Esta visão de
João continua a série de visões ("Vi") que começaram com a do segundo
advento em Apocalipse 19:11. Alguns inclusive consideram Apocalipse 21:1-8 como
"a parte mais importante de seu livro".1 Apocalipse 20 e 21 estão unidos por muitos
elos. Ambos falam de "céu e terra" (20:11; 21:1), do "mar"
(20:13; 21:1), do "livro da vida" (20:12; 21:17), do
"trono" de Deus (20:11; 21:3), da "segunda morte" (20:14;
21:8) e do "lago de fogo" (20:15; 21:8). Estas conexões confirmam que
a visão da Nova Jerusalém é a culminação da longa cadeia de visões que aparecem
em Apocalipse 19:11 a 21:8. Em outras palavras, a visão de "um novo céu e
uma terra nova" (21:1) segue à segunda vinda de Cristo (19:11-16) e ao
milênio.
A descida da
presença constante de Deus sobre a terra renovada é o propósito do plano de
Deus e de seus juízos sobre a humanidade pecadora. Por conseguinte, a visão de
Deus morando com os homens em Apocalipse 21:1-8 forma o ponto culminante de
todas as visões anteriores de João, e a consumação da esperança dos mártires. Roy
Naden diz bem. "Sob a inspiração do Espírito Santo, os dois últimos
capítulos de seu livro [o de João] formam o cântico mais sublime".2
Agora João
recebe visões repetidas da Nova Jerusalém (Apoc. 21:1-8, 10-27; 22:1-6), que
revelam progressivamente o esplendor da cidade de Deus. O fato de que João
volta a ouvir a voz de Deus desde seu trono ordenando que escrevesse palavras
que são "fiéis e verdadeiras" (21:5) é significativo. Desta maneira
Deus autentica a veracidade do que João viu. As palavras de Deus estão
formuladas nas promessas do Antigo Testamento que eram familiares ao povo de
Israel. João usa estas alusões para enfatizar a continuidade do pacto de Deus.
Destaca seu cumprimento repetindo sete vezes que Deus e o Cordeiro estão
unidos inseparavelmente com a Nova Jerusalém (21:9, 14, 22, 23, 27; 22:1, 3).
Dessa maneira João informa à igreja que suas visões da Nova Jerusalém são em
essência diferentes das esperanças nacionais judaicas de seu tempo. Sua
esperança futura se centraliza em Cristo Jesus e em seu povo universal.
Ao adotar a
linguagem gráfica de Isaías e Ezequiel, João descreve "a realidade
indescritível do céu... o quadro mais detalhado que alguma vez se deu na
Escritura da realidade incomparável que Deus preparou para seus filhos".3
"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente
nas tribulações... Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o
santuário das moradas do Altíssimo. Deus
está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde
antemanhã" (Sal. 46:1, 4, 5).
O Salmo 46
termina com uma perspectiva escatológica da majestade de Deus:
"Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre
as nações, sou exaltado na terra" (Sal. 46:10).
Espraiando-se
sobre esta esperança paradisíaca, o salmista descreve a Jerusalém em termos
ideais: "Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o
santuário das moradas do Altíssimo"
(Sal. 46:4). Como pôde o salmista dizer que Jerusalém tinha um
"rio" quando não possui nenhum arroio, exceto um pequeno manancial
perto de Giom? (ver 1 Reis 1:33, 38). Sua visão percebeu o tempo de salvação
messiânico.
Vários
profetas também descreveram a Jerusalém escatológica como possuindo uma
correnteza no marco do paraíso restaurado (ver Isa. 33:21; 35:6, 7; Joel 3:18;
Ezeq. 47:1-12; Zac. 14:8). Dessa maneira, a cidade histórica de Davi chegou a
ser na "teologia de Sião" de Jerusalém um símbolo da esperança
escatológica, um tipo profético do reino messiânico. Dois profetas fizeram de
Jerusalém a parte central de seu panorama futuro e portanto merecem nossa
atenção.
Ezequiel mostrou que Deus não estava atado
incondicionalmente a Jerusalém, mas sim a julgaria por sua apostasia religiosa,
moral e social (Ezeq. 8-11). Deus abandonaria o templo e voltaria só para um
Israel renovado moralmente (36:24-28; 37:26, 27), promessa que se amplia na descrição
do novo templo em Ezequiel 40 a 48. Esse templo da visão de Ezequiel é de
origem divina. É "uma realidade celestial criada pelo próprio Jeová e
transplantada para permanecer na terra".4 Virá à
terra só quando o Israel de Deus seja purificado e quando o Messias tenha vindo
a Israel (37:24, 25). A característica do novo templo será um rio doador de
vida fluindo debaixo do templo (47:1-12). Este característico forma um elo com
o jardim do Éden (ver Gên. 2:8-14).
Isaías viu, em sua perspectiva profética, como os
gentios irão à Nova Jerusalém com a confissão religiosa: "Só contigo está
Deus, e não há outro que seja Deus" (Isa. 45:14; cf. 1 Cor. 14:25).
Tudo estará unido por sua fé messiânica antes que por laços étnicos ou
políticos. Isaías emprega os símbolos das pedras preciosas e jóias
resplandecentes para descrever a beleza de seus muros e portas (Isa. 54:12),
desenho que evoca a volta da opulência paradisíaca (ver Ezeq. 28:11-15; Isa.
51:3). Embora isto assinala a uma qualidade transcendente da Nova Jerusalém,
não há indicação em Isaías de que esta cidade tem uma origem extraterrestre.
Sua glória sobrenatural emana da presença de Deus. A essência de seu atrativo
único não é tanto sua beleza externa como a promessa de que Jeová voltará e de
novo estará unido com seu povo (Isa. 60:1, 2, 19; 62:11 ).
Portanto, a
cidade recebe um nome novo (Isa. 62:2). Já não necessitará mais a luz do sol ou
a da lua, porque "o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus, a tua
glória" (60:19; cf. Apoc. 21:23; 22:5). Isaías mescla seu conceito
da Sião do tempo do fim com seu motivo de uma nova criação usando as cores
realistas de um paraíso terrestre (Isa. 65:17-25). Embora tenha anunciado mais
explicitamente que nenhum outro profeta a criação de "novos céus e terra
nova" (v. 17), esta descrição poética da Jerusalém renovada permanece em
continuidade com o contexto histórico (v. 20). Permanece como uma realidade
terrestre embora transformada. Sua bênção mais rica não será a longevidade ou a
prosperidade, a não ser a presença de Jeová para responder suas orações (v.
24). Mas também estará presente o Messias, porque terá chegado o jubileu
messiânico (61:1-3, 10; cf. Luc.
4:17-21).
Por esta
análise breve do panorama profético de Jerusalém que temos nos salmos, no
Isaías e no Ezequiel, sabemos que a cidade de Jerusalém desempenha o papel de
tipo de uma Jerusalém futura e mais gloriosa. No Apocalipse de João vemos como
se cumprirá esta promessa, muito além das expectativas dos profetas hebreus, na
Nova Jerusalém de Apocalipse 21 e 22. Roberto Badenas o resumiu bem nestas
palavras:
"Como uma recapitulação mestra da história humana e da
história da salvação, a Nova Jerusalém chega a ser a realização da teocracia
ideal de Deus, o símbolo perfeito da reunião do povo de Deus, o lugar da
comunicação perfeita entre o Criador/Redentor e suas criaturas redimidas. A
Nova Jerusalém será para os novos céus e nova terra o que a antiga Jerusalém
nunca conseguiu ser para o Israel e o mundo".5
Depois de
tudo, a Nova Jerusalém desce de cima, como uma criação nova de Deus, e por
conseguinte será completamente diferente da velha Jerusalém.
Aparentemente,
alguns conciliábulos de judeus piedosos contavam com que Deus havia
"preparado e edificado" (4 Esdras 13:36) uma Sião ou Nova Jerusalém no
céu que desceria à terra com o amanhecer do novo mundo. O autor do livro
Apocalipse Eslavônico de Enoc (2 Enoc 55:2), também afirmou que a Nova
Jerusalém estava situada no céu.
A literatura
rabínica não continuou com estas expectativas judaicas, exceto na época
posterior dos Midrash.9 Os rabinos em general acreditavam que
imediatamente depois do juízo dos ímpios, Deus ou o Messias edificariam uma
Nova Jerusalém sobre a terra.10 Eduard Lohse declara que "nenhum rabino diz que a
Jerusalém celestial descerá à terra".11
As portas e
as muralhas da Nova Jerusalém seriam construídas com safiras e com pedras
preciosas e suas ruas com puro mármore branco (Tobias 13:16, 17). A cidade seria
tão grande, que sua grande muralha se estenderia tão longe como Jope ou Damasco
para albergar a "a raça celestial dos judeus bem-aventurados" no
futuro (Oráculos sibilinos 5:250-252).12 Deus
viveria na cidade que levaria o nome de Deus.13 A
característica central desta Jerusalém reconstruída seria o novo templo.14 Comentam Strack-Billerbeck: "Para o pensamento judeu, era
completamente patente que a Nova Jerusalém não careceria de templo. A
declaração do vidente cristão, 'e não vi nela templo' (Apoc. 21:22) teria sido
inconcebível na velha sinagoga".15
Esta
recapitulação das diversas esperanças no judaísmo tardio indica que a esperança
apocalíptica de João em uma Nova Jerusalém sem um templo é uma esperança
distintivamente cristã, que se centraliza na presença de Cristo.
Esta verdade
do evangelho não compete com a eficácia do templo do novo pacto no céu, onde
Cristo ministra como nosso Sumo Sacerdote e intercessor e de onde envia seu
Espírito vivificante (Heb. 7:25; 8:1, 2; 10:19; Rom. 8:34; 1 João 2:1). Paulo
cria que a Jerusalém "de cima" é a "mãe" de todos os
crentes cristãos, porque todos são renascidos por seu Espírito (Gál. 4:26, 29).
Enquanto que
no judaísmo rabínico a idéia de uma Jerusalém celestial se concebia em termos
de um equivalente da Jerusalém terrestre em topografia e mobiliário, Paulo
contempla a Jerusalém celestial como isenta de todas as noções geográficas,
étnicas e nacionais. A Jerusalém celestial é a pátria dos cristãos, onde Cristo
está e em que todos os cristãos têm sua cidadania (políteuma) registrada
no livro da vida do Cordeiro (Filip. 3:20; 4:3; também Heb. 12:22, 23; Apoc.
21:27). Por Apocalipse 21:27 chega a ser evidente que o livro da vida do
Cordeiro é a lista dos que estão inscritos como cidadãos da Jerusalém
celestial.
A cidade
celestial não é uma estrutura vazia; é a comunidade adoradora da igreja na
terra com os anjos e os redimidos no céu (Heb. 12:22). Alguns identificaram a
Nova Jerusalém com a igreja. Entretanto, deve conservar-se a distinção entre a
cidade celestial e a igreja na terra, da mesma maneira que Hebreus 12 declara
que a igreja se aproximou hoje a Cristo e à Jerusalém celestial (vs.
22-24). Como Cristo está ao mesmo tempo no céu e (por meio de seu Espírito) na
terra, assim também existe uma relação espiritual íntima entre a Jerusalém
celestial e a igreja sobre a terra. Assim como Cristo, que descerá fisicamente
do céu à terra (Filip. 3:20), assim também a Jerusalém celestial descerá do céu
à terra (Apoc. 21:2)! O objeto da esperança cristã não é meramente o
"céu" e sim a cidade celestial: a Nova Jerusalém. Nossa cidadania
atual nesta santa cidade representa mais que a segurança da salvação presente.
Também nos dá a certeza de nossa entrada na cidade de descanso e gozo eternos
(ver Heb. 4:9; 11:13-16). Assim como Abraão, os cristãos têm confiança absoluta
procurando a "cidade... por vir" (Heb. 13:14). Virá depois do juízo
final.
É chamativo
que a esperança de uma Jerusalém celestial se descreva no contexto de uma
polêmica antijudaica, não só no Gálatas 4:26 e 27 e em Hebreus 12:18-24, mas
também em Apocalipse 3:9 e 12. João destaca a verdade evangélica de que só o
Cristo ressuscitado "tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha, e
fecha e ninguém abre" (Apoc. 3:7). À luz de seu significado original em
Isaías 22:22, esta declaração ensina "que a Cristo pertence toda a
autoridade com respeito à admissão ou exclusão da cidade de Davi, a Nova
Jerusalém".17 Cristo é a fonte de segurança para os crentes
fiéis de que herdarão a cidade celestial. Diz Jesus:
"Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e
daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da
cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu
Deus, e o meu novo nome" (Apoc. 3:12).
A Nova
Jerusalém está colocada em contraste com Babilônia, a cidade prostituta. A
prostituta tem gravado sobre sua fronte as palavras "mistério: Babilônia,
a grande" (Apoc. 17:5), e está representada em Apocalipse 18 como a cidade
condenada. "A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis
da terra" (v. 18). Este simbolismo duplo de Babilônia (Apoc. 17, 18)
contrapõe-se com o da Nova Jerusalém em Apocalipse 21 e 22 por meio de uma
antítese perfeita.
APOCALIPSE 17:1
|
APOCALIPSE 21:9
|
"Veio
um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem,
mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre
muitas águas".
|
"Então,
veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos
e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do
Cordeiro".
|
APOCALIPSE 19:9
|
APOCALIPSE 22:6
|
"Então,
me falou o anjo: Escreve: ...São estas as verdadeiras palavras de Deus".
|
"Disse-me
[o anjo] ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras".
|
"Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o
tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de
Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a
morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
primeiras coisas passaram" (vs. 3, 4).
Estas
palavras resumem a essência da esperança de todos os profetas e santos. Disse
um comentador a respeito desta passagem:
"Na verdade, é gozo inefável, porque aqui se descreve o
propósito final da igreja sofredora e a única recompensa que desejam realmente
os mártires de Cristo, quer dizer, o próprio Deus na companhia de todos os que
o amam".18
As palavras
de João, "Vi novo céu e nova terra; porque o primeiro céu e a primeira
terra passaram, e o mar já não existe" (Apoc. 21:1), apontam ao novo ato
criador de Deus que está confirmado por sua declaração: "Eis que faço
novas [kainá] todas as coisas!" (v. 5). O termo grego kainós
("novo"), que se emprega 4 vezes nos versículos 1-5, significa algo
fundamentalmente novo, e enfatiza com mais vigor que o termo néos o
caráter de cumprimento escatológico.
Em sua visão
anterior do grande trono branco, João declarou: "Vi um grande trono branco
e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não
se achou lugar para eles" (Apoc. 20:11). João já declara que a velha terra
e seus céus atmosféricos serão substituídos por uma nova criação. A nova
característica dominante será a cidade santa, a Nova Jerusalém. Sua perspectiva
está afiançada sobre este centro de existência para os redimidos. Vê a cidade
Nova Jerusalém "que descia do céu, da parte de Deus" (21:2).
Portanto, não é uma velha Jerusalém reconstruída na Palestina, e sim uma nova
criação. Cumprirá a esperança de Abraão, "que esperava a cidade que tem
fundamentos, cujo arquiteto e construtor é Deus" (Heb. 11:10). Pedro
acrescenta a esperança de uma sociedade transformada: "Atendo-nos a sua
promessa, aguardamos um céu novo e uma terra nova nos que habite a justiça"
(2 Ped. 3:13, NBE).
Tanto Pedro
como João fundamentam suas expectativas nas predições de Isaías (ver Isa.
65:17-19; 66:22, 23). A promessa do pacto de Deus será levada a cabo na Nova
Jerusalém sobre a terra feita nova:
"Eis o tabernáculo [skené] de Deus com os homens [anthrópon].
Deus habitará [literalmente, 'tabernaculará'] com eles. Eles serão povos de
Deus [literalmente 'povos'], e Deus mesmo estará com eles" (Apoc. 21:3).
A expressão
que diz que Deus "habitará" com os "homens" é
profunda, porque recorda a presença redentora de Deus no antigo tabernáculo [skené]
de Israel: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles" (Êxo.
25:8). Em segundo lugar, o verbo "habitar, fazer morada" recorda João
1:14, onde se expressa a encarnação do Verbo de Deus com as palavras:
"Habitou [literalmente, 'acampou', 'pôs seu tabernáculo'] entre
nós".
Dessa maneira
a promessa da Nova Jerusalém conecta a glória de Deus com a glória de Cristo e
assegura à igreja que Deus deverá habitar entre os "homens" em
cumprimento de sua promessa do pacto, o que significa que o primeiro advento de
Cristo é a garantia da futura vinda de Deus com os seres humanos. As expressões
"homens" e "seus povos" (em plural no texto
original) indicam a inclusão de todos os crentes em Cristo na sociedade do
futuro. Inclusive serão abolidos os limites da igreja e de todas as
denominações religiosas. A raça humana sobre a terra nova será o povo de Deus
porque todos são "seus povos" (Apoc. 21:3). E ele estará "com
eles" sempre como o "Deus-com-eles" (v. 3, BJ).
O resultado
desta comunhão com Deus é: "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima"
(Apoc. 21:4). Aqui se repetem as promessas divinas de Isaías 25:8, 35:10 e
65:19 para indicar seu cumprimento dramático na Nova Jerusalém. Então se
cumprirá a esperança mais elevada de todos os santos: "Verão seu
rosto..." (Apoc. 22:4). Este ver
a Deus dos seres humanos foi a esperança dos crentes hebreus:
"Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me
satisfarei da tua semelhança quando acordar" (Sal. 17:15).
"Depois que me arranquem a pele, já sem carne, verei deus;
eu mesmo o verei, e não outro, meus próprios olhos o verão. O coração me desfaz
no peito!" (Jó. 19:26, 27, NBE).
Esta foi a
promessa explícita de Cristo: "Bem-aventurados os limpos de coração,
porque eles verão a Deus" (Mat. 5:8). Esta foi a segurança do Paulo:
"Então veremos face a face" (1 Cor. 13:12). E a de João:
"Haveremos de vê-lo como ele é" (1 João 3:2). A confiabilidade desta
promessa está recalcada por Deus: "Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o
Ômega, o Princípio e o Fim... " (Apoc. 21:6).
Só o Criador
pode pronunciar palavras que criarão uma realidade nova (ver Gên. 1). Disse
Cristo na cruz: "Está consumado!" (João 19:30), e
sua missão de oferecer sua vida em expiação pela raça humana ficou consumada.
No fim das 7 últimas pragas a voz de Deus voltará a dizer: "Feito está!"
(Apoc. 16:17), e então se consumará o juízo de Babilônia. Quando a Nova
Jerusalém descenda sobre a terra e Deus morre com os redimidos, voltará a
dizer: "Feito está!" (21:6).
Então se
cumprirá a oração do Pai nosso: "Venha o teu reino; faça-se a tua vontade,
assim na terra como no céu" (Mat. 6:10). Como "o Alfa e o
Ômega", Deus é o iniciador e aperfeiçoador da criação. Apenas Ele dá à
história humana seu começo e seu objetivo. O objetivo se realizará tão
certamente como seu começo. Outras duas promessas de Deus também nos afetam
hoje em dia:
"Ao que tiver sede, eu lhe darei gratuitamente [doreán]
da fonte da água da vida. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu
Deus, e ele será meu filho" (Apoc. 21:6, 7).
A linguagem
figurada de "estar sedento" era familiar para os santos
hebreus (ver Isa. 55:1). Para eles significava gozar de comunhão com Deus.
Colocaram um valor mais elevado neste companheirismo com Deus que no da própria
vida física. Davi descarregou seu coração neste cântico poético:
"Ó Deus, tu és meu Deus, eu te procuro. Minha alma tem sede
de ti, minha carne te deseja com ardor, como terra seca, esgotada, sem água... Valendo teu amor mais que a vida, meus lábios te glorificarão"
(Sal. 63:1, 3, BJ).
"Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó
Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando
irei e me verei perante a face de Deus?" (Sal. 42:1, 2).
Esta
experiência da alma foi realizada só de maneira intermitente e parcial. Pela fé
em Cristo está à nossa disposição uma nova comunhão com Deus para todos os que
a busquem: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como
diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com
respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem" (João
7:37-39).
Quando Deus
promete no Apocalipse de João que nos dará "gratuitamente da fonte da
água" (Apoc. 21:6), oferece-nos o Espírito de Cristo, quem pagou o preço
definitivo por nós. Esta comunhão também oferece aos vencedores
"gratuitamente" [doreán: "livremente" ], um termo
muito importante em Paulo (ver Rom. 3:24).
O paraíso,
como a presença de Deus, é oferecido a todos os vencedores pela graça de Deus.
Este caráter-de-graça volta-se a recalcar na segurança de que o vencedor "herdará
todas as coisas" (Apoc. 21:7). Uma herança nunca se pode ganhar, só pode
receber-se pela vontade do testador. Paulo explicou esta condição de herdeiro
ao conectar a herança futura de uma forma indissolúvel com Cristo como o dom
maior de Deus. "Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de
Deus e co-herdeiros com Cristo... Aquele
que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou,
porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" (Rom.
8:17, 32). A. Pohl observou o seguinte: "O Apocalipse não é menos
cristocêntrico que Paulo".19 Isto é evidente pelas sete vezes
que o Cordeiro é mencionado em Apocalipse 21 e 22. A entrada na Nova Jerusalém
é dada só a "os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro"
(21:27).
"A razão pela qual dedica tanta ênfase à meretriz e à noiva
é que nas sete cartas escritas às sete igrejas
(Apoc. 1:4, 11) a alternativa básica a que tinham que fazer frente [os membros]
era se iriam formar parte da verdadeira igreja, a noiva, ou da falsa igreja, a
meretriz ".20
É nosso
privilégio escutar o testemunho final de Cristo às igrejas:
"Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda
as palavras da profecia deste livro" (Apoc. 22:7).
"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no
sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem
na cidade pelas portas" (Apoc. 22:14).
João não
escreve simplesmente para nos informar a respeito dos acontecimento futuros ou
para satisfazer nossa curiosidade a respeito de realidades futuras. Seu
propósito prático é respirar os crentes que deviam passar por provas a
perseverar na Palavra de Deus e no testemunho de Jesus apesar da cruel
oposição. Insiste com cada crente para que faça sua decisão final entre a
fidelidade ou a deslealdade a Cristo Jesus. Este requerimento se apresentou
primeiro nas sete cartas de Cristo às igrejas (Apoc. 2, 3). A promessa da
recompensa descreveu-a na visão dos selos (6:9-11; 7) e na das trombetas (cap.
11). João assume constantemente que a causa de Cristo triunfará porque o
Cordeiro de Deus é "o Rei dos reis e Senhor dos senhores" (17:14;
19:16). A hora da restauração do reino de Deus virá no próprio tempo de Deus
durante a última trombeta:
"E o sétimo anjo tocou a trombeta, e houve grandes vozes no
céu, que diziam: Os reino do mundo veio a ser de nosso Senhor e de seu Cristo;
e ele reinará pelos séculos dos séculos" (Apoc. 11:15).
O propósito
de João é animar a cada cristão a fazer um compromisso total com Cristo. João
trata de obter este objetivo colocando em contraste o Cordeiro e a besta, a
esposa e a prostituta, e a Nova Jerusalém e Babilônia. Este dilema de pertencer
a uma comunidade ou à outra, insiste conosco a fazer agora uma eleição
existencial porque nela estão envoltos destinos eternos. Badenas fez uma lista
dos surpreendentes contrastes entre Babilônia e a Nova Jerusalém no marco das
visões onde aparecem, sua descrição e seu destino.22 Conclui dizendo:
"Estes paralelos mostram que a relação humana para com Deus
e o Cordeiro pode ser só de fidelidade (a noiva) ou de infidelidade (a
meretriz). Como Deus é ao mesmo tempo justo e misericordioso, a salvação ou a
condenação são os dois resultados possíveis da decisão humana, ou a cidade
celestial ou a cidade terrestre, a Nova Jerusalém ou Babilônia".23
João não
proporciona informação abstrata para as predições especulativas. Apresenta
claramente sua preocupação pastoral quando destaca que há só duas classes de
pessoas: os salvos ou os perdidos, os vencedores e os perdedores (ver Apoc.
21:7, 8; 22:11, 14, 15), os que "têm sede" da água de vida e os que
não a têm (21:6; 22:17). Esta última distinção aponta à necessidade espiritual
das pessoas antes que à sua conduta moral. Os que procuram a Deus em primeiro
lugar para satisfazer sua sede espiritual comparam-se com os vencedores:
"Ao que tiver sede, eu lhe darei gratuitamente da fonte da
água da vida. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele
será meu filho" (Apoc. 21:6, 7).
É iluminador
descobrir que as características dos que são excluídos da Nova Jerusalém são as
mesmas com as que se define a Babilônia e a seus habitantes: imundos (Apoc.
21:27; 18:2); abomináveis, que faz abominação, abominações (21:8, 27; 17:4, 5);
homicidas (17:6; 18:24; 21:8); fornicários (17:1, 2, 5, 15, 16; 18:3, 9; 21:8);
feiticeiros, feitiçarias (18:23; 21:8); idólatras (19:20; 21:8); e mentirosos
(19:20; 21:8).
Badenas vê
estas listas de vícios (Apoc. 21:8 e 22:15) como uma admoestação pastoral
"contra os que preferem outras relações à relação com Deus. Isto é o que
os exclui da santa cidade (cf. 21:27)".24 Em
outras palavras, João não se está referindo a feitos isolados de pecado a não
ser à atitude de maldade e idolatria que separa o pecador de Deus.
Não deveria
escapar à nossa atenção o fato de que João começa a lista com "os
covardes" (Apoc. 21:8). Os "covardes" são os que fogem de
confessar a Cristo na hora de prova e por isso falham em perseverar na fé (ver
Heb. 10:36-39). Quando Paulo se referiu à ameaça de "covardia" [deilías],
admoestou imediatamente a Timóteo dizendo: "Não te envergonhes, portanto,
do testemunho de nosso Senhor..." (2 Tim. 1:7, 8), e lhe assinalou o dom
do "espírito... de poder".
Em Apocalipse
21:8, João menciona pelo menos sete classes de pessoas que serão excluídas da
santa cidade. Como uma oitava classe menciona a "todos os
mentirosos", Pohl considera que se refere a uma recapitulação das sete
anteriores. A lista dos perdedores que João menciona, cumpre a função da
contraparte dramática das sete classes de vencedores mencionados nas cartas às
igrejas nos capítulos 2 e 3. A designação dos "mentirosos" é
significativa, porque assinala a mentira religiosa que perverte a verdade a
respeito de Deus e do Cordeiro. Giblin denomina a esta mentira "a mentira
definitiva", porque "a mentira é a negação da verdade,
preeminentemente como a falsificação de Deus e do que deve a ele".25 Os
mentirosos estão em notório contraste com os 144.000 israelitas que seguem ao
Cordeiro, de tal maneira que "em suas bocas não foi achada mentira"
(Apoc. 14:5).
Assim como
Ezequiel, João vê sua visão em "um monte muito alto" (Ezeq. 40:2;
Apoc. 21:10). A glória de Deus na Nova Jerusalém (Apoc. 21:11) corresponde à
glória do Jeová que vem do oriente no novo templo da visão do Ezequiel (Ezeq.
43:1, 2). A diferença é que agora Deus mesmo é a glória constante da
santa cidade (Apoc. 21:11). Ezequiel se concentra sobre o novo templo, mas João
descreve uma cidade imensamente maior sem um templo particular (Apoc. 21:22).
João dedica
uma atenção especial a suas amplas muralhas e a suas doze portas. Usa o número
"doze" doze vezes em Apocalipse 21, cifra que está carregada de
significado. O anjo tem uma vara de medir, de ouro, "para medir a cidade,
suas portas e seu muro" (Apoc. 21:15). A cidade é descrita como um cubo
perfeito medindo cada lado doze mil estádios, que literalmente seriam 2.400
quilômetros em cada direção, até para cima, muito além da estratosfera! Não é
maravilha que os intérpretes responsáveis tenham advertido contra um dogmático
literalismo com respeito às visões de Apocalipse 21 e Ezequiel 40 a 48.
Nestas
profecias tão gráficas, "o grau de identificação segue sendo um problema
que deverá ainda ser interpretado".26 Giblin
declara que João "tenta evocar a imagem de um gigantesco 'lugar muito
santo' que era um cubo perfeito, recoberto de ouro (1 Reis 6:20)".27 As
dimensões de cubo da cidade sugerem claramente que toda a "santa
cidade" é o lugar santíssimo sobre a terra, o trono de Deus. Isto
transcende a necessidade de ter qualquer templo local. O apóstolo o explica
assim:
"E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus
Todo-poderoso, e o Cordeiro...
"E tinha a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma
pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente"
(Apoc. 21:22, 11).
Não pode
haver dúvida de que o propósito de João em Apocalipse 17 e 18 é colocar esta
cidade de Jerusalém em contraste direto com a cidade de Babilônia. A beleza
sobressalente da Nova Jerusalém consiste na presença de Deus e a dos redimidos.
As incríveis dimensões dos doze mil estádios têm um claro significado
simbólico: a cidade contém o Israel de Deus de toda a história da salvação.
Badenas o explica assim: "Eclipsando Babilônia e Roma, a Nova Jerusalém é
a cidade verdadeira, e a única cidade universal".28
Os muros da
cidade têm uma altura de 144 côvados (Apoc. 21:17), literalmente 66 metros,
destacando outra vez o número 12 (12 x 12 = 144). Por definição, uma muralha
não só significa segurança, mas também separação do "exterior"
(Apoc. 22:15), o que se refere basicamente ao lugar do "lago de fogo"
(21:8). Este símbolo pode entender-se melhor como uma referência ao juízo
pós-milenial de Apocalipse 20:7-15. A muralha é feita de jaspe cristalino
(21:18) e brilha como um diamante. Está assentada sobre doze fundamentos de
pedras preciosas, cada uma das quais é uma gema enorme (vs. 19, 20), cada uma
com um nome escrito com um nome de "os doze apóstolos do Cordeiro"
(v. 14). Entretanto, sobre as doze portas estão os nomes das "doze tribos
dos filhos do Israel" (v. 12). Tudo em seu conjunto significa que o Israel
profético de Deus inclui a todos os seguidores do Cristo, o que constitui a
mensagem fundamental da visão de João a respeito da vida na Nova Jerusalém.
As
características das doze pedras preciosas e das doze portas de pérola
complementam a mensagem básica de que Deus unirá a todos os seus filhos em um
rebanho enquanto reconhece que também permanecem diversificados em seus
caracteres individuais. Cada tipo de caráter refletirá a natureza divina, assim
como cada pedra preciosa refletirá a glória de Deus em sua própria forma. Entretanto,
a investigação mostra que "as pedras do Apocalipse não podem
correlacionar-se com tribos específicas, apóstolos, signos do zodíaco ou
direções geográficas".29
As doze
pedras preciosas da Nova Jerusalém simbolizam basicamente "a presença de
Deus, a origem divina da cidade, e o novo povo de Deus".30 As
doze pedras preciosas também cumprem a função de ser contrapartes das pedras
preciosas que adornam a Babilônia a prostituta (Apoc. 17:4; 18:12, 16). Desde
esta perspectiva, as pedras preciosas da santa cidade são "um emblema para
sustentar a fé na vitória final de Deus".31
O esplendor
da Nova Jerusalém, com o trono de Deus e a árvore da vida, transmite esta
mensagem: O paraíso será restaurado com uma glória maior que a do jardim do
Éden porque o Criador estabelecerá sua presença e seu trono ali para sempre.
Cada crente pode cobrar ânimo e saber que as promessas do pacto que Deus fez
com o Israel se cumprirão em uma manifestação gloriosa inimaginável no futuro.
A profecia
categórica que diz que "as nações caminharão à sua luz, e até ela os reis
da terra levarão seu esplendor... E levarão até ela o esplendor e a honra das
nações" (Apoc. 21:24, 26, CI), é provocadora, já que esta predição usa a
descrição de Isaías 60 mas a adapta ao estado eterno. Agora os reis da terra já
não desfilarão como conquistadores (Isa. 60:10, 11) ou como trazendo tributo
(vs. 5-7). Virão antes como gentios redimidos para contribuir com sua glória em
sua adoração a Deus e ao Cordeiro durante o festival de louvor e ação de graças
na Nova Jerusalém. Ellul explica que "tudo o que foi a obra cultural,
científica, técnica, estética e intelectual; toda a música e a escultura; toda
a poesia e a matemática; toda a filosofia e o conhecimento em todos as ordens,
todos entrarão nesta Jerusalém, e serão empregados por Deus para estabelecer
esta obra perfeita final".32
Que conceito
emocionante! Quem não desejará ser parte desta educação superior na vida futura
do povo de Deus? Cristo e a Nova Jerusalém convidam a cada pessoa que procura
Deus a formar parte do estado eterno onde reinará a felicidade:
"E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem!
E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida" (Apoc.
22:17).
Para a
Bibliografia, ver na página 603-605 do livro
2 Naden, The Lamb Among the Beasts. Finding Jesus in the Book of Revelation, p. 289.
3 Badenas, "New Jerusalem - The Holy City", Simpósio sobre o Apocalipse, t. 2, p. 244.
4 Eichrodt, Ezekiel, p. 542.
5 Badenas, Ibid., t. 2, p. 252.
6 Aranda Pérez-García Martínez-Pérez Fernández, Literatura judía intertestamentaria, p. 288.
7 Ibid., p. 319.
8 Ibid., p. 330.
9 Toda esta documentação está no Strack-Billerbeck, Comentario del Nuevo Testamento con el Talmud y la Midrás, t. 3, p. 796.
10 Ibid., v. 3, p. 573.
11 Lohse, "Sión - Jerusalem" [Sião - Jerusalém], Dicionário teológico do Novo Testamento, t. 7, p. 326, nota 204.
12 Ver Ibid.
13 Strack-Billerbeck, Comentario del Nuevo Testamento con el Talmud y la Midrás, t. 4, pp. 922, 923.
14 Ibid., v. 4, pp. 932, 933.
15 Ibid., v. 4, p. 884.
16 Ibid., v. 3, p. 573.
17 Charles, The Revelation of St. John, t. 1, p. 86.
18 Beasley-Murray, Revelation, p. 305.
19 Pohl, Die Offenbarung des Johannes [O Apocalipse de João], p. 275.
20 Rusten, A Critical Evaluation of Dispensational Interpretations of the Book of Revelation, t. 2, pp. 620, 621.
21 Badenas, "New Jerusalem - The Holy City", Simpósio sobre o Apocalipse, t. 2, p. 249.
22 Ibid., v. 2, p. 256.
23 Ibid., v. 2, pp. 255, 257.
24 Ibid., v. 2, p. 263.
25 Giblin, The Book of Revelation. The Open Book of Prophecy, p. 196.
26 4 CBA 744. Ver também 7 CBA 904, 905.
27 Giblin, The Book of Revelation. The Open Book of Prophecy, p. 205.
28 Badenas, "New Jerusalem - The Holy City", Simpósio sobre o Apocalipse, t. 2, p. 259.
29 Reader, "The Twelve Jewels of Revelation 21:19, 20: Tradition History and Modern Interpretation", JBL 100 (1981), p. 455.
30 Ibid., p. 456.
31 Ibid., p. 457.
32 Ellul, . Apocalypse, The Book of Revelation, p. 225.
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Extraído do Livro: Profecias do Tempo do Fim. H. K. Larrondelle
Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Evangelista
Twitter: @prcirilo
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