domingo, 14 de dezembro de 2014

FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS


FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS Segue adiante a história dos filósofos pré-socráticos, citando nomes dos principais filósofos, data de nascimento, falecimento, e teorias.


Período pré-socrático (séc. VII-V a.C.)

Período Naturalista pré-socrático, em que o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza.

O primeiro período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista, porque a nascente especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o princípio unitário de todas as coisas; e toma, outrossim, a denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede Sócrates e os sofistas, que marcam uma mudança e um desenvolvimento e, por conseguinte, o começo de um novo período na história do pensamento grego. Esse primeiro período tem início no alvor do VI século a.C., e termina dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V.

Surge e floresce fora da Grécia propriamente dita, nas prósperas colônias gregas da Ásia Menor, do Egeu (Jônia) e da Itália meridional, da Sicília, favorecido sem dúvida na sua obra crítica e especulativa pelas liberdades democráticas e pelo bem-estar econômico.

Os filósofos deste período preocuparam-se quase exclusivamente com os problemas cosmológicos. Estudar o mundo exterior nos elementos que o constituem, na sua origem e nas contínuas mudanças a que está sujeito, é a grande questão que dá a este período seu caráter de unidade. Pelo modo de a encarar e resolver, classificam-se os filósofos que nele floresceram em quatro escolas: Escola Jônica; Escola Itálica; Escola Eleática; Escola Atomística.

Os filósofos

Tales de Mileto (624-548 a.C.) "Água"

Tales de Mileto, fenício de origem, é considerado o fundador da escola jônica. É o mais antigo filósofo grego. Tales não deixou nada escrito, mas sabemos que ele ensinava ser a água a substância única de todas as coisas. A terra era concebida como um disco boiando sobre a água, no oceano.

Cultivou também as matemáticas e a astronomia, predizendo, pela primeira vez, entre os gregos, os eclipses do sol e da lua. No plano da astronomia, fez estudos sobre solstícios a fim de elaborar um calendário, e examinou o movimento dos astros para orientar a navegação.

Provavelmente nada escreveu. Por isso, do seu pensamento só restam interpretações formuladas por outros filósofos que lhe atribuíram uma idéia básica: a de que tudo se origina da água. Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. A cosmologia de Tales pode ser resumida nas seguintes proposições: A terra flutua sobre a água; A água é a causa material de todas as coisas. Todas as coisas estão cheias de deuses. O imã possui vida, pois atrai o ferro. 


Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.) "Ápeiron"

Anaximandro de Mileto, geógrafo, matemático, astrônomo e político, discípulo e sucessor de Tales e autor de um tratado Da Natureza, põe como princípio universal uma substância indefinida, o ápeiron (ilimitado), isto é, quantitativamente infinita e qualitativamente indeterminada.

Deste ápeiron (ilimitado) primitivo, dotado de vida e imortalidade, por um processo de separação ou "segregação" derivam os diferentes corpos. Supõe também a geração espontânea dos seres vivos e a transformação dos peixes em homens. Anaximandro imagina a terra como um disco suspenso no ar. Eterno, o ápeiron está em constante movimento, e disto resulta uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor, etc. - que constituem o mundo.

O ápeiron é assim algo abstrato, que não se fixa diretamente em nenhum elemento palpável da natureza. Com essa concepção, Anaximandro prossegue na mesma via de Tales, porém dando um passo a mais na direção da independência do "princípio" em relação às coisas particulares. Para ele, o princípio da "physis" (natureza) é o ápeiron (ilimitado).

Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do gnômon (relógio de sol) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega). Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico total. Diz-se também, que preveniu o povo de Esparta de um terremoto. Anaximandro julga que o elemento primordial seria o indeterminado (ápeiron), infinito e em movimento perpétuo.


Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.) "Ar"

Segundo Anaxímenes, a arkhé (comando) que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como o ápeiron, nem palpável demais como a água. Tudo provém do ar, através de seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas do ar. As diversas coisas que existem, mesmo apresentando qualidades diferentes entre si, reduzem-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse único elemento.

Atribuindo vida à matéria e identificando a divindade com o elemento primitivo gerador dos seres, os antigos jônios professavam o hilozoísmo e o panteísmo naturalista. Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe sua luz do Sol. Anaxímenes julga que o elemento primordial das coisas é o ar.


Heráclito de Éfeso

Heráclito nasceu em Éfeso, cidade da Jônia, de família que ainda conservava prerrogativas reais (descendentes do fundador da cidade). Seu caráter altivo, misantrópico e melancólico ficou proverbial em toda a Antigüidade. Desprezava a plebe. Recusou-se sempre a intervir na política. Manifestou desprezo pelos antigos poetas, contra os filósofos de seu tempo e até contra a religião.

Sem ter sido mestre, Heráclito escreveu um livro Sobre a Natureza, em prosa, no dialeto jônico, mas de forma tão concisa que recebeu o cognome de Skoteinós, o Obscuro. Floresceu em 504-500 a.C. - Heráclito é por muitos considerados o mais eminente pensador pré-socrático, por formular com vigor o problema da unidade permanente do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias.

Estabeleceu a existência de uma lei universal e fixa (o Lógos), regedora de todos os acontecimentos particulares e fundamento da harmonia universal, harmonia feita de tensões, "como a do arco e da lira".

Suas filosofias eram:

A. Dialética exterior, um raciocinar de cá para lá e não a alma da coisa dissolvendo-se a si mesma;

B. Dialética imanente do objeto, situando-se, porém, na contemplação do sujeito;

C. Objetividade de Heráclito, isto é, compreender a própria dialética como princípio.


Pitágoras de Samos

Pitágoras, o fundador da escola pitagórica, nasceu em Samos pelos anos 571-70 a.C. Em 532-31 foi para a Itália, na Magna Grécia, e fundou em Crotona, colônia grega, uma associação científico-ético-política, que foi o centro de irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Itália meridional e da Sicília.

Pitágoras aspirava - e também conseguiu - a fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política; isto, porém, levantou oposições contra ele e foi constrangido a deixar Crotona, mudando-se para Metaponto, aí morrendo provavelmente em 497-96 a.C.

Segundo o pitagorismo, a essência, o princípio essencial de que são compostas todas as coisas, é o número, ou seja, as relações matemáticas. Os pitagóricos, não distinguindo ainda bem forma, lei e matéria, substância das coisas, consideraram o número como sendo a união de um e outro elemento. Da racional concepção de que tudo é regulado segundo relações numéricas, passa-se à visão fantástica de que o número seja a essência das coisas.

A doutrina e a vida de Pitágoras, desde os tempos da antiguidade, jaz envolta num véu de mistério.

A força mística do grande filósofo e reformador religioso, há 2.600 anos vem, poderosamente, influindo no pensamento Ocidental. Dentre as religiões de mistérios, de caráter iniciático, a doutrina pitagórica foi a que mais se difundiu na antiguidade.

Não consideramos apenas lenda o que se escreveu sobre essa vida maravilhosa, porque há, nessas descrições, sem dúvida, muito de histórico do que é fruto da imaginação e da cooperação ficcional dos que se dedicaram a descrever a vida do famoso filósofo de Samos.

O fato de negar-se, peremptoriamente, a historicidade de Pitágoras (como alguns o fazem), por não se ter às mãos documentação bastante, não impede que seja o pitagorismo uma realidade empolgante na história da filosofia, cuja influência atravessa os séculos até nossos dias.


Zenão de Eléia

Zenão floresceu cerca de 464/461 a.C. Nasceu em Eléia (Itália). Ao contrário de Heráclito, interveio na política, dando leis à sua pátria. Tendo conspirado contra a tirania e o tirano (Nearco?), acabou preso, torturado e, por não revelar o nome dos comparsas, perdeu a vida.

Escreveu várias obras em prosa: Discussões, Contra os Físicos, Sobre a Natureza, Explicação Crítica de Empédocles. - Considerado criador da dialética (entendida como argumentação combativa ou erística), Zenão erigiu-se em defensor de seu mestre, Parmênides, contra as críticas dos adversários, principalmente os pitagóricos. Defendeu o ser uno, contínuo e indivisível de Parmênides contra o ser múltiplo, descontínuo e divisível dos pitagóricos.

A característica de Zenão é a dialética. Ele é o mestre da Escola Eleática; nela seu puro pensamento torna-se o movimento do conceito em si mesmo, a alma pura da ciência - é o iniciador da dialética.


Demócrito de Abdera

De sua vida sabemos poucas coisas seguras, mas muitas lendas. Viagens extraordinárias, a ruína material, as honras que recebeu de seus concidadãos, sua solidão, seu grande poder de trabalho. Uma tradição tardia afirma que ele ria de tudo...

Demócrito e Leucipo partem do eleatismo. Mas o ponto de partida de Demócrito é acreditar na realidade do movimento porque o pensamento é um movimento. Esse é seu ponto de ataque: o movimento existe porque eu penso e o pensamento tem realidade. Mas se há movimento deve haver um espaço vazio, o que equivale a dizer que o não-ser é tão real quanto o ser. Se o espaço é absolutamente pleno, não pode haver movimento.

São características de seu pensamento:

  • Gosto pela ciência. Aitíai. Viagens.
  • Clareza. Aversão ao bizarro.
  • Simplicidade do método.
  • Arrojo poético (poesia do atomismo).
  • Sentimento de um progresso poderoso.
  • Fé absoluta em seu sistema.
  • O Mal excluído de seu sistema.
  • Paz de espírito, resultado do estudo cientifico. Pitágoras.
  • Inquietações míticas: racionalismo.
  • Inquietações morais: ascetismo.
  • Inquietações políticas: quietismo.
  • Inquietações conjugais: adoção de filhos.

Conclusão

Após termos estudado o tema abordado neste trabalho, vimos que os filósofos pré-socráticos foram de extrema importância para o desenvolvimento do pensamento ao longo dos anos. Foram esses que iniciaram o estudo de uma das ciências mais importantes, a ciência das ciências: a Matemática.

 

 

 

Pesquisa de Hugo Leonardo C. Ferreira



Pr. Cirilo Gonçalves
Evangelista da IASD - AP, SP
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

REVITALIZANDO A PREGAÇÃO PELA PREGAÇÃO BÍBLICA - 2 TIMÓTEO 4.1-4


REVITALIZANDO A PREGAÇÃO PELA PREGAÇÃO BÍBLICA

TEXTO: 2 Timóteo 4:1-4

INTRODUÇÃO:

  1. É melhor ser dividido pela pregação da verdade do que unido no ecumenismo pela operação da mentira.
  2. É melhor pregar a verdade que machuca e depois cura, do que palavras agradáveis que confortam, mas depois matam.
  3. É melhor anunciar a verdade bíblica de forma nua e crua do que agradáveis filosofias (fábulas) que desviam da verdade (Tito 1.13-14).

I. PARA REVITALIZAR A PREGAÇÃO: PREGA A PALAVRA

A. Cumpre o ministério (4:1-8).

1. Nestas cartas para Timóteo, Paulo tem enfatizado a importância da pregação da sã doutrina (veja 1 Timóteo 1:3-7, 18-20; 4:1-3; 6:3-5; 2 Timóteo 1:13; 3:1-9). Este serviço é para Deus e não para homens, pois Deus é quem julgará a todos (4:1). Portanto, observemos algumas considerações importantes do trabalho de evangelista:

(a) "Prega a palavra" (4:2): deve-se pregar a palavra de Deus, e não as idéias dos homens. Somente a palavra de Deus é suficiente para corrigir, repreender, e exortar pessoas para salvação (veja 2 Timóteo 3:16-17).

(b) "Quer seja oportuno, quer não" (4:2): por causa da certeza do julgamento de Deus, ser pregador do evangelho da salvação é um trabalho de urgência (veja Atos 17:30-31). Portanto, o evangelista deve pregar a palavra em todo lugar e sob todas as condições.
(c) "Pois... não suportarão a sã doutrina" (4:3-5): é necessário sempre pregar a verdade do evangelho justamente porque muitos não a pregam. Alguns procuram atualizar o evangelho para que este seja mais agradável aos ouvintes. A Bíblia, porém, ensina que a palavra de Cristo julgará a todos no último dia (veja João 12:48), e que qualquer mudança trará somente a condenação (2 João 8-11).

2. A vida de Paulo é um exemplo notável deste trabalho. Encarando a certeza de sua morte (4:6), ele reflete com confiança sobre seu serviço ao Senhor. Combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé, exatamente como ensinou Timóteo a fazer (4:7; veja 1 Timóteo 1:18; 2 Timóteo 2:3-7; 1:13-14). Todos aqueles que amam a vinda de Cristo estarão se preparando e preparando outros, com a pregação do evangelho puro, para que possam receber o galardão de Deus (4:8).

B. Visão geral de 2 Timóteo Capítulo 4:9-22.

1. Paulo mostra seu desejo de ver Timóteo e diz que todos, exceto Lucas, foram embora (4:9-11, 21). Alguns foram pregar em outros lugares (4:10-12). Outros abandonaram Paulo na sua hora de aflição (4:10,16). Antes, Paulo chamou Demas de "cooperador" (Filemom 24), mas agora, vê que os interesses dele são do "presente século" e não das coisas do Senhor (veja 2 Timóteo 2:4). Alexandre resistiu fortemente à palavra que Paulo pregava (4:14-15). Mesmo assim, Paulo não desfaleceu, porque o Senhor permaneceu fiel (4:17-18). Se o nosso foco for o Senhor e a sua palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará.

2. A carta termina com a tradicional troca de saudações entre irmãos fiéis (4:19-21), e com os desejos de Paulo pela graça e a presença do Senhor para com Timóteo (4:22). O amor do Senhor e dos servos fiéis deve motivar o evangelista a pregar para que outros possam se converter a Deus.

II. A VERDADE INCOMODA ÀQUELES QUE VIVEM O CONFORTO DAS DOUTRINAS ERRADAS (2 Tim 4:2-3)

  1. Ainda que muitos sejam incomodados pela pregação da pura Palavra da Verdade, o cristão deve instar a todos a tempo e fora de tempo.
  2. Embora os incomodados possam odiar o proclamador da verdade, é melhor ser odiado por anunciar a verdade do que apreciado por apregoar doutrinas adulteradas.
  3. Mesmo que muitos já não suportem a sã doutrina, a ordem de Deus é “admoesta, repreende e exorta, com toda a longanimidade e ensino”.
  4. Paulo escreve que, nos últimos tempos “alguns apostatarão da fé” (desviarão dos propósitos de Jesus Cristo), distorcendo o evangelho de modo a aceitar o que é ilícito como se fosse normal, desviando as pessoas do genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo. (1Timóteo 4:1-4). O termo apostatar-se significa desviar-se ou afastar-se. Esse sinal já está acontecendo nos dias de hoje. Muitas autoridades das igrejas têm distorcido o verdadeiro evangelho, dando lugar ao orgulho. Exemplo: Tim Lahaye e Jerry B. Jenkins, em seu livro Estamos vivendo os últimos dias? Citam o bispo episcopal de New Jersey (EUA) John Shelby Spong, que escreveu o livro Why Cristianity should change or die (Por que o Cristianismo deve mudar ou morrer), onde ele afirma que: (1) A ressurreição de Cristo não foi real, mas uma lenda. (2) Não houve túmulo vazio, nem anjos, nem aparições. (3) Nenhuma pessoa racional pode crer na interpretação literal da Bíblia. (4) A virgem de uma Bíblia literal, Belém e a manjedoura, têm de sumir. (5) A igreja deve apoiar ativamente, e até celebrar relações extraconjugais. (6) A Palavra de Deus nos alerta que as igrejas apóstatas infelizmente terão seus seguidores, além dos falsos mestres (2 Timóteo 4:3-4).

III. A VERDADE É RECUSADA POR AQUELES QUE DESEJAM SEGUIR SUAS PRÓPRIAS COBIÇAS (Tim 4:1, 3-4).

  1. Ainda que muitos recusem a dar ouvidos à verdade, ela deve ser proclamada a alto e bom som por todos os verdadeiros cristãos.
  2. Embora os que recusam dar ouvidos à verdade por desejarem ouvir palavras que afagam o orgulhoso, egoísta e corrupto coração, o Espírito Santo estimula: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e de Cristo... prega a Palavra”.
  3. Mesmo que muitos que te ouça recusem à verdade e voltem às fábulas, é melhor ficar sozinho por causa da verdade do que acolhido na multidão por causa da mentira.

IV. A VERDADE PRECISA SER ANUNCIADA MESMO EM FACE À OPOSIÇÃO (Tim 4:5)

    1. Ainda que ao pregar a pura verdade bíblica sofras aflições da parte da oposição, jamais deves te calar.
    2. Embora o verdadeiro evangelho seja odiado e o falso apreciado, você deve fazer a obra de evangelista.
    3. Mesmo que tenhas grandes desafios para proferir a verdade àqueles que preferem a mentira, Deus te ordena a cumprir bem o teu ministério.

CONCLUSÃO:

    1. Chegou o tempo em que as pessoas preferem os mestres que falam o que as pessoas querem ouvir e não o que devem ouvir: Ainda que as pessoas queiram ouvir aquilo que dá coceira nos ouvidos (prazer), a verdade que fere o orgulho, a arrogância e as crendices populares deve ser proclamada.
    2. Chegou o tempo em que a sã doutrina é rejeitada para dar lugar à ambição, egoísmo e materialismo: Embora as pessoas deixem o conforto de seu lar para ir à igreja em busca de palavras que as lisonjeiam, a Palavra que admoesta, exorta e repreende deve ser exaltada e anunciada.
    3. Chegou o tempo em que a mentira e a falsidade estão em alta: Mesmo que não sejas popular, apreciado e aclamado pelos teus sermões baseados na Palavra, não os abandone por mensagens de autoajuda, recortes de jornal, artigos de revistas, etc., ainda que estas sejam mais atraentes, eletrizantes e emocionantes.
    4. Deus chama todos os cristãos à responsabilidade: “Prega a Palavra”.
    5. Deus insiste com todos os seus servos: “insta a tempo e fora de tempo”.
    6. Deus suplica a todos os Seus mensageiros: “admoesta, repreende e exorta, com toda longanimidade e ensino”.

Pr. Cirilo Gonçalves
Evangelista da Igreja Adventista do Sétimo Dia - Associação Paulistana, SP.
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domingo, 7 de dezembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO NA REVITALIZAÇÃO DA IGREJA - 1 TIMÓTEO 2.1-8


A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO NA REVITALIZAÇÃO DA IGREJA

TEXTO BASE: I Timóteo 2:1-8

INTRODUÇÃO:
  1. C. H. Spurgeon, o famoso pregador inglês do século dezenove, prendia a atenção de multidões no Tabernáculo Metropolitano, em Londres. Certa vez, ele estava mostrando o Tabernáculo a alguns visitantes e, depois que tinham visto o auditório principal, Spurgeon disse: “Venham ver o sistema de aquecimento.” Para a surpresa dos visitantes, ele os conduziu ao aposento em que cerca de quatrocentas pessoas estavam participando de um culto de oração.
  2. Cristo lamenta a mornidão de Sua igreja nos últimos tempos, dizendo: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente!” (Apoc. 3:15).
  3. A cura dessa doença espiritual está em que cada igreja local tenha a espécie de sistema de aquecimento desfrutado pelo Tabernáculo Metropolitano.  Orações em conjunto, que ocorram com regularidade, revitalizarão a vida espiritual da igreja. A frieza ou mornidão de uns para com os outros será substituída pelo respeito mútuo e por cordiais relacionamentos cristãos. O formalismo, as exterioridades e a mera profissão religiosa desaparecerão ante a inspiradora atuação do Espírito Santo e o Revitalizante amor de Jesus Cristo.
  1. ORAÇÃO INTERCESSORA NA IGREJA. (1 Tim 2:1-4)
  1. O Apóstolo Paulo recomendou à Timóteo que a igreja orasse intercessoriamente não apenas por ela, mas por todas as pessoas, inclusive pelas autoridades públicas como os reis. Essa prática é agradável a Deus. Disse:
  1. “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens”.
  2. “pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade”.
  3. “Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”. (1 Tim 2:1-4).
  1. Exemplos bíblicos de oração intercessora pelos perdidos e que mudaram o curso de sua história.
  1. Daniel 2.17-23, 46-48. Deus revelou a Daniel e aos seus três companheiros, o mesmo sonho dado a Nabucodonosor. Por isso os 4 não morreram e nem grupo de sábios da corte.
  2. Daniel 3.20, 24-25. Deus livrou os três companheiros de Daniel da fornalha de fogo ardente. Isto é, o fogo não os queimou e eles saíram ilesos do fogo como um testemunho poderoso para a conversão do rei.
  3. Daniel 10.2, 13-14. Depois das orações de Daniel, um homem vestido de linho veio a ele dizendo tudo o que precisava saber sobre o seu povo nos “últimos dias” (verso 14).
  4. Atos 12.1-14. Quando o Apóstolo Pedro foi preso sob as ordens de Herodes, a igreja orou incessantemente (verso 5) e Deus enviou um anjo (verso 7-8) para livrá-lo da prisão. O apóstolo reconheceu que o seu Senhor realizou uma obra de libertação ao enviar um anjo à cela onde ele estava (verso 11).
  1. O THELO DE DEUS. (1 Tim 2:4)
  1. “O termo deseja é tradução da palavra grega “thelo”, que significa desejar, querer, ter prazer em. O desejo de Deus é que o Evangelho progrida, que seus efeitos  sejam ampliados até se tornarem universais”. 
  2. Vemos nesse capítulo uma disputa entre a Filosofia gnóstica, que era muito forte na época de Paulo e a filosofia cristã. Sobre essa disputa Champlim apresenta os seguintes pontos:
  1. “Os mestres gnósticos negavam até mesmo a possibilidade de salvação para a maioria dos homens”.
  2. “Em contraste com isso, Paulo mostra  que o próprio Deus está interessado na salvação de todos os homens”.
  3. “Os gnósticos pensavam que a maioria dos homens está de tal forma envolvida e imersa na matéria, que se tornaram escravos totais da mesma e do mal por ela representado; e, assim sendo, sob hipótese alguma, podem libertar-se a fim de buscar e obter a salvação. Noutras palavras, eles negavam a doutrina do livre-arbítrio humano”.
  4. “Em contraste com isso, Paulo mostra-nos que deveríamos orar em favor de todos os homens (o que é comentado no verso 1), e isso visando a salvação deles. Ora, isso deixa entendido que todos os homens poderiam exercer sua vontade e assim vir a confiar em Cristo, e dessa maneira, obter a salvação. Não há que duvidar que o trecho de João 12:32, subentende que todos os homens podem ‘escolher de modo correto’, deixando-se atrair por Cristo”.  
  1. HÁ UM SÓ DEUS E UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS
  1. O ensino paulino – cristão – sobre o verdadeiro Deus e Sua atuação no planeta e a mediação de Cristo. Combate direto ao pensamento gnóstico.
  1. Os gnósticos contavam com uma doutrina “deísta” a respeito de Deus. Imaginavam que a matéria é má por si mesma, e, sendo, Deus nunca poderia aproximar-se dela, pois, em tal caso, ficaria contaminado. Portanto, segundo pensavam, para que Deus pudesse exercer controle sobre esta crassa dimensão terrena, eles falavam sobre muitas “emanações” (os “aeons ou seres angelicais”), que exerceriam influencia sobre esferas a eles distantes, incluindo nosso planeta. Um desses supostos “aeonns” teria sido o criador desta terra. Para os gnósticos, entretanto, esse não era o Grande Deus, mas apenas alguma emanação distante do verdadeiro Deus. Para todos os efeitos práticos, pois, Deus não teria o mínimo contato direto com a terra.
  2. Para os gnósticos, os diversos “aeons” eram “pequenos deuses” em suas respectivas esferas de influencia, eram mediadores do verdadeiro Deus, e serviam para abrir o caminho até ele. Em outras palavras alguns poucos homens poderiam retornar a Deus, através da ajuda dos “aeons”.
  3. A decidida declaração monoteísta  de Paulo, que aqui se lê, tinha por escopo contradizer a tais noções, além de asseverar a existência do Deus teísta, ou seja, o Deus que está interessado pelo homem que criara, que mantém o contato com ele, e que tanto castiga quanto recompensa, conforme o caso. Existe apenas um único Deus; existe apenas Mediador (e não uma imensa lista deles, os supostos aeons). Deus entra em contato direto com os homens (posição do teísmo), através do Senhor Jesus Cristo (o teísmo cristão). Não há necessidade de muitos “pequenos deuses”, para que os seres humanos recebam benefícios espirituais.
  1. O PAPEL DA ORAÇÃO NO PROCESSO DA REVITALIZAÇÃO DA IGREJA
  1. Oração e Adoração. (1) A oração faz parte da liturgia do culto cristão, a qual faz parte da adoração coletiva. (2) A oração também faz parte da adoração individual. (3) Quando lemos em Ef 6.18 “Orando em todo tempo no Espírito”, vemos tanto adoração como submissão ao Senhor. (4) A oração incorpora em si as atitudes essenciais da adoração, como a confiança em Deus, a submissão à Sua vontade, a adoração à Sua pessoa, o louvor devido às obras divinas entre os homens. (5) Quando a oração transcende ao mero ato de pedir, torna-se um ato de adoração, em sua própria essência. Sendo esse um ato de adoração, a oração é um estado no qual muito aprendemos de Deus; e assim a sua vontade pode cumprir-se em nós, transformando-nos conforme a imagem de Cristo.
  2. Ensinamentos de Paulo sobre a Oração.  (1) Paulo nos deixou grande exemplo de orações práticas (Col 1.3; 4.12; Fil 1.4; 1 Tess 1.2; Rom 1.9 e File 4). (2) A oração consiste em adoração (Ef 5.19; Col 3.16) particular e coletiva. (3) Faz intercessão em prol de todos os homens (1 Tim 2.1), como também é intercessão do Espírito Santo em favor dos homens (Rom 8.26) e de Cristo em favor dos homens (Rom 8.24). (4) A oração é exigente, pois requer perseverança (Rom 15.30; Col 4.12; Ef 6.18 e 1 Tess 5.17). (5) A oração é uma expressão de ação de graças (Rom 1.8 e ss). (6) A oração aprofunda nossa comunhão com Deus (2 Cor 12.7 e ss). (7) A oração visa ao crescimento e ao crescimento espiritual de outros crentes (Ef 1.18 e ss; 3.13 e ss). (8) A oração solicita a salvação dos perdidos (1 Tim 2.4). (9) A oração é feita no “Espírito”, como exercício espiritual, que se vale do poder divino (Ef 6.18). (10) A oração chega mesmo a ser um dom do Espírito Santo (1 Cor 14.14-16). (11) Portanto temos que orar sem sessar (2 Tess 5.17).

CONCLUSÃO: Vamos estabelecer um plano de oração? Vamos começar a nível individual? Eu sugiro que você comece uma semana de oração na sua madrugada. Estabeleça um horário na madrugada e passe pelo menos 30 minutos com Deus e vá aumentando dia após dia. Faça isso durante uma semana e você não conseguirá parar. Porque o Senhor Jesus Cristo vai REVITALIZAR a sua vida para a Sua Glória.

Pr. Cirilo Gonçalves
Evangelista da Igreja Adventista do Sétimo Dia - Associação Paulistana, SP.
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

CRONOLOGIA DA CONTROVERSIA ARIANA


CRONOLOGIA DA CONTROVERSIA ARIANA

A Chronology of the Arian Controversy

 

256 - Líbia - Nascimento de Ário.

311 - Egito - Ário é ordenado presbítero pelo bispo Aquiles de Alexandria, sucessor de Pedro, martirizado em 311.

311 - Palestina - Eusébio é sagrado bispo de Cesaréia em algum momento entre 311 e 318.

312 - Egito - Alexandre é sagrado bispo de Alexandria.

317 - Ásia Menor - Eusébio, um seguidor de Luciano de Antioquia, torna-se bispo de Nicomédia.

318 ou 319 - Egito - Em uma discussão informal sobre a Trindade entre o bispo Alexandre e seus presbíteros, Ário acusa Alexandre de sabelianismo. Ele continua dando forma a sua visão adocionista seguindo a teologia de Luciano de Antioquia. Mais tarde, Alexandre de Alexandria convoca um concílio que condena e exila Ário. Este então escreve sua Carta a Eusébio de Nicomédia na qual se queixa de ter sido injustamente perseguido. A carta menciona que Eusébio de Cesaréia e muitos outros bispos orientais também foram condenados. Ário então viaja a Nicomédia a convite de Eusébio, após o que Eusébio começa uma campanha, mediante cartas aos bispos da Ásia Menor, apoiando Ário. Por esse fervoroso respaldo a Ário, Eusébio “transforma o que poderia ter sido uma disputa egípcia numa controvérsia ecumênica” (Quasten III, 91).

Em algum momento do mesmo ano, Alexandre escreve sua Epístola Católica na qual informa a seus companheiros bispos que Eusébio de Nicomédia está também propagando a heresia ariana. Ele adverte seus colegas que não sigam Eusébio, porque do contrário eles também cairão na apostasia.

320 - Ásia Menor - Enquanto se encontra em Nicomédia, Ário escreve sua Carta a Alexandre de Alexandria, na qual apresenta outro resumo de suas opiniões. Aproximadamente no mesmo momento, Ário escreve O Banquete (ou a Thalia), talvez numa tentativa de popularizar sua doutrina. Só sobrevivem fragmentos desse trabalho, a maioria na forma de citações nos escritos de Atanásio.

324 - Egito - Alexandre escreve uma Carta a Alexandre de Constantinopla que é também enviada aos bispos fora do Egito. Nessa carta, Alexandre adverte seus companheiros bispos do perigo que contém a ameaça ariana. Ele também menciona Luciano de Antioquia e Paulo de Samósata como os verdadeiros iniciadores dessa heresia.

325 - Palestina - Nos primeiros meses do ano, Ósio, um representante do imperador Constantino, preside um concílio antiariano em Antioquia. Esse concílio condena Eusébio de Cesaréia por ser um seguidor ariano e formula um credo doutrinal a favor da teologia de Alexandre.

325 - Ásia Menor - Constantino convoca o Concílio de Nicéia para desenvolver uma fórmula de fé que possa unificar a Igreja. Redige-se o Credo Niceno, declarando que o Pai e o Filho são da mesma substância (homoousios), tomando uma posição claramente antiariana. Ário é exilado na Ilíria.

327 - Ário e Euzônio escrevem uma Carta ao Imperador Constantino. Essa carta inclui um credo que tenta mostrar a ortodoxia da posição ariana e uma petição para serem restituídos à Igreja.

328 - Constantino ordena que Ário retorne do exílio na Ilíria.

328 - Egito - Alexandre de Alexandria morre a 17 de abril. Atanásio é sagrado bispo de Alexandria a 18 de junho.

335 - Palestina - Um Pronunciamento do Sínodo de Tiro e Jerusalém restitui a Ário e seus amigos a comunhão com a Igreja. Tanto Eusébio de Cesaréia como Eusébio de Nicomédia têm papéis importantes nesse sínodo. Atanásio é deposto e vai queixar-se ao imperador Constantino, com quem se encontra na metade do caminho. Diante da persistência de Atanásio em demandar uma audiência, Constantino aceita escutar seu protesto. O imperador então escreve sua Carta aos Bispos Reunidos em Tiro pedindo que se encontrem em sua presença para discutir o tema. Alguns dos bispos começam a voltar a suas casas, mas Eusébio de Nicomédia vai-se encontrar com Constantino e sua consorte.

336 - O imperador concorda com o que foi decidido no concílio a respeito de Atanásio e exila-o em Trieste.

336 - Marcelo, bispo de Ancira, é deposto em um concílio em Constantinopla. Ele havia escrito um tratado em 335 defendendo a teologia nicena, mas foi considerado um sabeliano por seus oponentes.

336 - Grécia - Ário morre repentinamente em Constantinopla na tarde anterior à cerimônia formal na qual iria reaver seu estado presbiterial.

337 - Ásia Menor - Eusébio de Nicomédia batiza Constantino, que morre a 22 de maio em Nicomédia. Sua apologia é pronunciada por Eusébio de Cesaréia. O império se divide entre seus três filhos: Constâncio no Oriente, Constantino II toma a Bretanha e as Gálias e Constante, a Itália e a Ilíria. Em 17 de junho Constâncio ordena o retorno de Atanásio a Alexandria.

338 - Grécia - Eusébio de Nicomédia é designado bispo de Constantinopla.

338 - Palestina - Um concílio em Antioquia depõe Atanásio e ordena um segundo exílio.

339 - Egito - Atanásio se apressa a voltar a Alexandria antecipando-se à expulsão. Gregório, um homem da Capadócia (não é Gregório de Nazianzo ou Gregório de Nissa) toma posse da sede do bispo Atanásio.

339 - Eusébio de Cesaréia morre no fim de 339 ou no início de 340.

340 - Depois da morte de Constantino II, Constante passa a ser o único governante do Ocidente. Ele apóia os nicenos e Atanásio, enquanto seu irmão no Oriente, Constâncio, como sabemos, se opõe à teologia nicena. Também Júlio I, bispo de Roma, recebe Marcelo e Atanásio em comunhão com a Igreja de Roma.

341 - Palestina - Realizam-se dois concílios arianos em Antioquia durante esse ano, o primeiro por ocasião da dedicação de uma igreja que fora começada sob a direção do imperador Constantino. Dos 97 bispos presentes, nenhum é do ocidente e muitos são hostis a Atanásio. Durante esse concílio, são escritas a Primeira e a Segunda Confissão Ariana, iniciando, desse modo, uma tentativa de produzir uma doutrina formal de fé oposta ao Credo Niceno (a Segunda Confissão Ariana é também conhecida como o Credo da Dedicação). A Quarta Confissão Ariana é escrita no segundo concílio do ano. Os bispos orientais negam ser arianos, elaborando a seguinte declaração: “Como, sendo bispos, deveríamos seguir um sacerdote?” (O sacerdote a que se referem é obviamente Ário).

341 - Eusébio de Nicomédia morre no inverno de 341-342.

342 ou 343 – Constante convoca um concílio na Sárdica numa tentativa de restaurar a unidade da Igreja. O concílio é um fiasco. Os bispos orientais e ocidentais se separam e denunciam-se uns aos outros. Os ocidentais publicam uma declaração que é considerada um ataque ao arianismo e os orientais retiram-se para Filipópolis, onde elaboram uma declaração fechada em Sárdica que justifica a deposição de Atanásio e Marcelo e condena Júlio I e outros. A isso se junta o 4º credo de Antioquia com anátemas adicionais dirigidos a Marcelo.

344 - Realiza-se outro concílio ariano em Antioquia. Aqui, o concílio redige a Quinta Confissão Ariana (ou Macrostich), a qual é bem mais longa que as confissões escritas em Antioquia em 341. O Macrostich é o credo oriental da Sárdica mais oito parágrafos dirigidos aos bispos ocidentais.

345 - Itália - Realiza-se um concílio em Milão. Os bispos ocidentais lêem o Macrostich.

345 - Egito - Gregório, bispo de Alexandria, morre em junho.

346 - Egito - Atanásio é restituído à sede alexandrina.

347 - Itália - Realiza-se um segundo concílio em Milão.

350 - O rebelde Magnésio assassina Constante.

351 - Um segundo concílio é convocado em Sirmium sob a supervisão de Basílio de Ancira. É escrita a Sexta Confissão Ariana (ou Primeira de Sirmium), que parece ser uma revisão aumentada da Quarta Confissão Ariana escrita em 341.

353 - Um concílio dirigido contra Atanásio é realizado em Arles no outono.

353 - Constâncio derrota Magnésio e se torna o único governante do império; ao desaparecer Constante, que apoiava os nicenos, ele trabalha para eliminar a teologia nicena.

355 - Itália - Realiza-se um concílio em Milão. Atanásio é condenado novamente.

356 - Egito - Atanásio é deposto a 8 de fevereiro, começando o terceiro exílio.

356 - George é nomeado bispo de Alexandria. Aécio, que afirma que o Filho é distinto (anomoios, daí o título de anomoeanismo) e não pode ser da mesma essência ou similar ao Pai, exerce influência sobre George.

357 - Palestina - Eudóxio, outro teólogo influenciado por Aécio, torna-se bispo de Antioquia.

357 - O terceiro concílio de Sirmium se realiza durante o inverno. Redige-se a Sétima Confissão Ariana (ou Segunda de Sirmium), também chamada “A Blasfêmia”. Os bispos ocidentais se esforçam o mais que podem para alcançar um acordo com os arianos. Tanto homoousios (de uma essência) como homoiousios (de distinta essência) são evitados por serem antibíblicos, e chega-se a um acordo de que o Pai é maior que seu Filho subordinado.

358 - Um concílio realizado em Ancira sob a liderança de seu bispo, Basílio, dá a conhecer uma declaração usando o termo homoiousios. Os bispos participantes são considerados “semi-arianos”.

359 - Realiza-se o quarto concílio de Sirmium a 22 de maio. Redige-se a Quarta Confissão de Sirmium (ou o Credo Fechado). Propõe-se uma fórmula de compromisso, que não é técnica, mas feita para agradar a todos (embora seja demasiado diluída para fazer algum bem).

359 - Constâncio convoca dois concílios para finalizar o que Nicéia havia começado, ou seja, para desenvolver um credo que unificará a Cristandade. O Sínodo de Ariminum (Rimini) é realizado no Ocidente durante o mês de maio e participam mais de 400 bispos. O Sínodo de Selêucia acontece em outubro ou dezembro e dele participam cerca de 160 bispos. Aqui se escreve a Nona Confissão Ariana, que afirma que Cristo é “como o Pai”, enquanto anatematiza os anomoeanos. Finalmente, ambos os concílios se põem de acordo com essa fórmula de fé, semi-ariana, embora não se especifique como o Filho é igual ao Pai. De qualquer modo, esse acordo parece ter sido forçado em Ariminum, o qual teria terminado, se não fosse assim, a favor de Nicéia.

360 - Grécia - Realiza-se um concílio em janeiro para revisar as conclusões de Ariminum e Selêucia do ano anterior. Redige-se a Décima Confissão Ariana. Jerônimo escreve em relação a esse concílio, vinte anos mais tarde, que “o mundo despertou um dia e gemeu ao ver-se ariano”.

360 - As tropas de Constâncio enfrentam dificuldades e estão sendo derrotadas. As forças gálicas declaram Juliano - primo de Constâncio - imperador, ao invés de dar seu apoio ao decadente Constâncio.

361 - Constâncio morre a 3 de novembro, depois de nomear Juliano imperador.

361 - Palestina - Realiza-se um concílio em Antioquia enquanto se instala Euzônio como bispo de Antioquia (Euzônio havia sido excomungado com Ário em 318 e 325 e readmitido com ele em 335). Durante esse concílio, escreve-se a Décima-Primeira Confissão Ariana. Esse credo é fortemente anomoeano, o que leva Atanásio a observar que os arianos tinham retornado às primeiras doutrinas forjadas por Ário.

373 - Atanásio morre a 3 de maio.

373 - Grécia - O Primeiro Concílio (segundo ecumênico) de Constantinopla se realiza para rever a controvérsia desde Nicéia. Sob a direção de Gregório de Nazianzo, reavalia-se o Credo Niceno, que é aceito com a junção das cláusulas sobre o Espírito Santo e outros temas.

383 - Revisam-se as decisões do Primeiro Concílio de Constantinopla. 383 pode ser identificado como o ano em que terminou a controvérsia ariana, ou seja, a Igreja finalmente aceitou uma fórmula de fé não-ariana que não foi mais questionada por outras confissões arianas. Embora os arianos continuem existindo durante muito tempo ainda, a agenda teológica da Igreja se desvia da Trindade e se precipita em outra controvérsia, a cristológica do século V.”


ADAPTADO DE Anthony Beavers e Robert Rivers, A Chronology of the Arian Controversy.
POR - Pr. Cirilo Gonçalves
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