terça-feira, 24 de junho de 2014

SOBRE A INVEJA

“E os patriarcas, movidos de inveja, venderam José para o Egito; mas Deus era com ele”. (At 7.9).

A inveja, do hebraico qinah, do grego phthonos, e do latim invidere, pode ser entendida como uma tristeza, um ressentimento pela prosperidade e felicidade do próximo. O invejoso não deseja o lugar ou os bens do outro (cobiça), mas que o outro não seja bem sucedido em suas realizações e na vida. Veja mais em: http://www.altairgermano.net/2012/09/inveja-uma-grave-pecado.html
A inveja é uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana, causada pela queda no pecado. Os invejosos chegam a fazer campanhas de perseguição contra suas vítimas, as quais, na maioria das vezes, não têm qualquer culpa por haverem despertados tal sentimento nos invejosos. Geralmente os malsucedidos têm inveja dos bem-sucedidos. Essa é uma tentativa distorcida para compensar pelo fracasso, glorificando ao próprio “eu” e procurando enxovalhar a pessoa invejada. Está baseada, portanto, na mais pura carnalidade. Muitas vítimas da inveja já descobriram que a melhor maneira de evitar o invejoso é fugir dele. Uma pessoa bem-sucedida não pode abandonar o seu sucesso, somente para satisfazer o invejoso, tornando-se um fracassado como ele [...]. A inveja tem sido motivo para muitas histórias pervertidas, para muitos dramas humanos. (Champlin)
A INVEJA EM ALGUNS TEXTOS DA BÍBLIA:
1. A inveja é algo que não devemos ter em relação aos homens iníquos, perversos, violentos, pecadores, malignos, malfeitores (Sl 37.1; 72.2-3; Pv 3.31; 23.17): A aparente felicidade e prosperidade dos homens que não temem a Deus não deve despertar em nós tão pernicioso sentimento. É preciso que consideremos o fim deles (Sl 73.17-20).
2. A inveja promove a competição entre os homens (Ec 4.4): As nossas habilidades, talentos, realizações e trabalhos não devem ser produzidos pela inveja, pelo desejo de superar o outro, de ofuscá-lo ou ridicularizá-lo.
3. A inveja é um pecado característico do mundo pagão/gentio sem Deus (Rm 1.29): Ao escrever aos romanos ele declara que o homem sem Deus está cheio de inveja (gr. mestous phthonou, μεστους φθονου).
4. A inveja é uma das obras da carne (Gl 5.21): A inveja (gr. phthonoi, φθονοι) é uma obra da carne (gr. erga tes sarkos, εργα της σαρκος, Gl 5:19). Para Barclay, a carne é “a natureza humana conforme se tornou através do pecado”.
5. A inveja é o motivo pelo qual alguns proclamam a Cristo (Fp 1.15): Era “por inveja e rivalidade” (gr. dia phthomon kai erin, δια φθονον και εριν), que alguns tentavam ofender e atrapalhar a prosperidade do ministério de Paulo.
6. A inveja é resultado de mentes contenciosas e entorpecidas por heresias, que usam a piedade com fonte de lucro (1 Tm 6.3-5): O entorpecimento, a obsessão, o desejo egoísta dos falsos mestres fazem nascer inveja (gr. givetai phthonos, γινεται φθονος, v. 4).
“E OS PATRIARCAS, MOVIDOS DE INVEJA, VENDERAM JOSÉ PARA O EGITO". 
(At 7.9).
Ao ler o texto bíblico de Atos 7.9, comecei a meditar na motivação que tiveram os irmãos de José para vende-lo como escravo ao Faraó do Egito. Percebi que sentimentos de inveja conduzem pessoas ao exercício do ridículo e ações de morte. Tais ações podem ocorrer na família, na escola, no trabalho, na igreja e na sociedade. O crime, a separação matrimonial, a despensa ou isolamento no trabalho, o desprezo e desejo de maldição, tudo isso pode ser motivado por causa da inveja. Alguns a expressam visivelmente, outros ocultamente. Na história de José, seus irmãos agiram visivelmente por causa da inveja, indicando que algo positivo, às vezes, desperta algo negativo (Bel Cesar). Entretanto, José soube administrar toda a situação em nome do SENHOR e a sua história foi decorada de honras e glórias (Gênesis 37 a 50). Mais detalhes sobre a vida e ministério de José em terra distante ver o sermão sobre José neste mesmo BLOG:
http://cirilogoncalves.blogspot.com.br/2011/02/vida-de-jose-sermao_18.html 
A inveja, em suas mais variadas formas, surge da incapacidade de alguém de alcançar as próprias metas cotidianas e da incapacidade da realização pessoal como ser humano. Por isso, quando uma pessoa realiza um sonho como a construção ou a compra de uma casa, obtenção de uma promoção no trabalho, a aquisição de um carro novo, um casamento feliz, um livro escrito, um cd gravado ou uma história bem sucedida, o invejoso se depara com a sua incapacidade de realização, inchando-se de um vermelho invisível em seu interior, qual fogo ardente queimando por dentro provocando um longo disparo de todo tipo de crítica para apagar a alegria e felicidade explícitos, encontrados no olhar e no anúncio das boas novas de quem construiu alguma coisa. É um sentimento estranho encontrado no coração humano. 
A base da inveja está na supervalorização dos outros, que pode fazer tudo, e no esvaziamento de si, que não pode fazer nada. Assim, nasce o desejo de esvaziar o outro para que tudo fique igual e ele e o invejoso não fique só. Adaptando os conceitos do psicanalista Mário Quilici, podemos entender o caminho da inveja em quatro níveis: PRIMEIRO, o invejoso olha um objeto, situação ou um traço de alguém que imediatamente admira. Compreende a importância daquele traço para o outro e deseja para si. Ou seja, vê, admira e deseja. SEGUNDO, faz uma comparação entre o que o outro tem e o que ele não tem. Toma, assim, consciência cognitiva de uma falta sua. TERCEIRO dá-se a percepção e, ao mesmo tempo, a vergonha de uma falta em si que foi admirada no outro. Surge aí, também, a constatação de que aquilo que desejou, é impossível de ser obtido. QUARTO, a inveja é disparada pela percepção de uma falta em si. Essa insuficiência faz com que o invejoso ataque e consequentemente trabalhe para tirar de sua frente o objeto invejado e desaparecer a diferença que foi percebida.
Numa luta secreta e constante, aquele que se sente insuficiente tenta esconder sua vergonha de ser incapaz. Assim, procurando evitar qualquer situação que o faça sentir mais humilhado, ele ataca antes de ser atacado. Isto é, ele compete sozinho. A competição é um hábito do invejoso, pois ele tem dificuldade de receber ajuda, fazer junto e cooperar. A inveja impossibilita o sentimento de gratidão. Isso ocorre porque o invejoso é incapaz de sentir que o outro está lhe dando algo de bom grado. Sempre se sente sempre humilhado com as boas ações dos outros.
O Novo Dicionário Aurélio explica a inveja da seguinte maneira: “Inveja é o desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Um desejo violento de possuir o bem alheio”. Já o Dicionário de Psicologia Dorsch explica: “A inveja pertence aos sentimentos intencionais. É uma insatisfação, o aborrecimento com a alegria do outro”.

Pr. Cirilo Gonçalves - Evangelista da IASD - AP, SP
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segunda-feira, 2 de junho de 2014

SOBRE A VIDA NA SOCIEDADE, O PENSAMENTO CRÍTICO E OS RELACIONAMENTOS


BOA REFLEXÃO SOBRE A VIDA NA SOCIEDADE, O PENSAMENTO CRÍTICO E OS RELACIONAMENTOS. (Parte da Entrevista do Filósofo Brasileiro Olavo de Carvalho aos Romenos)

“Há muitos anos atraz eu coloquei pra mim a seguinte pergunta: Quantas pessoas eu quero que gostem de mim? Por acaso eu preciso do amor da humanidade inteira? É claro que não. Minha mulher gosta de mim, meus filhos gostam de mim, meus amigos gostam de mim e meu cachorro gosta de mim. É mais do que eu mereço. Porque eu devo ficar tão triste se um ignorante não gosta de mim? Que diferença pode fazer? Acontece que a cultura de hoje em dia, tornou as pessoas cada vez mais dependentes da aprovação, criando uma espécie de escravidão mútua. É uma coisa de criança, depender da aprovação da mãe. Isso é vergonha. Por que temos que ser assim? E, sobretudo, que diferença faz? Porque temos que ter medo de olhares maliciosos, rizadinhas cínicas, que mal real essas coisas podem nos fazer? Nenhum. Isso é um poder mágico apenas, e, esse poder se desfaz tão logo você não tenha mais medo dele”.

Veja a entrevista completa no Youtube Digitando: “A violência verbal esquerdista contra os Conservadores”.


Pr. Cirilo Gonçalves
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