sexta-feira, 28 de março de 2014

SISTEMA EDUCACIONAL DA CIDADE ITALIANA - REGGIO EMILIA


ELES SÃO CAPAZES DE TUDO ISTO
A revista Nova Escola da Editora Abril de Novembro de 2013, apresentou um artigo inspirador de Beatriz Santomauro e Bruna Nicolielo com o título Eles são Capazes de Tudo Isto. O breve artigo lança a cidade italiana de Reggio Emilia como modelo e inspiração para as escolas brasileiras.

A cidade italiana de Reggio Emilia expõe trabalhos infantis por todo canto. Os trabalhos são considerados pelos turistas, moradores, pais, professores como obras que orientam a pesquisa e os projetos nas mais variadas áreas do saber. Um diferencial desse método que surgiu depois da Segunda Guerra Mundial, é a participação livre dos pais em todo processo ensino aprendizagem.

O educador italiano Loris Malaguzzi (1920-1994) deu respaldo ao projeto introduzindo na rede pública de ensino da cidade a ideia da Pedagogia da Escuta, em que a criança é a peça principal no seu processo de conhecimento. “Essa ideia está ligada à disposição de ouvir os outros e a si próprios. Mesmo os bem pequenos constroem conhecimento que merece ser considerado” diz Bruna Elena Giacopini, educadora de Reggio Emilia. Para Loris Malaguzzi a criança tem inúmeras formas de pensar, de se exprimir, de entender e de se relacionar. Malaguzzi estudou especialmente Jean Piaget, John Dewey e Lev Vygosky para propor o método que usa a linguagem gráfica para explorar as formas de aprender das crianças. Desenhando por exemplo, as crianças analizam o tema de estudo e comunicam suas ideias, mesmo antes de estarem alfabetizadas.

As propostas inovadoras de Malaguzzi incluem pesquisas, produções artísticas, produções de textos, observação, discussão, entrevistas, explorações de números e outros mecanismos. Porém o que mais chama a atenção de todos que visitam esse modelo de ensino é a participação livre dos pais que entram na escola qualquer hora para dar atenção e brincar com seus filhos.

Entre muitas verdades que me chamaram a atenção nesse artigo, posso destacar os espaços intencionalmente preparados para despertar na criança a criatividade e a interação com as outras crianças e com os adultos nas mais variadas funções. “As salas são amplas e interligadas, a cozinha é envidraçada para que crianças e funcionários interajam, o pátio tem áreas ao ar livre que favorecem a exploração e a curiosidade. Nos corredores, são afixados os trabalhos das crianças e por todos os ambientes fica evidente o cuidado com a estética”. Há, também parcerias com indústria para se reaproveitar os seus objetos que são cuidadosamente selecionados e viram verdadeiras obras artísticas nas mãos das crianças e de seus mestres. Assim essas obras orientam o desenvolvimento do pensamento pedagógico e de pesquisas cientificas. Tudo que as crianças fazem, do começo ao fim é cuidadosamente registrado em foto e vídeo. Posteriormente o material recolhido é apresentado aos pais, professores e ficam em ambientes de exposição na própria escola para todos presenciarem.

Essa é a escola dos sonhos. Dificilmente será reproduzida aqui no Brasil, porém muito se pode copiar e adaptar à nossa realidade. Uma grande verdade pode-se tirar da forma reggiana, o interesse altíssimo e a dedicação responsável da política local, da direção da escola, do corpo docente e dos pais na formação educacional da criança para uma sociedade melhor e mais avançada em todas as áreas do conhecimento e, mais, a valorização da capacidade produtora da criança no avanço de novas metodologias cientificas no processo educacional.

Pr. Cirilo Gonçalves 
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