ELES
SÃO CAPAZES DE TUDO ISTO
A revista Nova Escola da Editora Abril de Novembro
de 2013, apresentou um artigo inspirador de Beatriz Santomauro e Bruna
Nicolielo com o título Eles são Capazes
de Tudo Isto. O breve artigo lança a cidade italiana de Reggio Emilia como
modelo e inspiração para as escolas brasileiras.
A cidade italiana de
Reggio Emilia expõe trabalhos infantis por todo canto. Os trabalhos são
considerados pelos turistas, moradores, pais, professores como obras que
orientam a pesquisa e os projetos nas mais variadas áreas do saber. Um
diferencial desse método que surgiu depois da Segunda Guerra Mundial, é a
participação livre dos pais em todo processo ensino aprendizagem.
O educador italiano
Loris Malaguzzi (1920-1994) deu respaldo ao projeto introduzindo na rede
pública de ensino da cidade a ideia da Pedagogia
da Escuta, em que a criança é a peça principal no seu processo de
conhecimento. “Essa ideia está ligada à disposição de ouvir os outros e a si
próprios. Mesmo os bem pequenos constroem conhecimento que merece ser
considerado” diz Bruna Elena Giacopini, educadora de Reggio Emilia. Para Loris
Malaguzzi a criança tem inúmeras formas de pensar, de se exprimir, de entender
e de se relacionar. Malaguzzi estudou especialmente Jean Piaget, John Dewey e
Lev Vygosky para propor o método que usa a linguagem gráfica para explorar as
formas de aprender das crianças. Desenhando por exemplo, as crianças analizam o
tema de estudo e comunicam suas ideias, mesmo antes de estarem alfabetizadas.
As propostas
inovadoras de Malaguzzi incluem pesquisas, produções artísticas, produções de
textos, observação, discussão, entrevistas, explorações de números e outros
mecanismos. Porém o que mais chama a atenção de todos que visitam esse modelo
de ensino é a participação livre dos pais que entram na escola qualquer hora
para dar atenção e brincar com seus filhos.
Entre muitas verdades
que me chamaram a atenção nesse artigo, posso destacar os espaços
intencionalmente preparados para despertar na criança a criatividade e a
interação com as outras crianças e com os adultos nas mais variadas funções. “As
salas são amplas e interligadas, a cozinha é envidraçada para que crianças e
funcionários interajam, o pátio tem áreas ao ar livre que favorecem a
exploração e a curiosidade. Nos corredores, são afixados os trabalhos das
crianças e por todos os ambientes fica evidente o cuidado com a estética”. Há,
também parcerias com indústria para se reaproveitar os seus objetos que são
cuidadosamente selecionados e viram verdadeiras obras artísticas nas mãos das
crianças e de seus mestres. Assim essas obras orientam o desenvolvimento do
pensamento pedagógico e de pesquisas cientificas. Tudo que as crianças fazem,
do começo ao fim é cuidadosamente registrado em foto e vídeo. Posteriormente o
material recolhido é apresentado aos pais, professores e ficam em ambientes de
exposição na própria escola para todos presenciarem.
Essa é a escola dos
sonhos. Dificilmente será reproduzida aqui no Brasil, porém muito se pode
copiar e adaptar à nossa realidade. Uma grande verdade pode-se tirar da forma
reggiana, o interesse altíssimo e a dedicação responsável da política local, da
direção da escola, do corpo docente e dos pais na formação educacional da
criança para uma sociedade melhor e mais avançada em todas as áreas do
conhecimento e, mais, a valorização da capacidade produtora da criança no
avanço de novas metodologias cientificas no processo educacional.
Pr. Cirilo Gonçalves
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