quarta-feira, 9 de abril de 2014

CLIMA PARA APRENDER - UMA VISÃO PEDAGÓGICA DO AMBIENTE FÍSICO DO ENSINO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL


CLIMA PARA APRENDER
A revista Nova Escola da Editora Abril de Outubro de 2013, publicou um artigo muito interessante de Fernanda Salla com o título indagativo Tem Clima para Aprender?
O artigo de Fernanda Salla mostra inicialmente uma preocupação com o ambiente desmantelado da escola, preocupação esta que já foi resolvida na maioria das escolas estrangeiras, mas que no Brasil ainda está sem solução. Obviamente outras questões relacionadas precisam ser vistas como bem colocou Cynthia Paes de Carvalho do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, “no Brasil, ainda há questões anteriores, como a carência estrutural e de metodologias capazes de dar às crianças uma posição de protagonistas no aprendizado”.
O rendimento escolar é prejudicado quando não se tem um ambiente sadio e harmônico. Professores, pesquisadores, pais e alunos sabem disso. Mas afinal, pergunta a autora do artigo, o que na verdade constitui o ambiente escolar? A resposta é dada pelo psicólogo suíço Marc Thiébaud, professor da Universidade de Fribourg, na suíça: “pode-se considerar que o clima de uma escola corresponde a sua atmosfera, valores, atitudes, e sentimentos partilhados pelos atores, assim como às relações sociais e com o conhecimento”.
Fernanda Salla propõe uma solução para a “nova escola” baseada nas pesquisas de Michel Janosz, Patrícia Georges e Sophies Parent, da Universidade de Montreal, no Canadá. Eles abordam a questão do clima escolar sob cinco dimensões inter-relacionadas: educacional, relacional, de justiça, de segurança e de pertencimento.
(1) A dimensão educacional, referindo-se a aprendizagem, aponta para o abandono da ideia determinista de que a escola é apenas uma reprodutora das desigualdades sociais e incapaz de ajudar os alunos em questões de vulnerabilidade, (2) a dimensão relacional abre os horizontes necessários do relacionamento professor/aluno mostrando uma nova cara da escola moderna e que o sistema militarista do passado não cabe no presente, que é democrático, (3) a questão da justiça que deve reinar no ambiente de aula é outro fator importante e que por muito tempo foi negligenciada, retraindo o crescimento intelectual e inibindo a participação do aluno nos debates escolares, por conta do não entendimento das diferenças e da não valorização do aluno, (4) a dimensão segurança no ambiente escolar, é levada muito a sério, nos países desenvolvidos e que no Brasil é item de grande preocupação, pois, não se encontrou um caminho seguro que possa conduzir a escola brasileira à essa nova escola. Entram nesse quesito todos os casos de bullyng e todas as formas de produção de medo e de insultos entre os alunos e (5) por fim devem-se trocar todos os modelos de proibições e punições pelo ensino do respeito e da consideração ao aluno.
Mudar o ambiente escolar não é tão simples, mas perfeitamente possível quando houver primeiramente uma união entre o corpo docente e o discente. “Se os alunos são parte do problema, devem ser incluídos na solução. Assim o docente ganha aliados para manter o ambiente favorável”, disse Luciene Regina Paulino Tognetta, vice-líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Moral (Gepem) da Universidade Estadual de Campinas. O nosso sonho e interesse é ter, para os nossos filhos e netos, um ambiente favorável desse nível superior dessa nova escola.

Pr. Cirilo Gonçalves

Evangelista da IASD – AP, SP

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