CLIMA PARA
APRENDER
A
revista Nova Escola da Editora Abril
de Outubro de 2013, publicou um artigo muito interessante de Fernanda Salla com
o título indagativo Tem Clima para
Aprender?
O
artigo de Fernanda Salla mostra inicialmente uma preocupação com o ambiente
desmantelado da escola, preocupação esta que já foi resolvida na maioria das
escolas estrangeiras, mas que no Brasil ainda está sem solução. Obviamente
outras questões relacionadas precisam ser vistas como bem colocou Cynthia Paes
de Carvalho do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro, “no Brasil, ainda há questões anteriores, como a carência
estrutural e de metodologias capazes de dar às crianças uma posição de
protagonistas no aprendizado”.
O
rendimento escolar é prejudicado quando não se tem um ambiente sadio e
harmônico. Professores, pesquisadores, pais e alunos sabem disso. Mas afinal,
pergunta a autora do artigo, o que na verdade constitui o ambiente escolar? A
resposta é dada pelo psicólogo suíço Marc Thiébaud, professor da Universidade
de Fribourg, na suíça: “pode-se considerar que o clima de uma escola
corresponde a sua atmosfera, valores, atitudes, e sentimentos partilhados pelos
atores, assim como às relações sociais e com o conhecimento”.
Fernanda
Salla propõe uma solução para a “nova escola” baseada nas pesquisas de Michel
Janosz, Patrícia Georges e Sophies Parent, da Universidade de Montreal, no
Canadá. Eles abordam a questão do clima escolar sob cinco dimensões
inter-relacionadas: educacional, relacional, de justiça, de segurança e de
pertencimento.
(1)
A dimensão educacional, referindo-se a aprendizagem, aponta para o abandono da
ideia determinista de que a escola é apenas uma reprodutora das desigualdades sociais
e incapaz de ajudar os alunos em questões de vulnerabilidade, (2) a dimensão
relacional abre os horizontes necessários do relacionamento professor/aluno
mostrando uma nova cara da escola moderna e que o sistema militarista do
passado não cabe no presente, que é democrático, (3) a questão da justiça que deve
reinar no ambiente de aula é outro fator importante e que por muito tempo foi
negligenciada, retraindo o crescimento intelectual e inibindo a participação do
aluno nos debates escolares, por conta do não entendimento das diferenças e da
não valorização do aluno, (4) a dimensão segurança no ambiente escolar, é
levada muito a sério, nos países desenvolvidos e que no Brasil é item de grande
preocupação, pois, não se encontrou um caminho seguro que possa conduzir a
escola brasileira à essa nova escola. Entram nesse quesito todos os casos de
bullyng e todas as formas de produção de medo e de insultos entre os alunos e
(5) por fim devem-se trocar todos os modelos de proibições e punições pelo
ensino do respeito e da consideração ao aluno.
Mudar
o ambiente escolar não é tão simples, mas perfeitamente possível quando houver
primeiramente uma união entre o corpo docente e o discente. “Se os alunos são
parte do problema, devem ser incluídos na solução. Assim o docente ganha
aliados para manter o ambiente favorável”, disse Luciene Regina Paulino
Tognetta, vice-líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Moral (Gepem)
da Universidade Estadual de Campinas. O nosso sonho e interesse é ter, para os
nossos filhos e netos, um ambiente favorável desse nível superior dessa nova
escola.
Pr. Cirilo Gonçalves
Evangelista da IASD – AP, SP
TWITTER: @prcirilo
INSTAGRAM: @cirilogoncalves
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