quinta-feira, 20 de novembro de 2014

INTERPRETAÇÃO DA PROFECIA PREDITIVA - PASSOS FUNCIONAIS


PASSOS FUNCIONAIS PARA A INTERPRETAÇÃO DA PROFECIA PREDITIVA

  1. Determine o ambiente histórico em que a profecia nasceu. Quem a escreveu, quando, e sob quais circunstâncias. Veja exemplos em outros livros em que tal profecia saltou de uma crise imediata para o escatológico “Dia do Senhor” no final do tempo, por exemplo; a descrição dos gafanhotos em contexto local saltando para o escatológico “Dia do Senhor”.
  2. Analise a estrutura literária do livro e a passagem imediata sob consideração, determinando onde ocorre ou aparece essa passagem e que parte ela desempenha na estrutura global do capítulo ou do livro, por exemplo; Gn 3.15 é centro quiástico do capítulo 3.
  3. Olhe atentamente para o fluxo gramatical natural da passagem: palavras, frases, clausulas, sentenças, para compreender o que especificamente é predito, por exemplo; a mudança ou deslocamento em Gn 3.15 de uma “semente” coletiva – descendentes espirituais de Eva – para uma “Semente” singular, o Messias; uma mudança ocorre também em Gn 22.17-18, conforme reconhecido por Paulo Apóstolo, em Gl 3.6, 16.
  4. Note quaisquer símbolos existentes ou qualquer linguagem figurativa empregada e determine o significado de símbolo ou figura à luz do contexto imediato e amplo, por exemplo; os muitos sinais-ações de Ezequiel.
  5. Determine que tipo de predição profética está envolvido: messiânico, oráculo contra uma nação estrangeira, ou uma promessa do reino para um Israel teocrático. Se for profecia messiânica, note que aspectos dessas profecias não são dependentes da escolha humana e são, portanto, incondicionais, e quais estão descrevendo efeitos do advento do Messias que são condicionais, dependendo da reação de Israel. Note, também, se a predição é diretamente messiânica, como no Sl 110, ou indiretamente (tipologicamente) messiânica, como no Sl 2. Se for tipologicamente messiânica, procure na passagem indicadores de que a linguagem vai além do que é aplicável à pessoa, evento ou instituição do Antigo Testamento e aponta para o futuro, para o Messias. Use uma concordância ou anotações marginais para traçar conexões entre a profecia do Antigo Testamento e a vida de Cristo relatada nos evangelhos.
  6. Se for uma profecia do reino, concernente ao futuro de Israel, analise as promessas ou profecias específicas que são dadas e verifique as anotações marginais a fim de descobrir onde profecias similares ou relacionadas são dadas em outras partes do Antigo Testamento. Visualize o plano divino original para o povo de Israel enquanto eles permanecem fiéis a Deus, bem como as maldições da aliança que vêm como ameaças no caso de contínua infidelidade à aliança, rompendo o plano divino.
  7. Na compreensão do cumprimento no Novo Testamento dessas promessas do reino, lembre-se de Jesus, como o israelita representativo, realizou em si mesmo o cumprimento básico literal, inicial (inaugurado) das profecias do reino, por exemplo; as profecias de “ajuntamento” receberam um cumprimento inicial, em princípio, quando Ele reuniu a si mesmo os doze discípulos.
  8. Reconheça que essas mesmas promessas/profecias encontram cumprimento espiritual na igreja, o corpo de cristo, por exemplo; a igreja é reunida espiritualmente pela fé em Cristo.
  9. Note que essas profecias do reino encontram seu cumprimento consumado, universal e literal no segundo advento e além, por exemplo; Cristo reúne, universal e literalmente todo o seu povo a si mesmo no segundo advento e outra vez depois do milênio.
  10. Em relação à terminologia geopolítica nacional ou imagens para Israel, que se encontram nas profecias do reino, reconheça que essa linguagem, Jerusalém, monte Sião, Israel, etc., é frequentemente universalizada no Novo Testamento quando se refere ao Israel cristão, às realidades celestiais, ou à Nova Jerusalém depois do milênio.
  11. As profecias do reino descrevendo os inimigos de Israel devem ser igualmente interpretadas no Novo Testamento com referência a Cristo, como falamos nos passos 7 a 9, os literais e locais inimigos de Cristo em seu primeiro advento, por exemplo; Jo 13.18; os inimigos espirituais e universais durante a era cristã (Ap 12.13-16); e os inimigos literais e universais no segundo advento e além (Ap 20.8-9).
  12. As profecias do reino do Antigo Testamento de natureza apocalíptica, referindo-se especificamente à batalha final escatológica entre Israel e seus inimigos (Ez 38-39; Zc 12-14; Jl 3; Is 24-17), também devem ser interpretadas em harmonia com os princípios cristocêntricos já enfatizados. O cumprimento consumado é literal, isto é, os inimigos de Deus marcham literalmente contra Jerusalém, e o monte das Oliveiras se divide em dois (Zc 12.1-9; 14.4; cf. Ap 20.9), mas as referências a Israel e seus inimigos são universalizadas: Israel se refere ao verdadeiro povo de Deus em todas as eras; Gogue e Magogue se referem a todos os seus inimigos (Ez 38-39; cf. Ap 20.8).

 

Ver o Artigo completo de Richard M. Davidson no livro: Compreendendo as Escrituras, págs 201-202. REID, George W.

 

Adaptado por:
Pr. Cirilo Gonçalves

Evangelista da IASD – AP, SP

TWITTER: @prcirilo

INSTAGRAM: @cirilogoncalves
SITE: www.paulistana.org.br/evangelismo

Nenhum comentário: