Debates
sobre a profissionalização da educação não param. Reflexões sobre o desenvolvimento
profissional do professor também são realizadas em nível acadêmico. A
importante questão da proletarização ganha força e, torna-se necessária, nesse
universo de profissionalização e desenvolvimento. O que não pode acontecer é o
massacre da essência da educação verdadeira pelo educador, como diz Ruben Alves
o objetivo do professor é “causar espanto, curiosidade e provocar inteligência
na cabeça do aluno”. Todas as estruturas profissionais e hierarquias
construídas devem favorecer para florescer e fortalecer esse ideal. O aluno
deve ser inspirado a buscar a independência.
O
professor precisa de amparo profissional e pessoal para trabalhar com prazer e
alcançar em sua carreira a satisfação plena. O desenvolvimento profissional, prática estabelecida a partir da
influência anglo-saxônica e, significa um conjunto de atividades, processos ou
medidas destinadas a aprimorar a capacidade profissional
e pessoal dos professores e
professoras é uma das propostas mais importantes na sustentação e manutenção do
professor. Embora se reconheça que possa haver diferença entre o profissional e
o pessoal, ambos devem caminhar juntos, em harmonia, para que o professor
encontre plena satisfação no exercício da função. Ele precisa disso.
Ao
pensar Desenvolvimento Profissional, é necessário considerar, de acordo com
Glatthorn, (1) o desenvolvimento de aptidões didáticas, isto é, melhoria das habilidades
didáticas, (2) desenvolvimento profissional, proporcionando uma melhoria
pessoal na carreira do educador, (3) desenvolvimento na carreira profissional,
isto é, progresso no ciclo estabelecido da carreira, (4) desenvolvimento
pessoal, no sentido de progresso individual em diversas áreas como moral, ego,
acadêmico, relações pessoais etc., e (5) desenvolvimento institucional ou da
organização visando a, transformação do ambiente em comunidade e trabalho
conjunto.
A
profissionalização da docência não elimina, a meu ver, a essência da educação.
Uma profissão, inclusive a docência é caracterizada, como faz Shulman, da
seguinte maneira: (1) Obrigação de prestar serviço a outros, (2) domínio de um
corpo de teorias, (3) campo de atuações práticas qualificadas, (4) exercício do
recrutamento mesmo em condições de incertezas, (5) interação da teoria e
prática, (6) aprimoramento da qualidade e aumento do conhecimento e (7)
avaliação na construção do projeto de trabalho e no seu desenvolvimento
(Luckesi).
Mesmo
havendo acirrados debates, acredito que a profissionalização da docência pode
contribuir com o desenvolvimento profissional e pessoal do professor –
educador, não invalidando a proletarização, pelo contrário inspirando a busca
por maiores especializações e possibilitando a introdução do professor ao nível
do aluno mais simples para fazê-lo maior e mais brilhante no campo do
pensamento, do saber e da utilidade para o bem comum da sociedade. O papel do
professor é não perder a essência, é mergulhar com interesse no universo do
aluno e fazê-lo pensar, ser independente.
Pr.
Cirilo Gonçalves da Silva
Evangelista
da IASD – AP, SP.Bacharel em Teologia – UNASP.
Mestre em Teologia – UNASP.
Doutorando em Teologia – MACKENZIE.
TWITTER: @prcirilo
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