a minha meditação, todo o dia!

                                         (Sal. 119:96, 97, RA)

Desvenda os meus olhos, para que

    eu contemple as maravilhas da tua lei.

                                            (Sal. 119:18)

Os poetas meditaram na lei maravilhosa (Torah) do Senhor somente com a finalidade de delícia? Certamente não! Eles se regozijaram na Torah por um propósito mais elevado que alegria mística. Eles buscavam saber a vontade de Deus para agradar e glorificar o seu Redentor.

De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?

    Observando-o segundo a tua palavra.

De todo o coração te busquei;

    não me deixes fugir aos teus mandamentos.

Guardo no coração as tuas palavras,

    para não pecar contra ti.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra

    e luz para os meus caminhos.

                               (Sal. 119:9-11, 105, RA)

Os poetas hebreus inspirados conheciam poder salvador e santificador da palavra de Deus. Para eles com Deus, a vida ficava rica, significativa, e frutífera:

Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas,

    que, no devido tempo, dá o seu fruto,

e cuja folhagem não murcha;

    e tudo quanto ele faz será bem sucedido.

Os ímpios não são assim;

    são, porém, como a palha

    que o vento dispersa.

                                                                  (Sal. 1:3, 4, RA)

Comunhão com Deus é Vida ao Máximo

O poema revela a produção da bênção divina na vida do justo. Ele prosperará em tudo aquilo que ele faz. Por que? É por causa da lei de causa e efeito? Não. Ele é frutífero, efetivo em todos os seus empenhos porque ele continuamente utiliza o poder escondido do Senhor. Uma árvore plantada junto a ribeiros de água frutifica em sua estação porque constantemente pode utilizar água sustentadora da vida. Assim é com a pessoa que tem sede diante de Deus.

O que procura a Deus achará o Senhor dia e noite disposto a ouvir sua oração e súplica. Davi nos assegura:

Sempre tenho o Senhor diante de mim.

    Com ele à minha direita,

não serei abalado.

                                    (Sal. 16:8, NVI)

Por meio da meditação é assimilado o conhecimento da Torah no coração e está motivando a alma a amar.

O estudo da Bíblia e a oração juntos são os meios para continuar no caminho da bênção. A Escritura é como uma semente; através da oração ela recebe a água do Espírito. Deste modo Deus dá o crescimento espiritual.

O crente cristão fica na constante necessidade destes dois meios da graça divina. Cristo e os apóstolos fizeram uso efetivo tanto da Escritura quanto da oração.

As bênçãos de Deus sempre não são imediatamente visíveis em prosperidade material. O Salmo 73 mostra como Asafe lutou com esta aparente contradição, porque ele viu "a prosperidade dos ímpios" (73:3). Seu coração só veio descansar quando ele levou em conta o destino final do ímpio como revelado no santuário de Deus (73:17-20).

Porque a realização plena das promessas da aliança de Deus não pode freqüentemente ser vista nesta vida, é crucial pegar a perspectiva apocalíptica da aliança de Deus. O justo conhece o destino do ímpio.

O insensato não entende,

    o tolo não vê

que, embora os ímpios brotem como a erva

    e floresçam todos os malfeitores,

eles serão destruídos para sempre.

                                                (Sal. 92:6, 7)

O apóstolo Paulo acentua esta instrução da Torah: "Nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei’, diz o Senhor." (Rom 12:19). Contudo ele também confirma a mensagem do Salmo 1 que aqueles que amam a Deus serão abençoados, mesmo se eles não podem ver isto imediatamente:

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. (Rom 8:28).

O salmista usa a figura de contraste para sustentar sua mensagem mais vigorosamente. O ímpio, ele diz, é o próprio oposto do justo. Eles são como a palha que o vento dispersa. Em outras palavras, o ímpio não possui nenhuma substância, nenhum caroço frutífero, nenhum peso moral, enquanto o justo é comparado a uma árvore frutífera bem carregada.

O que faz o ímpio tão estéril e espiritualmente oco, até mesmo dentro de Israel? É sua falta, a sua negligência pecadora do conhecimento do Senhor. Davi diz: "Não há temor de Deus diante dos seus olhos" (Sal. 36:1). Ele pode pertencer exteriormente ao povo da aliança e ostentar-se nas promessas da aliança, mas a sua confiança está extraviada em sua descendência natural de Abraham. Quando João Batista veio preparar Israel para encontrar o seu Messias, ele chocou os fariseus e saduceus com sua mensagem: "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão" (Mat. 3:8, 9, RA). Sem o fruto do Espírito, isto é, sem uma vida santificada de acordo com a Torah do Senhor, todas as reivindicações religiosas do povo de Deus são inúteis e só conduzirão a completa vergonha. Isto acontecerá no juízo final, do qual ninguém pode escapar:

Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo,

    nem os pecadores, na congregação dos justos.

                                                                (Sal. 1:5)

O Salmo 1 declara que o ímpio perecerá "no juízo". Desde que a expressão paralela é "a assembléia dos justos", poder-se-ia pensar principalmente nos juízos regulares de Israel no santuário (Deut 17:8, 9). Os Salmos 7 e 26 representam a liturgia sagrada para tais julgamentos (veja Sal. 7 abaixo). O mais pleno sentido aqui é indubitavelmente a perspectiva apocalíptica do juízo final de Deus. Lá o ímpio será completamente desmascarado e exposto em sua nudez moral e não terá nenhum abrigo para esconder-se, enquanto o justo se levantará para receber a sua herança (Dan 12:13, RA).

Cristo anunciou a separação final do bem e do mal repetidamente em Suas parábolas.

"Assim acontecerá no fim desta era. Os anjos virão, separarão os perversos dos justos e lançarão aqueles na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.”  (Mat. 13:49, 50).

O primeiro salmo finalmente aponta diretamente ao Senhor como o que sustenta um universo moral:

Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos,

    mas o caminho dos ímpios perecerá.

                                                      (Sal. 1:6, RA)

A antítese que está por baixo do poema inteiro chega à revelação climática de que o Deus de Israel separará em última instância o justo e o ímpio. A tradução mais precisa de verso 6 seria, "Pois o SENHOR conhece o caminho do justo" (assim na RA e outras traduções).

O "conhecimento" do Senhor no verso 6 não é nosso tipo moderno e intelectual de conhecimento, mas a idéia hebraica de conhecimento experimental, um conhecimento apaixonado (Sal. 37:18). Portanto indica que o Senhor acompanha amorosamente o justo no seu modo de vida e lhes dá a bênção do Seu companheirismo que nunca falha. O ímpio, que não tem nenhuma ligação com o Senhor, terminará o seu caminho em morte, pelo juízo de Deus.

Cristo confirmou esta perspectiva apocalíptica dos dois caminhos para todas as pessoas:

"Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram."  (Mat. 7:13, 14).

Cristo veio oferecer vida eterno para todos (veja João 12:32). Ele Se oferece à nossa alma de forma que todos os que O recebem participarão mesmo agora na alegria messiânica:

"Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.”

                                                             (João 10:10, NVI).

"Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa." (João 15:11).


Extraído do livro: Libertação nos Salmos (Hans K. LaRondelle)

Pr. Cirilo Gonçalves
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sábado, 9 de abril de 2016

OS SANTUÁRIOS DE DEUS


OS  SANTUÁRIOS  DE  DEUS  

NOSSO estudo do ministério de Cristo no santuário necessariamente deve começar referindo-se ao santuário terrestre e à razão pela qual foi estabelecido.

Deus ordenou construir o santuário do deserto para dar a seu povo uma lição objetiva das verdades espirituais e eternas.1 O Eu "habitarei no meio deles" de Êxodo 25.8 contém o vocábulo "habitar",2 que foi traduzido da palavra hebraica shakan, a qual, embora se traduz "habitar", "morar", "tabernacular", tem uma conotação ainda mais profunda, já que nos comunica a idéia de que esse "habitar" é o de um vizinho, alguém que quer estar perto e gozar de nossa amizade. Ainda em nossos dias, para os israelitas um shaken é a pessoa cuja amizade se deseja.

O santuário do deserto foi o recinto sagrado onde Deus morava em meio de seu povo, mas obviamente isto é um símbolo de uma verdade superior: em vez de em templos materiais feitos pelo homem (Atos 17.24), Deus quer morar no templo da alma humana (1 Cor. 3.16-17) para enchê-la3 com a glória do Espírito Santo, quem é o representante pessoal do Senhor Jesus Cristo, porque é "Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl. 1.27).

Essencialmente são três os templos ou santuários dos quais nos fala a Escritura: (1) o do deserto (Êx 25.8); (2) o do céu (Hb 8.1-2; Ap 11.19), e (3) o templo humano (1 Cor. 3:16-17; 2 Cor. 6:16; Sl 114.2).

Como no santuário e seu serviço há uma quantidade de símbolos, vamos referir-nos brevemente a seu propósito.  

Valor do Símbolo

Alguém se surpreende ao descobrir que a Escritura é um livro saturado de símbolos e ilustrações. O símbolo não é a linguagem dos filósofos. A diferença das ideias abstratas que só podem ser compreendidas por uma aristocracia intelectual, os símbolos constituem uma linguagem acessível a todos, a pessoas cultas e iletradas, a adultos e a meninos.4 

A Escritura Sagrada do começo ao fim nos dá uma mensagem de significação eterna envolto no símbolo, que é acessível a toda mentalidade. Os símbolos da Escritura assinalam a Cristo, que é o coração e a periferia de toda mensagem apresentada tanto no Antigo Testamento como no Novo.

A palavra hebraica shakan (habitar), da qual viemos falando, está relacionada com outro vocábulo hebreu, Shekinah,5 que, embora não aparece na Escritura, tem uma longa tradição nos escritos rabínicos. Deriva da mesma raiz da qual se origina shakan, e é usada para expressar a solene proximidade da presença de Deus entre seu povo. A idéia original expressa na palavra Shekinah nasce do Antigo Testamento, mas se amplia grandemente no Novo Testamento quando nos diz que o "Verbo se fez carne'' (Jo 1.14) e "habitou" ou tabernaculou entre nós. Deste modo atracamos à idéia de que o tabernáculo ou santuário foi ordenado por Deus para nos dar uma revelação objetiva do Senhor Jesus Cristo e de sua obra redentora. É na verdade a antecipação do Evangelho, já que a pessoa de Cristo como plenamente Deus e plenamente homem está delineada simbolicamente em todos seus aspectos, até os menores, no "tabernáculo do testemunho", em seu mobiliário e em seus serviços ou liturgia.  

Tempo e Santidade

A palavra "santuário", que aparece na Escritura Sagrada 144 vezes e é usada para expressar a idéia de "santo", "lugar sagrado", "morada do santo",6 figura pela primeira vez em Êxodo 15.17, e se origina na palavra hebraica miqtlash, a que a sua vez deriva da raiz hebraica qadash, que comunica a idéia de "pôr à parte" algo, ou a alguém, separando-o assim para um uso sagrado.

Obviamente Deus é o Ser santo por excelência, e portanto tudo aquilo que entre em relação com Ele ou culto que se Lhe oferece tem que participar do atributo da santidade.

O escritor judeu Abraham Joshua Heschel7 assinala acertadamente que uma das palavras mais significativas da Escritura é o essencial qódesh (santo), uma palavra, insiste ele, que "mais que qualquer outra é representativa do mistério e majestade do divino". Ora, na história deste mundo, qual foi o primeiro objeto santificado? Foi acaso uma montanha, um altar, uma pessoa? De maneira nenhuma. A primeira vez que se usa o verbo qadash na Bíblia Sagrada é no Gênesis, em relação com a história da criação, e quão significativo é o fato de que se aplique ao tempo: "E abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou" (Gn 2.3). "A santidade do tempo veio primeiro, a santidade do homem depois, e no fim a santidade do espaço. O tempo foi santificado por Deus; o espaço, o tabernáculo, por Moisés".

 

Referências:

1.  E. G. de White, Patriarcas y profetas (Mountain View: Pacific Press, 1955), p. 372.

2.  Véase The Interpreter's Dictionary of the Bible (New York: Abingdon Press, 1955), t. 4, p. 498.

3.  F. C. Gilbert, Practical Lessons (Nashville: Southern Publishing Association, 1974), p. 153.

4.  V. Fatone, El hombre y Dios (Buenos Aires: Columba, 1958), pp. 33-35.

5.  Véase The Interpreter's Dictionary of the Bible, art. "Shekinah". E. G. de White, El Deseado de todas las gentes (Mountain View: Pacific Press, 1955), p. 705; y Patriarcas y profetas, p. 360.

6.  Véase The Seventh-Day Adventist Bible Dictionary, pp. 1058-60.

7.  Véase A. J. Heschel, The Sabbath (New York: Harper Torchbooks, 1966), pp. 8-10.
 
 
 
Fonte: "Cristo no Santuário". Dr. Salim Japas
 
Pr. Cirilo Gonçalves
Diretor de Evangelismo Público da IASD - AP, SP
Bacharel e Mestre em Teologia - UNASP
Doutorando em Teologia - Reformed Theological Seminary
Twitter: @prcirilo
Instagram: @cirilogoncalves
 

sábado, 2 de janeiro de 2016

O ESPÍRITO DE PROFECIA NA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA - ELLEN WHITE

INTRODUÇÃO: Oséias 12:13.

 1. O profeta Oséias declara que "por meio de um profeta" e "por um profeta" Deus tirou. . . e guiou o Seu povo, (a) Não há dúvida que o texto fala de um tempo de crise na vida do povo de Deus, no qual o "Espírito de Profecia" desempenhou papel preponderante através dos profetas.
2. Como o salmista apresenta a certeza da bênção divina nos momentos difíceis? Salmos 32:8, (a) Deus não deixa a Sua igreja e o Seu povo sem dar-lhes a orientação e a direção que devem seguir em meio às crises e provações.
3. Que duas características especiais tem a igreja do povo de Deus? Apoc. 12:17; 19:10.

A. O DESAPONTAMENTO DE 1844 – Dan. 8:14; Apoc. 10:9.

1. Que maravilhosa profecia foi dada por Daniel com referência à "Purificação do Santuário", e o surgimento da Igreja Remanescente? Dan. 8:14; 9:24-27

2. Explicações:

1. Saída do decreto (457 A.C.), assinado por Artaxerxes – Dan. 9:25; Esdras 6:14; 7:12-26.
2. Fim da Reconstrução (Muros) (408 A.C.)
3. Batismo e unção de Jesus (27 AD) – Dan 9:25; Atos 10:38; S. Luc. 4:18; Mat. 3:16 -17 4.
4. Morte de Jesus na cruz (31 AD) e cessação do sistema de sacrifícios.
5. Apedrejamento de Estevão e rejeição do povo judeu como nação escolhida (34 AD).
6. Início da supremacia papal e do período do Tempo do Fim (538 AD).
7. Fim do período do Tempo do Fim. (1798).
8. Fim do período profético dos 2.300 anos e início do juízo (1844) investigativo no céu. Passagem de Jesus do Lugar Santo para o Santíssimo e surgimento da Igreja Adventista do 7º Dia.

Nota: Princípio "Dia-Ano" na profecia. Um dia, quer dizer Um Ano. Ezeq. 4:6; Núm. 14:34.

3. A chave e explicação das datas e acontecimentos:

1. "Desde a saída do decreto". Dan. 9:25, p.p. Esdras 6:14; 7:12-28, (457 AC. assinado por Artaxerxes para restaurar e reconstruir a cidade de Jerusalém).
2. "Até o Messias" 7 semanas (49 anos) para a reconstrução de Jerusalém que foi até "408 AC" e mais 62 semanas (434 anos) que foram até o ano 27 AD, época em que Jesus foi ungido (batizado). Dan. 9:25; Atos 10:38, Luc. 4:78; Mat. 3:16-17.
3. "Concerto por "uma semana" e a "metade da semana" (Dan. 9:26), que nos leva ao ano "31 AD", 3½ anos após o Seu batismo, quando foi crucificado, fazendo cessar o sistema de ofertas e sacrifícios de animais (Col. 2:14) e indo ao ano "34 AD" no apedrejamento de Estêvão, completando as "70 semanas" ou "490 anos" "determinadas ao povo" judeu como oportunidade para o arrependimento e aceitação do Messias. Nessa data deixaram de ser o povo peculiar de Deus, para ser uma simples nação.
4. Dos 2.300 anos restavam agora 1810, que incluindo os períodos da apostasia, Idade Média e Reforma, ou seja os "1260 anos" da "Supremacia Papal". Dan. 7 :25; Apoc. 12:6; 13:5; Chamado o "Tempo do Fim" iniciado em "538 AD e terminado em 1798".
5. "Até 2.300 tardes . . . o santuário será purificado". Dan. 8:14; Apoc. 14:8-13, que nos leva ao início do decreto de Artaxerxes, 457 AC à 1844 AD, ano que Cristo em vez de vir à terra como esperavam, passou do Santo para o Santíssimo, no Santuário Celestial, dando início ao "Juízo Investigativo" (Apoc. 14:7; 1 Ped. 4:17) e o surgimento da Igreja verdadeira que "guarda os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus".

4. Qual a causa da decepção de 22 de outubro de 1844?

1. O erro estava sobre o acontecimento que teria lugar naquela data: A Volta de Jesus. O cálculo do tempo estava certo, mas o acontecimento estava errado. O ano de 1844 marcava o início do Juízo Investigativo no Céu, a passagem de Jesus do lugar Santo para o Santíssimo.
2. O grupo era chamado de "Adventistas" porque cria no "ADVENTO" iminente de Cristo, mas não do 7º dia, que só surgiu posteriormente.
3. Surgiram três grupos após a terrível decepção. (a) os mileritas, que foram se extinguindo com o tempo, (b) Igreja Cristã Adventista, observadores do domingo e cria na imortalidade da alma e (c) o grupo que deu origem aos Adventistas do 7º dia.

5. Quando e como descobriram a chave do mistério?

1. Após muita angústia, choro e oração, e estudo da Bíblia, Hirão Edson recebeu orientação divina no dia seguinte que o tempo estava certo, mas o acontecimento errado. Daí a aplicação de Apoc. 10:9.
2. Estava lançada a semente do início do movimento da Igreja Adventista do 7º Dia, que como torrentes de água deveria essa mensagem inundar o mundo. E assim foi.

B. ELLEN GOULD HARMON E O DOM PROFÉTICO

1. Que providência tomou Deus para consolar, orientar e dirigir o Seu povo noite tempo tão difícil? Isa. 58:11; Sal. 32:8; Oséias 12:13; Apoc. 12:17; 19:10.

(a) Escolhida dois meses após a decepção (Dez. 1844) quando os crentes adventistas mais necessitavam de orientação e certeza do céu, Deus deu uma visão a essa jovem de apenas 17 anos, por nome Ellen Gould Harmon.

(b) A visão apresentava o futuro da igreja desde 22 de outubro de 1844 até a entrada dos santos na Nova Jerusalém.

(c) Deus lhe mostrou que a vinda de Jesus não estava tão perto como haviam esperado.

(d) Viu o braço direito de Jesus levantado para animar e fortalecer os novos crentes no caminho estreito que deveriam palmilhar.

(e) Foi-lhe assegurado que se mantivessem os olhos fixos em Jesus, caminhariam seguros e que Ele os guiaria à cidade de Deus.

f) Quais os traços biográficos de Ellen Harmon White?

(g) Filha de Roberto e Eunice Gould Harmon.

(h) Nasceu no dia 26 de novembro de 1827, na cidade de Gorham no Estado do Maine, nos Estados Unidos. Tinha uma irmã gêmea chamada Elizabeth e mais seis irmãos.

(i) Foi criada na cidade de Portland (Maine) após seus pais terem fixado ali sua residência.

(j) Seus pais eram fiéis membros da Igreja Metodista e ela também, sendo recebida nessa igreja como membro através do batismo.

(l) Após lerem e ouvirem as mensagens da breve Volta de Jesus (1836) aceitaram esta mensagem, por isso foram ridicularizados e se separam da Igreja Metodista (1841) tornando-se adventistas.

(m) Aos nove 9 anos, a caminho da escola sofreu um acidente, quando uma menina de 13 anos lhe atirou uma pedra, atingindo-a no nariz. Ao cair desmaiada, foi socorrida e ficou 3 semanas em estado de torpor, e mais de 2 anos sem poder respirar pelo nariz.

(n) Era de família humilde e seu pai era chapeleiro e ela trabalhava fazendo copas de chapéu e meias e ganhava 1/4 de dólar por dia para ajudar seus pais.

(o) Aos 17 anos de idade recebeu o chamado divino e teve a sua primeira visão em dezembro de 1844, dois meses após a terrível decepção.

(p) Casou-se no dia 30 de agosto de 1846 com Tiago White, professor e grande pregador. Tornou-se por três vezes, presidente da Conferência Geral.

(q) Do casamento (26-8-1847) nasceram três filhos. Um deles morreu ainda no mesmo ano que nasceu e um outro morreu aos 17 anos de idade.

(r) Ficou viúva no ano de 1881, 35 anos de vida conjugal, quando reconsagrou a sua vida a Deus junto ao ataúde do esposo para terminar a obra que o Mestre lhe confiara.

(s) Viajou por toda a América do Norte, Europa, Austrália e outras partes do mundo.

(t) Escreveu cerca de cem mil páginas, abordando temas dos mais variados – Educação, Saúde, Família, Natureza, Alimentação, Vestuário, Profecias, História, Teologia, Cristologia, Medicina, orientações a todas as áreas da igreja, sobre organização, procedimento, etc. Só em português há mais de quarenta livros traduzidos e à disposição de quem desejar. (O Grande Conflito, Patriarcas e Profetas, O Desejado de Todas as Nações, Atos dos Apóstolos, etc.)

(u) Viveu seus últimos 15 anos em Elmshaven, Santa Helena, Califórnia, (EUA) e morreu no dia 16 de julho de 1915. Setenta anos de serviço à igreja. Suas últimos palavras foram dirigidas a Seu filho, W. C. White: "Eu sei em quem tenho crido". (II Tim. l:12).

C. AUTENTICIDADE E PROVAS DO DOM PROFÉTICO DE ELLEN G. WHITE

1. Quais as provas que Ellen G. White foi realmente chamada e se tornou uma mensageira de Deus à Sua igreja?

A 1ª prova: ela falou de acordo com "A Lei e os Testemunhos". Isa. 8:20. Disse ela:
"Recomendo-vos a Palavra de Deus como a regra de vossa fé e de vossa vida". Primeiros Escritos, 278. "Presta-se pouca atenção à Bíblia e o Senhor deu uma luz menor para guiar os homens e as mulheres para a luz maior la Bíblia)". Idem.

A 2ª prova: "pelos seus frutos os conhecereis". Mat. 7:20.

1. Na vida da mensageira – um minucioso estudo de sua vida nos revela que ela foi uma cristã fervorosa: dedicou a vida ao serviço de Deus sem buscar posição, honra ou vantagens pessoais; dedicou sua vida à serviço da humanidade, no lar uma esposa fiel e dedicada; mãe zelosa e extremada; vida irrepreensível, dentro e fora da igreja.
2. Na vida dos seguidores pelos seus conselhos – mudança nos hábitos e costumes; transformação em melhores criaturas em todos os aspectos da vida (no lar, na igreja e na sociedade; alcançado normas de vida mais elevada; tem-se tornado pessoas de bem, dignas, honradas e de confiança na igreja e no mundo.
3. Cumprimento de suas predições. Em 1848 predisse que nossas publicações chegariam a ser como torrentes de luz que rodeariam o globo. Em 1849 surgiu a primeira impressor "A Verdade Presente". Hoje no mundo há 52 casas publicadoras, publicando milhares e milhares de livros, revistas e periódicos em mais de 200 línguas diferentes e quase um milhão de colportores à serviço da propagação dessa luz. Você pode ser um deles. Cumpriu-se sua predição com toda segurança, (a) Terremoto de São Francisco, em Oakland. Em 1902 predisse que "não muito depois destes dias . . . sofrerão sob os juízos de Deus" (Terremoto) Manuscrito 114 (1902). Evangelismo, 403, (b) Condições de guerra mundial preditas em 1890. "Perturbações, navios arremessados ao fundo do mar, esquadras afundarão, vidas sacrificadas aos milhões, incêndios, desastres, confusão e colisões, etc. (21/04/1890), pág. 242. O seu cumprimento está ainda vívido em nossas mentes, (c) As pancadas de Rochester tornar-se-iam um engano mundial. Contrafação do poder de Satanás para operar milagres em nome do poder do Espírito Santo. Primeiros Escritos, 43 (24/03/1849). Que isto se cumpriu é real em nossos dias. Dispensa qualquer comentário.

4. Que confesse que Jesus Cristo veio em carne. l S. João 4:1 e 2.    É só ler os livros O Desejado de Todas as Nações, O Maior Discurso de Cristo, que são obras-primas sobre a vida, ministério e ensinos de Cristo. O primeiro entre 10 mil volumes sobre a vida de Cristo em New York, tirou o 1º lugar. (DTN).

5. Suas mensagens ... tendem à mais fina moralidade. Desacoroçoam todo o vício, exortam à prática de toda a virtude.

6. "Elas (mensagens) nos conduzem à Bíblia. . . como regra de nossa fé e prática, como Palavra de Deus inspirada." (T.S. 3:237; 4:246 e 323).

7. "Elas nos conduzem a. Cristo... como único exemplo piedoso e com apelos irresistíveis para seguirmos seus passos". Vida e Ensinos, 255-257.

CONCLUSÃO

1. Devemos agradecer a Deus pela maneira com que Ele dirigiu o Seu povo no passado através dos Seus profetas.
2. Sua igreja remanescente surgiu de uma profecia num tempo certo, num lugar certo e com uma mensagem certa dada pelo profeta Daniel.
3. Na época de decepção, de crise e dificuldades, Deus suscitou uma mensageira para orientar e consolar o Seu povo, e a Sua igreja nascente.
4. Cristo é indicado por ela como cabeça – nosso único Salvador o e seus ensinos não são para substituírem a Bíblia, mas para ajudar a compreendê-la melhor.
5. Que as promessas de II Crôn. 20:20 (u.p.) sejam reais na vida de cada um de nós com referência ao assunto apresentado.

Adaptado de Doutrinas Bíblicas (CPB).

Por: Cirilo Gonçalves.
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