domingo, 12 de dezembro de 2010

EXEGESE DE ISAÍAS 7:20

Esse trabalho exegético foi feito em cumprimento parcial aos requisitos da matéria Exegese de Isaías para o curso de mestrado em Teologia Bíblica no UNASP

Os componentes do grupo de pesquisa foram:
Cirilo Gonçalves
Humberto Magalhães e
Flávio


INTRODUÇÃO

O presente trabalho é uma breve exegese de Isaías 7:20 dividido em quatro partes: contexto histórico, a delimitação da perícope, uma pesquisa lexicológica e as possíveis aplicações do texto.

Este é o texto em estudo: “Naquele dia, rapar-te-á o Senhor uma navalha alugada doutro lado do rio, a saber, por meio do rei da Assíria, a cabeça e os cabelos das vergonhas e tirará também a barba.” (Isaías 7:20)

Para melhor compreensão do texto, analisaremos os fatos históricos e destacaremos aqueles que melhor contribuem para sua compreensão. Quanto ao texto em si, procuraremos analisa-lo sempre levando em conta o contexto em que está inserido, seu autor, seu estilo lingüístico.
Através do estudo lexical das palavras poderemos extrair outros possíveis sentidos para cada palavra utilizada, enriquecendo, assim, o sentido geral do trecho bíblico. Desse modo ampliamos as possibilidades de aplicações do texto. Em todo o trabalho procuraremos relacionar todos os dados e deduções com outros versos bíblicos formando um todo entre o texto estudado e as demais partes das Escrituras.

CONTEXTO HISTÓRICO

Acaz foi sucessor de Jotão e décimo terceiro rei de Judá. Governou de 735 - 715 a.C., sendo contemporâneo do profeta Isaías. Siegfried Schwantes afirma que o nome original de Acaz (que significa “segurar, controlar”) teria sido Acazias que significa “Deus segura ou Deus controla”. O nome de Acazias seria então um nome teofórico. Ele mudou o seu nome para Acaz, removendo o nome de Deus devido a sua incredulidade, rebelião e lealdade rompida com Javé. “Sua atidude era de quem se declarava autônomo, renegando a toda dependência de Deus.” Acaz promoveu a idolatria, fechou as portas do templo e sacrificou o próprio filho aos deuses pagãos.3 Durante o reinado de Acaz, Judá apresentou vísiveis sinais de declínio.

O reino vassalo de Edom rebelou-se com sucesso e recuperou a cidade de Elate.4 Além disso, os exércitos coligados do Reino de Israel e da Síria invadiram Judá, pois Acaz, não queria participar de uma aliança contra o rei Assírio Tiglate-Pileser. Havia um plano para depôr Acaz e no seu lugar colocar um rei não-davídico - o filho de Tabeel - que envolveria o país na coalizão anti-assíria.5 A aliança siro-efraimita infligiu severa derrota militar às forças de Acaz.6 Embora não tenham conseguido tomar Jerusalém, os aliados carregaram consigo imensos despojos e uma grande quantidade de prisioneiros. II Cr. 28:8.
“Embora Acaz fosse um rei ímpio, o Senhor não desejava que se extinguisse a dinastia de Davi (Gên. 49:10; 2 Sam. 7:12-13). Por isso Isaías foi enviado ao rei para lhe anunciar o propósito de Deus de preservar Judá e derrotar a seus invasores.”

Acuado, Acaz desprezou as advertências de seu conselheiro, o profeta Isaias, e buscou a proteção da Assíria, enviando uma mensagem e valiosos presentes a Tiglate-Pileser.2 2 Reis 16:7 Os assírios responderam enviando um poderoso exército que esmagou, rapidamente, os aliados. Damasco foi ocupada e Israel perdeu grande parte de seu território.3 Todos os reinos da região se tornaram tributários da Assíria, inclusive o Reino de Judá.4 Acaz é mencionado como um monarca que vai a Damasco em companhia de diversos assírios para render homenagem a Tiglate-Pileser.5

PERICOPE

O texto em estudo está inserido dentro do contexto de males que viriam à Jerusalém. Entretanto, comentaristas, autores e bíblias comentadas divergem sobre a sua perícope . Há, porém, indicações nos versículos 17 a 25 que lançam luz para o seu estabelecimento. É certo que nesses versos encontram-se oráculos contra Judá. Eles são percebidos através das frases: 1) O SENHOR fará vir sobre ti, 2) sobre o teu povo, 3) sobre a casa do teu pai, 4) dias tais, 5) quais nunca vieram, 6) desde o dia. Essas expressões proféticas de Juízo divino se ligam às expressões: Assobiará o SENHOR às moscas... Às abelhas... Elas virão e pousarão... Nas fendas das rochas, em todos os espinhos e em todos os pastios. A expressão rei da Assíria do verso 17 se une à expressão navalha alugada do outro lado do rio... rei da Assíria do verso 20. A expressão assobiará o SENHOR às moscas... e às abelhas... elas virão e pousarão... dos versos 18 e 19, conectam-se à rapar-te-á o Senhor com uma navalha... a cabeça e os cabelos das vergonhas e tirará a barba do verso 20. As duas palavras dias e dia do verso 17 estão intimamente relacionadas à frase naquele dia do versos 18, 20, 21, 23 que aparece pela primeira vez em 2:20 como um oráculo de condenação aos idólatras de Judá e Jerusalém (2:1), depois aparece em 3:7,18;4:1 e 2 geralmente condenando a vaidade e o orgulho humanos. Sobre os versos em análise, Scökel e Sicre1 falam de uma união temática através de um movimento ondulatório. Tal movimento é concreto e tríplice: invasão contra Judá (17-20), restauração (21-22) e invasão (23-25) Pode-se, por esses inter-relacionamentos, estabelecer 7:17-25 como uma perícope.

Relacionamento da expressão Naquele dia com a Bíblia:
A expressão Naquele dia e Naqueles dias é freqüente ao longo das Escrituras. “Naqueles dias” aparece sessenta e nove vezes2 na Bíblia e geralmente relacionada a assuntos comuns da sociedade, da política, da religião, de uma pessoa, de uma família de um rei, de uma nação, de cumprimento de profecias, da vida missionária de Jesus, de perseguição inimiga, de crescimento evangélico pela vinda do Espírito Santo (Jl. 2:29) e dias finais da história deste mundo (Jl. 2:28-32).

Naquele dia aparecem trezentas e uma vezes3 na Bíblia. Só em Isaías encontra-se 47 vezes. Essa expressão, no singular, toma uma dimensão mais ampla. Pode ser entendida como Naquele dia da guerra, da afronta inimiga, do sacrifício no santuário, da expiação em Levítico, da celebração no templo, da circuncisão; do dia em que Deus abençoou uma pessoa, uma família, um rei, uma nação; de fartura, de escassez, da guerra do SENHOR, da morte de milhares de idólatras rebeldes, da possessão da terra, do juízo de Deus a um local específico ou a uma nação; da humilhação dos filhos de Israel.

Em Isaías, essa expressão está incorporada ao plano da salvação. Ele fala do dia do nascimento do Messias (4:2), da vida do Messias (4:2-6//42:1-9; 60:1-3), do sacrifício do Messias (53), da morte do Messias (53), da exaltação e entronização do Messias (53), do julgamento do Messias (3:13-14; 16:5), da volta do Messias (25:9), da destruição do mal (24; 25:8-9), da restauração da terra a uma nova terra (60-66) e da liberdade duradoura – o Shalom (60:18-22; 62:4, 6-12).

Naquele dia ganha uma qualidade escatológica quando unida à expressão do Novo Testamento últimos dias. (ver. At. 2:17//Jl. 2:28-30; I Tim. 4:1; II Ped. 3:3; Tia. 5:3; II Tim. 3:1-5; Mat. 7:21-23).


ESTUDO LEXICOLÓGICO

O estudo lexicológico de Isaías 7:20 estabelece o perímetro do verso bíblico. Além de ampliar a compreensão através de sinônimos, assegura que a interpretação do texto não extrapole os limites da intenção do autor e distorça a essência da mensagem. A pesquisa lexicológica é uma importante ferramenta hermenêutica e homilética.
1. Dia1 - yom {yome} – 1) dia; tempo; ano. 1a) dia (oposto de noite); 1b) dia (período de 24 horas); 1b1) definido como tarde e manhã em Gênesis 1; 1b2) como uma divisão de tempo; 1b2a) um dia de trabalho, uma jornada de um dia; 1c) dias, uma vida (pl.); 1d) tempo, período (geral); 1e) ano; 1f) ref. temporais; hoje; ontem; amanhã.
2. Senhor – 'Adonay {ad-o-noy'} - 1) meu senhor; senhor; (de homens, de Deus); (título usado em lugar de Yahweh como demonstração judaica de reverência).
3. Rapar – galach {gaw-lakh'} - 1) rapar; ficar calvo; 1a) (Piel) 1a1) rapar 1a2) (figura de devastação) 1b) (Pual) ser rapado 1c) (Hithpael) se rapar.
4. Navalha – ta`ar {tah'-ar} - 1) navalha; lâmina (espada); tornar nu.
5. Alugada – sekiyrah {sek-ee-raw'} - 1) alugada 1a) contratada (de animal) 1b) trabalhador contratado 1b1) mercenário.
6. Rio – rh’n” nahar {naw-hawr’} – 1) rio; córrego (subterrâneo)
7. Assíria – ‘Ashshuwr ou Ashshur {ash-shoor’} – 1) Assíria = “um passo” 1) o segundo filho de Sem, ancestral dos Assírios; 2) o povo; a nação; a terra.
8. Cabeça – varo ro'sh {roshe} - 1) cabeça; topo; pico; parte de cima; chefe; total; soma; altura; frente; princípio; 1a) cabeça (de homem, animais); 1b) topo (de montanha); 1c) altura (de estrelas); 1d) chefe, cabeça (de homem, cidade, nação, lugar, família, sacerdote); 1e) escolhido, melhor; 1f) cabeça, divisão, companhia, bando
9. Pé – regel {reh'-gel} - 1) pé, perna 1a) de Deus (antropomórfico) 1b) de serafim, querubim, ídolos, animais, 1c) de acordo com o passo (com preposição).
10. Consumir – caphah {saw-faw'} - 1) varrer; remover; alcançar; destruir; consumir; 1a) (Qal); 1a1) ser roubado;1b) (Niphal); 1b1) ser varrido, levado; destruído; 1b2) ser alcançado; capturado; 1c) (Hiphil) reunir.

Através do estudo realizado, a expressão “Naquele dia” recebe mais luz e amplifica as aplicações do texto. A palavra “Yom” cujo significado básico é dia (período de 24 horas); após o estudo, oferece possibilidades de interpretação que vão além do período literal. A mesma palavra permite também que transportemos o texto a uma aplicação cristológica e escatológica. “Naquele dia” pode ser aplicado ao dia em que Acaz rejeitou a Deus ao contratar Tiglate-Pileser para defendê-los esvaziando os cofres da Casa de Deus e os tesouros do reino. Mas, também pode ser aplicado ao dia que a “Casa de Deus” (tipo de Cristo segundo Ageu 2:9 e João 2:21) foi entregue para ser morto. “Naquele dia” o povo rejeitou Emanuel alegando que não tinham rei senão a César (João 19:15). Por fim, uma terceira aplicação aponta para períodos de tempo na vida de Jesus: seu nascimento, sua vida, sua morte, sua ressurreição e seu advento. Esta terceira possibilidade de interpretação da expressão “naquele dia” se fundamenta diante de uma comparação com as demais vezes em que a mesma expressão aparece no livro de Isaías.

A pesquisa lexicológica torna-se uma ferramenta hermenêutica indispensável para o estudante da Bíblia. É também uma fonte de idéias homiléticas que servirá aos pregadores da Palavra.


UMA EXPRESSÃO PROFÉTICA

Pode-se perceber que o livro de Isaías contém profecias com cumprimento relacionadas ao próprio tempo do profeta (1:1-35:10)1 O livro de Isaías decididamente não é uma fileira arbitrária de profecias desconexas. Existe certo arranjo cronológico. Os capítulos 2-5 consistem, até certo ponto, de profecias pertencentes ao começo das atividades de Isaías. Os capítulos 7:1-9:7 se originam em maior parte do período da guerra siro-efraimita (734 a.C.).2
Acaz tinha se aliado com o rei de Assíria (2 Reis 16:10; 2 Cr. 28:16-21). O profeta predisse que a aliança com Egito produziria a mesma vergonha e confusão da aliança Siro-Efraimita.3

CUMPRIMENTO LITERAL

Ao que se percebe não foram os israelitas literalmente barbeados dos pés a cabeça. O Comentário Bíblico Adventista diz que a expressão “Navalha alugada” é uma metáfora. Tal qual no capítulo 1:5-6, Judá é como um enfermo em cujo corpo não ficava nenhum lugar são. Agora se compara a nação com um homem submetido à suprema indignidade de ser depilado dos pés a cabeça, e de perder inclusive a barba, o que era considerado então como uma grande desgraça.4
Portanto a “Navalha alugada” é usada como símbolo da devastação feita por um exército invasor.5
Note que, de fato, Judá sofreu terrivelmente na época de Ezequias, como resultado da invasão de Senaqueribe. À luz do que as inscrições assírias têm revelado em relação à medonha destruição de Judá, pode-se dizer que a “tosquia” já se tornara então uma realidade.1

CUMPRIMENTO CRISTOLÓGICO

Acaz rejeitou o sinal – um menino Emanuel (Isaías 7:12)
Rejeição de Jesus (João 1:11)
Acaz prefere aliar-se a Tiglate-Pileser que confiar em Deus (2 Crônicas 28:16) Sacerdotes preferem César como Rei a Jesus. (João 19:14-15)2
O templo foi “rapado” de suas riquezas (2Cron 28:21)
Jesus foi “rapado” na sua crucifixão (Isaías 50:6; Mar.15:15)
A predição de Isaías 50:6 se cumpriu quando Jesus foi açoitado (Mar. 15: 15). Embora o Novo Testamento não registre que Jesus tivesse sua barba arrancada durante seu juízo, é fato que os judeus consideravam que era um grave insulto que se lhe arrancasse o cabelo ou a barba a alguém (Ed. 9: 3; Ne. 13: 25). Em vez do termo Heb. lemortim, "aos que arrancam pêlo", o rollo 1QIsª dos Manuscritos do Mar Morto emprega a palavra lemotlim, "aos que esbofeteiam". A LXX diz o mesmo.3

Agora, era comum no Oriente o uso de mantos longos. Cortar a metade dessas vestimentas exteriores, expondo assim à vergonha e ao ridículo ao que as levava, era um insulto tão grande como o rapar-lhes a barba.4
No julgamento de Cristo, alguns testificaram falsamente contra ele, dizendo: Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu.

E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? (Mc.14:58-63).
Tal qual aconteceu com os embaixadores de Davi (II Samuel 10:1-4) que foram ultrajados “...rapou-lhes a metade da barba, cortou-lhes os vestidos pela metade até as nádegas, e os despediu.”) e isto representou um insulto para a nação que representavam,1 também ocorreu com Cristo.

CONCLUSÃO

Ao término deste trabalho pudemos perceber a riqueza que se pode conter em apenas um versículo bíblico. Desse texto extraímos não apenas o significado que está na superfície, mas também pudemos estabelecer pontes de acesso a outros textos que possibilitaram fazer aplicações além da literal, como a cristológica e escatológica proposta no trabalho. Tais aplicações transcendem o literal e alcançam outros períodos da história, ampliando o contexto histórico destes eventos até chegar na atualidade.

Observamos que da mesma forma que o povo de Israel rejeitou os recursos do Senhor no tempo de Acaz, e contratou os recursos de Tiglate-Pileser; da mesma forma que Caifás rejeitou os recursos de Cristo e confiou seu destino a César; hoje; corremos o mesmo risco ao rejeitar os recursos do Espírito Santo e confiarmos nos nossos recursos. Acaz rejeitou o sinal da virgem trazido por Isaías; Israel rejeitou o próprio Emanuel; cabe a nós não rejeitarmos o Espírito Santo deixado por Emanuel. Eis o nosso maior Tesouro, do qual não podemos ser “rapados”, para que “naquele dia” não sejamos “envergonhados”.

NOTAS:

1 BÍBLIA. A Bíblia de Estudo Almeida. Barueri, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, Dicionário. p.41
2 SCHWANTES, Siegfried. J. Isaías: O Profeta do Evangelho. Engenheiro Coelho, SP: Gráfica da União Central Brasileira, 1999. p.23
3 DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2002. p.382
4 NICHOL, Francis D. (Ed.). Comentário Bíblico Adventista Del Septimo Dia, tomo 4. Argentina: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1995. p.173
5 SCHMIDT, Werber H. Introdução ao Antigo Testamento.São Leopoldo – RS: Editora Sinodal, 2002. pp.206, 207
6 CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Vol. 5. São Paulo: Editora Hagnos, 2000. p.2809
7 NICHOL, Francis D. (Ed.). Comentário Bíblico Adventista Del Septimo Dia, tomo 4. Argentina: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1995. p.174
8 HILL, Andrew; WALTON, John. Panorama do Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2001. p.175
9 LASOR, Willian S.; HUBBARD, David A.; BUSH, Frederic W.. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2003. p.303
10 SELLIN, E.; FOHRER, G.. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Editora Paulinas, 1977
11 DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia, Rio de Janeiro: JUERP, 1996. p.15
12 Champlin em seu esboço detalhado apresenta a “Predição acerca do Emanuel” em 7:1-25, R. N. Champlin, “O Antigo Testamento Interpretado Versículo por versículo vol. 5, (São Paulo, Editora Candeia, 2000), p. 2784; A Bíblia Plenitude apresentou no Esboço de Isaías o subtítulo “Invasão contra Acaz, o sinal do SENHOR: o nascimento de uma Criança” em 7:1-25, Bíblia de Estudo Plenitude, (Revista e Atualizada no Brasil, Segunda Edição, 2002), p. 669; A Bíblia Shedd também segue o mesmo caminho ao apresentar no Volume do Emanuel, o “Primeiro Sermão: Emanuel é Rejeitado pela Sabedoria Mundana, o faz em 7:1-25, Bíblia Shedd, (Revista e Atualizada no Brasil Segunda Edição, 1997), p. 980; Igualmente a Bíblia Anotada Expandida de Charles C. Ryrie, fala de “O Sinal do Emanuel” em 7:1-25, A Bíblia Anotada Expandida (Revista e Atualizada no Brasil, 2ª Edição, 2007) p. 657; O Comentário Bíblico Adventista corrobora trabalhando em seu esboço com 7:1-25, Comentario Biblico Adventista Del Séptimo Dia, Tomo 4 (Publicaciones Interamericanas: Pacific Press Publishing Associations, 1985) p. 172-173; O Novo Comentário da Bíblia segue por outra direção ao tratar de “Judá Assolado” usando a perícope 7:17-25, O Novo Comentário da Bíblia, Edição em 1 volume (Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 3ª Edição. São Paulo, 1997) p. 696; A Bíblia em Esboços ao Apresentar O Cristo do Profeta usa o 7:1-25, mas o distribui em três profecias, sendo a terceira “Ele (profeta) alerta sobre o terrível ataque assírio a Judá” em 7:17-25, Harold Willmington, A Bíblia em Esboços (Editora Hagnos Ltda. 6ª Reimpressão, São Paulo, 2005) p. 333-334; A Lição da Escola sabatina trabalhou com 7:17-25, Lição da Escola sabatina, 2º Trimestre. Segunda, 19 de Abril de 2004 p. 43; O Doutor Schwantes em seu comentário de Isaías ao comentar acerca da “Invasão Assíria Predita” usa o capítulo 7:17-25, Siegfried J. Schwantes, O Profeta do Evangelho: Comentários sobre o Livro de Isaías (Gráfica da União Central Brasileira, Engenheiro Coelho – São Paulo, 1999) p. 25; O Livro Introdução ao Antigo Testamento ao apresentar a estrutura do livro de Isaías coloca o subtítulo “Emanuel: o sinal de Acaz” em 7-8, William S. LaSor, David A. Hubbard, Frederic W. Bush, Introdução ao Antigo Testamento (Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 2003) p. 314; Kaufmann fala de “As Profecias Políticas de Isaías” em 7-12, Yehezkel Kaufmann, A Religião de Israel: do início ao exílio babilônico (Editora Perspectiva, USP, São Paulo, 1989) p. 392; House investe também em 7-12 destacando o rei davídico como o “Personagem mais facinante”, Paul R. House, Teologia do Antigo Testamento (Editora Vida, São Paulo, 2005) p. 349; O Livro Panorama do Antigo Testamento diz que os capítulos 7-12 servem de pano de fundo para “A invasão a Israel pelo rei assírio Tiglate-Peleser III”, Andrew E. Hill & J. H. Walton, Panorama do Antigo Testamento (Editora Vida, São Paulo, 2006) p. 461-462; Ridderbos já usa a sessão de 7:18-25 ao falar sobre “O anúncio da Destruição”, J. Ridderbos, Isaías: introdução e comentário (Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, São Paulo, 1986) p. 104; Igualmente a coleção Grande Comentário Bíblico é específica ao apresentar uma perícope convincente em 7:18-25, L. Alonso Schökel, J. L. Sicre Diaz, Grande Comentário Bíblico, Profetas I: Isaías e Jeremias (Edições Paulinas, São Paulo, 1988) p. 152.
13 SCHÖKEL, Alonso; DIAZ, J. L.; p. 152 (Citado)
14 GILMER, Thomas L.; JACOBS, Jon; VILELA, Milton. Concordância Bíblica Exaustiva, 2ª Ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2006. pp. 873-874.
15 Ibidem
16 BILLE WORKS, LLC 7.0. Norfolk, Virginia. 2002 (cd ROM)
17 DOUGLAS, John D. Dicionário da Bíblia,Vol 1,São Paulo: Edições Vida Nova, 1998. p.756
18 Ibidem.
19 NICHOL, Francis D. (Ed.). Comentário Bíblico Adventista Del Septimo Dia, tomo 4. Argentina: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1995. p.174
20 Ibidem. p.179
21 Ibidem. p.622
22 RIDDERBOS, J. Isaías Introdução e Comentário. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, 1988. p. 104
23 WHITE, Ellen. O Desejado de Todas as Nações,Tatuí,SP: CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, 1990. pp. 737,738.
24 NICHOL, Francis D. (Ed.). Comentário Bíblico Adventista Del Septimo Dia, tomo 4. Argentina: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1995. p.320
25 Ibidem. p.641
26 Nichol, Francis D. (Ed.). Comentário Bíblico Adventista Del Septimo Dia, tomo 2. Argentina: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1995. p.641.


BIBLIOGRAFIA


BÍBLIA. Português. A Bíblia de Estudo Almeida. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
BIBLE WORKS, LLC. Versão 7.0. Norfolk, Virginia, 2002. (cd rom)
CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Vol. 5. São Paulo: Editora Hagnos, 2001.

DAVIDSON, F.. O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2002.

DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia,Rio de Janeiro: JUERP, 1996.

GILMER, Thomas L.; JACOBS, Jon; VILELA, Milton. Concordância Exaustiva, 2 ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2006.

HARPER, A. F. (Ed.). Comentário Bíblico Beacon, vol. 4. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2005.

HILL, Andrew, Walton, John. Panorama do Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2001.

LASOR, Willian S., Hubbard, David A., Bush, Frederic W.. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2003.

NICHOL, Francis D. (Ed.). Comentário Bíblico Adventista Del Septimo Dia, tomo 4. Argentina: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1995.

RIDDERBOS, J. Isaías Introdução e Comentário. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2006.

SCHMIDT,Werber. Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo, RS: Editora Sinodal, 2002. 206-207.

SCHWANTES, Siegfried. J. . Isaías: O Profeta do Evangelho. Engenheiro Coelho, SP: Gráfica da União Central Brasileira, 1999.
SELLIN, E., Fohrer G.. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Editora Paulinas, 1977.

domingo, 21 de novembro de 2010

IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS

ESSA BREVE PESQUISA FOI FEITA EM CUMPRIMENTO PARCIAL AOS REQUISITOS DA MATÉRIA DE ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA PARA O PROGRAMA DE MESTRADO EM TEOLOGIA PELO UNASP.

O PENSAMENTO NÃO É CONCLUSIVO E NÃO PRENTENDE SÊ-LO, POIS O ASSUNTO É COMPLEXO E DE DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO, ELE PRESISA, AINDA, SER REFINADO E APROFUNDADO PELA AMPLIDÃO DA BÍBLIA E DOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE. A TRILHA FOI APENAS INICIADA.

Nome: Cirilo Gonçalves da Silva
Turma: A
Matéria: Antropologia Teológica
Professor: Dr. Giuseppe Carbone

TEMA: “À IMAGEM E SEMELHANÇA”


OBJETIVOS:

Essa breve pesquisa tem cinco objetivos fundamentais: 1) Perceber como o texto bíblico de Gênesis 1:26-27 “Também disse Deus: Façamos o home à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves do céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” foi interpretado por algumas escolas teológicas, teólogos e filósofos do passado e do presente, 2) analisar o pensamento Whitiano (Ellen G.White. Essa análise será em apenas algumas passagens dos seus escritos) sobre o homem ser a imagem e semelhança de Deus, 3) investigar Gênesis 1:26-27 em seu contexto imediato e amplo, 4) apresentar uma interpretação pessoal e 5) dar uma mensagem objetiva e subjetiva, baseada em Gênesis 1:26-27, à sociedade moderna .

HERMENÊUTICAS DESENVOLVIDAS SOBRE GÊNESIS 1:26-27 NAS ESCOLAS DE PENSAMENTOS: FILÓSOFOS, SOCIÓLOGOS E TEÓLOGOS

A Escola Alexandrina principalmente sob Clemente, Orígenes, Atanásio e Cirilo, acreditava que a imagem de Deus não ocorre no corpo e sim no interior, na alma, no intelecto, na liberdade e na natureza espiritual do homem . Contrariamente a Escola Antioquena entendia a imagem de Deus numa dimensão mais materialista. Dizia que “a imagem do Deus invisível, se em algum lugar se manifesta, só pode ser no corpo, na carne humana” e os defensores mais destacados eram Irineu, Tertuliano, Marcelo de Ancira e Hilário de Poitiers.
Para a Igreja Católica Apostólica Romana os termos “imagem e semelhança” são distintos. Quando ela se refere à “imagem”, fala da imagem natural e da natureza do homem como homem, incluindo a espiritualidade, a liberdade e a imortalidade. Ao se referir à “semelhança”, interpreta como sendo o lado moral, a justiça e a santidade. Às vezes, a semelhança é descrita como um produto merecido da obediência, uma recompensa para o uso próprio da natureza, para que por ela seja salvo. Esse tipo de abordagem, que distingue Imagem de Semelhança, foi também encontrada nos escolásticos, embora nem sempre expressa do mesmo modo. Já os reformadores abandonaram a distinção entre Imagem e Semelhança, pois “consideravam a justiça original como incluída na imagem de Deus e como pertencente à própria natureza do homem em sua condição originária . Mas esta expressão dupla não pretende fazer distinção entre a imagem natural e a sobrenatural porque os termos são intercambiáveis
Já para o Filósofo Sóren Kierkegard a “imagem de Deus não é de forma alguma substancial, como a personalidade, mas é simplesmente relacional” . Alguns teólogos pensam assim também e, entre eles está o Dr. Karl Barth . Na filosofia de Sertillanges o homem é misterioso como Deus tem o seu mistério. Ele é extra-natural, como Deus é sobrenatural, é uma exceção que responde a um desígnio particular. Toda criação se deu numa passagem de Deus, ao parar criou o homem a sua imagem para dominar sobre tudo . No pensamento evolucionista há uma teoria que distingue a “imagem” que o homem possuía e que ele perdeu devido à queda (felicidade e obediência responsiva) e a “imagem” adquirida devido à queda (poderes racionais e responsabilidade moral) . Boehner, em sua filosofia, meditando em Gênesis 1: 27 disse que está escrito que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Mas deve-se dizer que o homem foi criado conforme a imagem de Deus, pois, estritamente falando, somente Cristo é a imagem Deus (Col 1, 15). Assim, “O homem é a imagem desta imagem de Deus” .
De acordo com Calvino não há diferença entre as palavras “imagem” e “semelhança”. O termo consiste em “retidão” e “verdadeira santidade”, fundamentando o seu pensamento em Efésios 4:24 e Colossenses 3:10 . Já o Dr. Champlin acredita que o homem veio à existência compartilhando de algo da natureza divina e por toda a eternidade o salvo continuará a se desenvolver “divinamente”, sempre em um sentido finito, mas real .

SIGNIFICADO DO TERMO

As palavras hebraicas de Gênesis 1.26, 27 para imagem e semelhança são tselem e demuth, o equivalente às palavras gregas eikon e homoiosis (que em latim são imago e similitudo). Tselem significa imagem moldada, uma figura moldada, imagem no sentido concreto da palavra (2Rs.11.18; Ez.23.14; Am.5.26). Já demuth também se refere à idéia de similaridade, mas num aspecto mais abstrato ou idealístico. Segundo Addison Leitch, “o autor bíblico parece estar tentando expressar uma idéia muito difícil, na qual deseja deixar claro que o homem, de alguma maneira, é o reflexo concreto de Deus” . Embora durante muito tempo se tentou diferenciar as palavras, nos relatos bíblicos as palavras imagem e semelhança são empregadas como sinônimos. Em Gn.1.26 são empregada as duas palavras, mas no v.27 apenas a primeira delas. Em Gn.5.1 só ocorre a palavra semelhança e no v.3 ambas novamente. Porém em Gn. 9.6 aparece apenas a palavra imagem. Ou seja, são utilizadas em Gênesis de maneira intercambiável. Outro detalhe importante é que, até mesmo as preposições utilizadas são igualmente intercambiáveis (cf. Gn.1.26,27 e 5.1-3).
Groningen apresentou uma diferença gramatical dizendo que o homem deveria ser criado Besalmenu Kidemutenu (à nossa imagem, conforme a nossa semelhança) v. 26. Ele diz que o texto bíblico registra que Deus criou et-ha Adam besalmo (o homem à sua imagem). Pergunta Groningen porque o sufixo plural no verso 26 e o singular no verso 27? Ele responde dizendo que Deus é citado como ambos, plural em sua deliberação e singular quando realizando as suas atividades criadoras. Citando Wenham, diz que a discussão concentra-se, também, no uso do Be e Ke no verso26. Mostrou que o Be (em ou por) e Ke (como ou tal como) não são exatamente sinônimos, embora seus campos semânticos coincidem. Nesta passagem os dois são virtualmente equivalentes. Depois que ele faz a diferença entre o Be e o Ke propõe três possibilidades como solução. 1) Be-Ke poderia significar na capacidade de. A preposição é usada neste sentido em Êxodo 6:3. Se esta possibilidade for correta, afirma ele, poderia significar que o homem foi criado na capacidade de Deus. Isto, como resultado significa que o homem foi criado para ser a imagem divina. 2) A idéia do Be pode ser melhor apresentada como um verbo estativo (Um verbo estativo descreve um estado, ou seja, uma situação não dinâmica): o homem deve espelhar, ser a imagem de Deus. 3) A terceira possibilidade de acordo com Groningen expressa a visão tradicional, ou seja, o homem foi criado de acordo com o modelo. Da mesma forma como Moisés construiu o tabernáculo de acordo como modelo que Deus lhe havia dado (Êxodo 25:9, 40), Deus também fez a humanidade de acordo com o modelo que ele tinha em mente. Este modelo, no entanto, embora não idêntico ao próprio Deus, refletia e representava muito daquilo que Deus é. Comentando sobre o assunto, Hartley escreveu que tselem e demut refere-se à imagem como uma representação da divindade o que significa dominar sobre a criação divina na qualidade de vice-gerente de Deus. Hartley fortalece o seu argumento citando o Salmo 8:5-8 (sobre esse Salmo, Kidner também o relaciona com Gênesis 1:26, especialmente os versos 6-8 ) quando o homem na visão de Davi recebe da parte de Deus o domínio sobre as Suas obras. Seguindo, também, uma linha tradicional de interpretação do texto, argumenta que a imagem divina não se encontra no corpo do homem, que foi feito a partir de matéria terrena, mas em sua semelhança espiritual, intelectual, moral, com Deus de quem veio o sopro que lhe deu vida

Gordon J. Wenham reuniu as cinco principais opiniões sobre esse assunto. São elas:
1. “Imagem” e “semelhança” são distintos. A imagem relaciona-se com as qualidades naturais do homem (razão, personalidade, etc.) que fazem o homem assemelhar-se com Deus; enquanto que semelhança refere-se às graças supranaturais, isto é, ética.
2. A imagem refere-se às faculdades mentais e espirituais que o homem divide com o seu Criador.
3. A imagem consiste de uma semelhança física, isto é, o homem parece-se com Deus. Wenham diz que essa posição tem a seu favor, o fato de que “tselem”, na maioria das vezes, denota uma imagem física. Gênesis 5.3 é um desses casos. Esse verso diz que Adão gerou a Sete, segundo a sua imagem (tselem). Isso significa que Sete, parecia-se fisicamente com o seu pai. Contra essa posição, Wenham diz que O Antigo Testamento enfatiza freqüentemente a incorporeidade e invisibilidade de Deus (cf. Dt 4.15-16).
4. A imagem de Deus faz do homem representativo sobre a terra.
5. A imagem é a capacidade que o homem tem de relacionar-se com Deus.
Essas alternativas ressaltam a dificuldade em definir o que os termos “imagem” e “semelhança” significam. A maioria delas apresenta um ponto importante do que estaria implicado nos termos em discussão, o que torna difícil escolher uma posição ou outra.

O HOMEM COMO IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS (ALGUMAS PASSAGENS DOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE)

Para Ellen White "a imagem de Deus está impressa na retina da alma humana e à medida que o homem se relaciona com Ele e o contempla intimamente é moldado a Sua semelhança.” . Comentando sobre a formação de Adão ela diz que “o homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter... E que Cristo somente é a expressa imagem do Pai (Heb. 1:3)... Mas o homem foi formado à semelhança de Deus” . Ela acredita que Deus é espírito mas que também é Pessoal, “visto que o homem foi feito à Sua imagem” . Ao falar assim, relaciona a imagem do homem com a Pessoalidade de Deus. Ela também crê que quando o homem está envolvido no pecado, tem a semelhança de satanás e ao sair de suas mãos pelo poder de Cristo e Sua Palavra, passa a ser a imagem de Deus . E em sua escatologia ela pondera que quando Jesus estiver sendo glorificado olhará para os remidos que “estarão renovados em Sua própria imagem, trazendo cada coração a impressão perfeita do divino, refletindo cada rosto a semelhança de seu Rei” declarará: "Eis a aquisição de Meu sangue! Por estes sofri, por estes morri, a fim de que pudessem morar em Minha presença pelas eras eternas" . Essa afirmação ganha sustentação ao fazermos um paralelo com a esplêndida visão que ela teve de outros mundos habitados. Ela foi transportada a um deles e viu que os habitantes daquele lugar eram de todas as estaturas; nobres, majestosos e formosos. Ostentavam a expressa imagem de Jesus e seu semblante irradiava santa alegria, que era uma expressão da liberdade e felicidade do lugar. Ao perguntar a um deles porque eram mais formosos que os da terra, a resposta foi: “Vivemos em estrita obediência aos mandamentos de Deus, e não caímos em desobediência como os habitantes da Terra”. A mesma expressão que é usada para Jesus em Hebreus 1:3 é usada para os habitantes daquele lugar que não experimentaram o pecado, apenas com uma diferença básica, Jesus é tido como a imagem do Pai e os habitantes desse mundo são à imagem de Jesus . Fala, também, do que Deus deseja fazer hoje no coração do ser humano. “Ele quer restaurar no homem Sua imagem moral” e essa obra só é possível “à medida que dEle vos aproximardes, em arrependimento e confissão, Ele Se aproximará de vós, com misericórdia e perdão” . Ela é capaz de dizer, apropriadamente, que é obra silenciosa do Espírito Santo na alma humana realizar essa renovação “gerando na alma uma vida nova; cria um novo ser, à imagem de Deus” . Esse novo ser refletirá para o mundo a verdadeira imagem dAquele que o criou . O seu maior anseio, após ter contemplado em visão o céu como um lugar agradável era “ali estar, e contemplar o meu amorável Jesus, que por mim deu Sua vida, e achar-me transformada a Sua imagem gloriosa” Ellen G. White ao escrever sobre o homem sendo a imagem e semelhança de Deus o faz holística e panoramicamente.

ANÁLISE PESSOAL DE GÊNESIS 1-2 E 5 EM SEU CONTEXTO IMEDIATO E AMPLO PARA O ESTABELECIMENTO DE UMA INTERPRETAÇÃO INDIVIDUAL SOBRE "A IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS" E APRESENTAR UMA BREVE MENSAGEM PARA UMA SOCIEDADE MODERNA COM OS SEUS DESAFIOS.

Em Gênesis 1-2 existem algumas expressões importantes para o nosso estudo. São elas:
1. “Criou Deus” (1:1, 21, 27; 2:4), “Fez Deus” (1:3, 7, 9, 16, 25; 2:21), “Formou o SENHOR” (2:7, 19, 22), “Plantou o SENHOR” (2:8). Essas palavras revelam um Pai de amor, poderoso, com responsabilidade, preparando um ambiente para os seus filhos morarem. Revela, também, uma ação, uma dinâmica mergulhada em profunda reflexão. Revela ainda determinação e coragem.
2. “Disse Deus” (1:3, 6, 9, 11, 14, 20, 22, 24, 26, 29; 2:16, 18). Essa expressão revela um Pai que tudo pode fazer pelo poder de Sua Palavra e ao mesmo tempo dialoga com a Sua criação como faz um pai com o seu filho.
3. “Viu Deus” (1:4, 10, 12, 18, 21, 25, 31). Nessa contemplação o Pai olha com alegria e aprecia as Suas obras criadas
4. “Isso era bom” (1:3, 10, 18, 21, 25). O pai é bondoso, fez e faz apenas coisas boas para os seus filhos. Ele se realiza nos feitos de Sua bondade.
5. “Houve tarde e manhã” (1:5, 8, 13, 19, 23, 31). A noção de tarde e manhã, no contexto da criação do mundo, apresenta um Pai organizadíssimo e fazendo uma atividade, bem feita, a cada dia sem atropelos e, por isso, podia dizer “isso é bom”.
6. “Ervas”, “Árvores frutíferas”, “Luzeiros”, “Estrelas”, “Enxames de seres viventes”, “Aves”, “Grandes animais marinhos”, “Seres viventes que rastejam”, “Animais domésticos” e “Animais selváticos”. (1:11-12, 14-16, 20-21, 24-25). As palavras e expressões no plural para a criação animal, vegetal e astral, apresentam um Pai amante do “muito”, de “multidão” e de “diversificação”, e também da ordem, equilíbrio e descência.
7. “Chamou Deus”, “Nominou” (1:5, 8, 10; 5:2). O Pai ao criar cada elemento, deu o devido nome de acordo com a natureza da Sua obra e o fazia carinhosamente para que cada uma tivesse a própria identidade.
8. “Deu todas as ervas que dão semente”, “Deu todas as Arvores em que há fruto que dê semente”. Essas duas frases revelam o Pai preocupado com a saúde dos filhos e seu desenvolvimento integral. Revela cuidado, amor e zelo pelo que é seu por direito. O tipo de Alimento oferecido revela que o Pai conhece a máquina, a estrutura humana que fez.
9. “Descansou”, “Abençoou”, “Santificou” (2:1, 2, 3). Ao concluir, o Pai, todo o cenário para colocar os seus filhos, ficou maravilhado com tanta beleza e estabeleceu o sétimo dia como o memorial de toda a criação. Assim, quando Seus filhos chegassem ao sábado voltar-se-iam para o Pai e O glorificaria pelas obras de Suas mãos. O sétimo dia recebeu do Pai uma bênção especial para ser separado dos dias normais da semana. Os grandes animais marinhos, todos os seres viventes que rastejam e povoam as águas e todas as aves foram abençoados para a fecundação e multiplicação. Assim, também, o homem recebeu do Pai uma bênção especial e um mandado diferente dos outros animais (1:28). Nesse contexto particular o Pai é um abençoador de suas criaturas porque deseja a sua multiplicação organizada e equilibradamente.
Em Gênesis 5, no contexto da genealogia de Adão, existem algumas expressões importantes para o nosso estudo. São elas:
1. “Viveu”, “Vida” (5:3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 13, 15, 16, 18, 19, 21, 22, 25, 26, 28, 30). No capítulo cinco o destaque inicial é para a vida. O primeiro homem (e Eva), Adão, foi criado pelo Pai para viver e sua geração para ter vida.
2. “Gerou um filho” (5:3-4, 6-7, 9-10, 12-13, 15-16, 18-19, 21-22, 25-26, 28-30). Essa seqüência: O Pai criou um filho, (Adão 5:1, 2) o filho recebeu poder do Pai para gerar, também, um filho. Este recebeu poder do pai para gerar outro filho, precisa ser observada e considerada. O mesmo que o Pai fez o filho fez. Evidentemente numa esfera diferente e inferior.
3. “E Teve filhos e filhas” (5:4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 26, 30, 32). Cada filho gera “filhos e filhas”, obedecendo ao mandamento do Pai. O objetivo era cumprir o mandado de encher a terra (1:28).
4. “Todos os dias foram... e morreu” (5:5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 27, 31). A morte, assim como a vida, é uma realidade nesse capítulo. Ela veio em conseqüência do pecado (2:17), ofuscou o brilho da vida, mas uma luz brilhou quando Enoque, que andava com Deus, foi tomado da terra para o céu sem passar pela morte (5:24).

CONCLUSÕES:

1. Nos capítulos 1-2 existem palavras, frases e idéias que revelam a Deus como um Ser pessoal (“Disse Deus”, “Viu Deus”, “Chamou Deus”, “Nominou”), que tem poder criador (“Criou Deus”, “Fez Deus”, “Formou o SENHOR”, “Plantou o SENHOR”), cuidado e amor para com as suas criaturas (“Deu todas as ervas que dão semente”, “Deu todas as Arvores em que há fruto que dê semente”), organização (“Houve tarde e manhã”), bondade (“Isso era bom”), amante da multiplicidade e diversidade (“Ervas”, “Árvores frutíferas”, “Luzeiros”, “Estrelas”, “Enxames de seres viventes”, “Aves”, “Grandes animais marinhos”, “Seres viventes que rastejam”, “Animais domésticos” e “Animais selváticos”) e espiritual a ponto de estabelecer um dia para ser adorado pelos seus grandes feitos (“Descansou”, “Abençoou”, “Santificou”). Com estas e outras qualidades que Ele possui, criou o homem à Sua imagem e semelhança.
2. No capítulo 5 o destaque é para a vida, a geração de filhos e filhas e a morte. Assim como o primeiro homem foi feito à imagem de Deus os demais foram feitos à imagem de Adão. Somos a imagem da imagem. Este conceito é destacado na genealogia da seguinte maneira: Primeiro Deus criou Adão à Sua semelhança (5:1), Adão gerou a Sete à sua semelhança conforme a sua imagem (5:2). A sequência continua dizendo que Sete gerou a Enos (subentende-se que foi também à sua semelhança conforme a sua imagem), Enos gerou a Cainã (idem), este gerou a Maalaleel (idem), Maalaleel gerou a Jerede (idem), Jerede gerou a Enoque (idem), Enoque gerou a Metusalém (idem), Metusalém gerou a Lameque (idem), Lameque gerou a Noé (idem) e Noé gerou a Sem, Cam e Jafé (idem). Na seqüência vida, geração de filhos e filhas e morte, existe uma interrupção misteriosa quando Enoque é levado para o céu sem passar pela morte após ter andado com Deus (5:24). Ao ser transportada em visão a um mundo perfeito, Ellen G. White, viu os moradores daquele lugar expressando a imagem de Jesus. Viu, também “o bom e velho Enoque, que tinha sido trasladado. Em sua destra tinha uma palma resplendente, e em cada folha estava escrito: ‘Vitória’. Pendia-lhe da cabeça uma grinalda branca, deslumbrante, com folhas, e no meio de cada folha estava escrito: ‘Pureza’, e em redor da grinalda havia pedras de várias cores que resplandeciam mais do que as estrelas, e lançavam um reflexo sobre as letras, aumentando-lhes o volume. Na parte posterior da cabeça havia um arco em que rematava a grinalda, e nele estava escrito: ‘Santidade’. Sobre a grinalda havia uma linda coroa que brilhava mais do que o Sol. Perguntei-lhe se este era o lugar para onde fora transportado da Terra. Ele disse: ‘Não é; minha morada é na cidade, e eu vim visitar este lugar.’ Ele percorria o lugar como se realmente estivesse em sua casa.”
3. De acordo com os meus estudos posso concluir que hoje, devido o pecado, somos a imagem e semelhança de Deus, "ofuscadamente". Somente no Reino Eterno do Pai, transformados e imortalizados pelo poder de Sua eterna presença, poderemos ser, na totalidade e plenitude à Sua imagem e semelhança tanto no aspecto exterior como no interior. No físico como no caráter (não em essência, pois não seremos divinos e sempre em grau inferior. Tselen e demuth também significam algo como um Ser glorioso em pé projetando uma sombra, o homem foi formado parecendo com a sombra – traços bem gerais). A história de Enoque é um exemplo ideal desse pensamento. E se os moradores do mundo em que Enoque visitava “eram de todas as estaturas; nobres, majestosos e formosos” Ostentando “a expressa imagem de Jesus, e seu semblante irradiava santa alegria, que era uma expressão da liberdade e felicidade do lugar”, e quando Enoque foi indagado por Ellen White, se ali era “o (seu) lugar para onde fora transportado da Terra” ele respondeu “Não é; minha morada é na cidade”. Suponho que os moradores da cidade santa (são) e os que morarão lá serão a expressa imagem de Jesus também.
4. O homem moderno precisa saber que, embora seja, a imagem e semelhança de Deus, ofuscadamente pela presença do pecado no mundo e na natureza humana, um dia, no Reino Eterno, será plenamente a expressa imagem de Jesus. Foi para esse fim que Jesus veio e quem andar com Deus hoje, como andou Enoque com Deus no passado, caminhará com esperança para esse mister.

______________________________________________________________________________________

1. Os cinco objetivos desse trabalho fazem parte das exigências da matéria “Antropologia Teológica do Dr. Giuseppe Carbone: matéria ministrada na classe de mestrado em teologia pastoral na Universidade Adventista de São Paulo (UNASP), Engenheiro Coelho, julho de 2010.
2.. Hécion Ribeiro, “Ensaio de Antropologia Cristã: Da Imagem à Semelhança com Deus”. Editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro. 1995, p. 106
3. Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, Joh Rea, Dicionário Bíblico Wycliffe, 2ª Edição. CPAD, Rio de Janeiro, RJ. 2007, PP. 954-955
4. Louis Berkhof. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã: São Paulo, 2004. pp.187
5. Enciclopedia de La Biblia. Cuarto volumen, ediciones Garriga, S.A. Barcelona 1963, p. 108
6. Pfeiffer, p. 955
7. Ibidem, p. 955
8. A.D. Sertillanges, El Cristianismo y las Filosofias. Biblioteca Hispánica de Filosofia, Editorial Gredos, S.A. Madrid, 1966, pp. 66-67
9. Pfeiffer, 954
10. Philotheus Boehner, Etienne Gilson, História da Filosofia Cristã: Desde as Origens até Nicolau de Cusa. 7ª Ed. Tradução de Raimundo Vier. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000. p. 284
11. John Calvin, Commentaries on the first of Moses, vol. 1. Called Genesis, Grand Rapids, Michigan, Eerdamans Publishing Co., 1996, p. 94
12. Russell Norman Champlin, O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo, 2ª Edição. AGNOS 2001, pp 15-16
13. Addison Leitch. Image of God. In: Charles Ryrie. Teologia Básica. Mundo Cristão: São Paulo, 2004. pp. 218.
14. Ver Gerard Van Groningen, Criação e Consumação, vol. 1, Editora Cultura Cristã, 1ª Edição. 2002, pp. 80-84
15. Derek Kidner, Salmos 1-72, Introdução e Comentário aos Livros I e II dos Salmos. Série Tyndale Commentary. (Tradução de Gordon Chown). Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação religiosa Editora Mundo Cristão. São Paulo, SP, Brasil. 1980, p. 83
16. Laird Harris, Gleason L. Archer Jr, Bruce K. Waltke, Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento (Tradução de Márcio Loureiro Redondo, Luiz A. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto). Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. 1ª Edição. São Paulo, SP. 1998, pp 1288-1289
17. Gordon J. Wenham, Word Biblical Commentary, vol. 1, Waco, Word Books, 1987, pp. 29-32; Groningen, pp. 83-84
18. Ellen G. White, Mensagens aos jovens, p. 160 (CD ROM contendo todos os livros de E.G.W produzido pela Casa Publicadora Brasileira dos Adventistas do Sétimo Dia)
19. Idem, Patriarcas e Profetas, p. 45
20. Idem, Educação, p. 132
21. Idem, Atos dos Apóstolos, p. 476
22. Idem, O Grande Conflito, p. 671
23. Idem, Primeiros Escritos, pp. 39-40
24. Idem, Caminho a Cristo, p. 55
25. Ibid
26. Idem, p. 65
27. Idem, Primeiros Escritos, p. 39
28. Salvo indicação, todas as referências citadas a partir de agora pertencem a Bíblia Almeida Revista e Atualizada no Brasil 2ª edição.
29. Idem, Maranata, o Senhor Vem – MM, 1977, p. 366; Idem, Primeiros Escritos, 39-40
30. Além dos anjos, Enoque (Gen. 5:24), Elias (2° Reis 2: 11), Moisés (Deut 34//Mat. 17:1-4; Judas 9) e muitos santos ressuscitaram por ocasião da morte e ressurreição de Cristo e foram com ele para a cidade santa de Deus (Mat. 27:50-53); para se obter mais detalhes sobre esse episódio ver Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 786; Idem, Cristo Triunfante – MM 2002, p. 285

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CHAMADOS PARA SER TESTEMUNHAS

CHAMADOS PARA SER TESTEMUNHAS
Testemunhos Seletos vol. III 295

“Estende-se perante nós a eternidade. A cortina está para ser corrida.
Em que estamos pensando, para que assim nos apeguemos ao nosso amor egoísta da
comodidade, enquanto por toda parte ao nosso redor almas estão a perecer? Ficou-nos completamente calejado o nosso coração? Não podemos ver nem compreender que temos uma obra para fazer em favor de outros?
Irmãos e irmãs estão entre os que, tendo olhos, não vêem, e tendo ouvidos, não
ouvem? Foi em vão que Deus vos deu o conhecimento de Sua vontade? Foi em vão que Ele vos enviou advertência após advertência da proximidade do fim? Acreditais as declarações de Sua palavra acerca do que está para sobrevir ao mundo? Acreditais que os juízos de Deus impendem sobre os habitantes da Terra? Como, então, podeis ficar de braços cruzados, descuidosos e indiferentes? Cada dia que passa nos leva mais perto do fim. Leva-nos, também, para perto de Deus? Estamos vigilantes em oração?
As pessoas com quem nos associamos dia a dia precisam de nosso auxílio, nossa
guia. Podem estar em tal estado de espírito que uma palavra oportuna lhes seria pelo
Espírito Santo ao coração como um prego em lugar firme. Amanhã talvez algumas dessas
estejam onde nunca mais as possamos alcançar. Qual é a nossa influência sobre esses
companheiros de jornada?
Que esforço fazemos para ganha-los para Cristo? O tempo é breve, e nossas forças têm que ser organizadas para produzirem uma obra maior. O tempo demanda maior eficiência e mais profunda consagração. Oh! Estou tão repleta deste assunto que clamo a Deus: ‘Suscita e envia mensageiros possuídos do sentimento de responsabilidade, mensageiros em cujo coração tenha sido crucificada a idolatria do próprio eu, que jaz no fundamento de todo pecado’ .”


Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Evangelista da UCOB
Twitter: @prcirilo
Site: www.ucob.org.br/evangelismo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

102 BATISMOS EM UMA SEMANA DE COLHEITA

Olá amigos...

Terminamos ontem uma Semana de Colheita aqui em Campo Grande MS.
Três Disritos Pastorais foram preparados desde o começo do ano em todas as áreas missionarias para a Colheita que ocorreu de 17 a 23 de Outubro de 2010.

Antecedendo à Semana de Colheita, nesses três Distritos foram batizadas 210 pessoas e na Semana de Colheita foram 102. Fechando parcialmente, ate agora, 312 pessoas. Existem ainda mais de oitenta para serem colhidas ate o final do ano.

Quero parabenizar o nosso Evangelista Jansen, a equipe dos Distritais envolvidos, os obreiros biblicos, anciãos e líderes que ajudaram na integração dos Departamentos para o evangelismo e a Associação Sul Matogrossense atravéz do Presidente Pr. Nardi que deu todo suporte a esse trabalho.

É importante dizer da colaboração financeira que o Tesoureiro Daniel deu, mostrando que tem visão e paixão pelo Evangelismo.

A FESTA DE ONTEM À TARDE FOI LINDÍSSIMA POR VÁRIOS MOTIVOS. EIS ALGUNS:

1. Ginásio cheio de Irmãos louvando ao SENHOR.

2. Entrada Triunfal de Desbravadores, Pastores, Tocha e Candidatos sob o som de uma Marcha.

3. Seis Pastores batizando simultaneamente, inclusive o Presidente da Associação.

4. Decisões Emocionantes de Pessoas que queriam ser batizadas na hora. Pessoas que ja estavam preparadas mas que não tinham tomado a decisão do batismo ainda e ali o fizeram. Três dessas eu as batizei.

5 dezenas tomaram a decisão para os próximos batismos.

6. A alegria espiritual dos irmaos em ver um movimento evangelístico bem organizado, integrado e repleto de Milagres de todos os tipos inclusive de uma garotinha que tinha secreção nos ouvidos desde o seu nascimento e apos o momento de oração dedicado a ela, testemunhou seu pai pra mim "ela não teve mais nada" disse com lágrimas nos olhos e agradecido.

7. E a transição para o Evangelismo Via Satelite com o Pr. Luis Gonçalves

Por tudo isso e mais, posso dizer LOUVADO SEJA O SENHOR!

Cirilo Gonçalves da Silva
Evangelismo UCOB
Twitter: @prcirilo

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

EVANGELISMO PROFÉTICO EM CAMPO GRANDE MS

Três distritos da cidade de Campo Grande em Mato Grosso do Sul se organizaram desde o começo do ano para receber o Evangelismo Profético realizado pelo Conferencista Pr. Cirilo Gonçalves da Silva.

No Ginásio da Escola Adventista do Sétimo Dia desde domingo dia 17 de Outubro, o ginásio com capacidade para 800 pessoas fica completamente cheio e mais de 100 pessoas por noite tomam a decisão de ser batizadas.

Os três distritos se organizaram em:
1. Pequenos Grupos
2. Oração intercessoria
3. Visitação às famílias
4. Classes Bíblicas
5. Jejuns
6. Vigilias e
7. Evangelismos locais com uma equipe de 3 obreiros bíblicos

No proximo sábado dia 24 de novembro à tarde, no mesmo ginásio, batizaremos 120 pessoas numa grande festa espiritual. tenho a alegria de ver a cada noite milagres maravilhosos que só o evangelho pode realizar. ontem dia 19 batizamos uma mulher que ficou 20 anos afastada do caminho de Deus mas recebendo a influência do Espírito Santo intensamente no coração e os conselhos de sua mãe falando dia a dia na consciência. mas quando ela fez as quarenta madrugada de oração e recebeu um milagre no seu casamento decidiu definitivamente voltar aos braços do Pai Todo Poderoso.

Parabenizo o Pr. Jansen, sua equipe de pastores distritais e obreiros bíblicos pela organização missionária das igrejas e do evento dessa semana. Louvo ao SENHOR pelo envolvimento direto da Associação Sul Matogrossense na pessoa do Presidente Pr. Nardi e sua equipe de Departamentais.

Em breve vocês verão as fotos e video.
um grande abraço!

Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Evangelista da União Centro Oeste Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Twitter: @prcirilo

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

EVANGELISMO INTENSO NO CENTRO OESTE BRASILEIRO - UCOB

O nosso querido Centro Oeste está vivendo um momento evangelístico intenso:

A APLAC com o nosso Evangelista Marcelo Dadamo está mobilizada com centenas de Duplas Missionárias, Classes Bíblicas, Evangelistas Voluntários e Semanas Especiais de Colheita. A Semana Santa foi um sucesso em todo campo. Para citar um Distrito, o Recanto das Emas, do Pr. Nilton Brito, organizou 55 calvários nos lares e logo em seguida fiz uma Semana de Colheita resultando em 23 batismos, apenas desses calvários. Muitas outras atividades Missioário-Evangelísticas estão em andamento.

A ABC com o nosso Evangelista Antônio Ribeiro está com o Impacto Goiânia, desde a Semana Santa com a participação da Divisão, União, Associação e Voz da Profecia até a chegada de 30 estudantes de teologia para realizar o Evangelismo em cinco distritos em Goiânia, com a presença de cinco pastores evangelistas e a vinda do nosso Evangelista da Divisão – Luis Gonçalves - em Novembro para o fechamento do Impacto Evangelístico.

A MISSÃO TOCANTINS com o nosso Evangelista Adilson Miranda também está nessa experiência evangelística. O trabalho de base é forte, duas equipes a nível de Associação realiza o evangelismo efetivo em vários lugares do campo. Conversei recentemente por telefone com um dos obreiros de uma dessas equipes que me disse que dá estudos bíblicos as cinco da manhã. A voz da Profecia esteve recentemente aqui em Tocantins para uma semana de evangelismo e agora estou realizando, desde sábado uma semana de colheita na cidade de Gurupi. Ontem tivemos a quadra da escola Adventista completamente cheia de pessoas ouvindo o evangelho.

A AMT além do forte trabalho pessoal também, com as Duplas Missionárias, Classes bíblicas e evangelistas voluntários, realizou recentemente com a minha presença a Caravana da Esperança passando por 15 cidades num percurso de aproximadamente 6 mil Kilômetros batizando em uma semana 113 pessoas e deixando, decididas para os próximos batismos 517.

A ASM também está atenta no seu trabalho de base com as Duplas e Classes para ter fartas colheitas até o final do ano. Há uma equipe forte de evangelismo atuando a nível de Associação. Agora em Outubro realizarei uma Semana Especial de Evangelismo e a expectativa é grande para uma boa Colheita. Esperamos Colher 130 pessoas numa única semana fruto de um preparo árduo e dos esforços do grupo. O investimento nesse campo é grande e um grupo de pastores vai assistir essa semana especial de Colheita (17 a 23 de Outubro) para começar o preparo porque no ano que vem, farão o mesmo.

NA UCOB Até 2015 serão plantadas 430 novas congregações.
Apenas em 2011 serão plantadas 108 novas congregações.
Em 2011, nas cidades e municípios sem a presença Adventista, serão plantadas 19 congregações.
Até 2015, nas cidades e municípios sem a presença Adventista, serão plantadas 92 congregações

Se relatar o trabalho dos Pequenos Grupos em todo o nosso território veremos que o Centro Oeste está se parecendo com um pesqueiro, é só jogar as redes. Ontem eu participei de um Pequeno Grupo e tinha 38 pessoas. O Pastor Elder, Distrital aqui em Gurupi me disse que já batizou perto de 40 pessoas só com o trabalho dos PGs. E que tem um dos menores índice de apostasia de toda a União.

A ênfase no Discipulado também está forte. Essa orientação do Senhor Jesus faz parte de todas as Associações na UCOB. A Administração, Departamentais, Distritais e Anciãos abraçaram a idéia e todos discipulam todos, cada um com o seu grupo.

Temos grandes desafios como em qualquer lugar, mas como citou, apropriadamente, o Pastor Erton no Treinamento Evangelístico Via Satélite, o texto de Atos 2:14 “Então se levantou Pedro, com os onze...”, temos a disposição de se levantar com o nosso grupo de Evangelistas para que o Evangelho Eterno cumpra o seu papel final.

ESSE BREVE RESUMO DAS ATIVIDADES MISSIONÁRIO-EVANGELÍSTICAS, MOSTRA QUE O NOSSO CENTRO OESTE, em cada campo, PODERÁ TER, NA SEMANA VIA SATÉLITE, UMA COLHEITA EXTRAORDINÁRIA. Vamos aproveitar esse momento, porque Esta chegando o nosso Evangelismo Via Satélite – 23-30 de Outubro com o Nosso Evangelista Luis Gonçalves. VAMOS BATIZAR, COM QUALIDADE, O MÁXIMO QUE PUDERMOS.

Todas as orientações já foram transmitidas via satélite e se você, querido evangelista precisar de qualquer informação adicional ou relembrar alguma coisa, entre no portaladventista.org que você terá. Ou entre em contato comigo. Estou a sua disposição.


Um forte abraço!
O SENHOR te iluminará mais uma vez!



Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Evangelista - União Centro Oeste Brasileira
www.ucob.org.br/evangelismo
http://www.cirilogoncalves.blogspot.com/.
Twitter: @prcirilo

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

MILAGRES NO MATO GROSSO

Mais de 20 mil pessoas foram beneficiadas com a Mensagem de Esperança do Livro do Apocalipse. Com o tema, APOCALIPSE: A Força da nossa Esperança, a Associação Matogrossense da Igreja Adventista do Sétimo Dia atendeu 15 cidades do Mato Grosso nos dias 10 a 19 de Setembro com a CARAVANA DA ESPERANÇA.

A CARAVANA DA ESPERANÇA percorreu mais de 6 mil kilomêtros para levar a Esperança da Volta de Jesus aos corações desesperados. duzentas pessoas foram batizadas e mais de 500 decidiram se batizar nos próximos batismos até o final do ano. Como Pregador Evangelista há 18 anos já vi muitos milagres e de todas as formas mas, essa CARAVANA foi especial por vários motivos:

1. Equipe de trabalho unida e comprometida com o Evangelismo.
2. Liderança da Associação focada no Evangelismo.
3. O Evangelista da Associação, bem organizado e responsável.
4. Duzentos Batismos.
5. Quihentas pessoas decidiram se batizar nos próximos Batismos.
6. Decisões emocionantes por Jesus.
7. Milagres fisicos e espirituais.
8. Hinos congregacionais maravilhos e próprios para uma festa como essa.
9. As cantoras Melissa Barcelos e Suzane Hirle, não cantaram, ADORARAM e levaram a multidão, em cada lugar, a adorar o Deus do céu.
10. A amizade desenvolvida e aprofundada pela equipe da CARAVANA durante o percurso de mais de seis milkilomêtros.
11. A humildade dos irmãos do Mato Grosso e seu profundo espírito missionário.

Em breve vocês terão fotos e vídeo

Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Evangelista
Twitter: @prcirilo
Evangelismo UCOB

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CARAVANA DA ESPERANÇA - MATO GROSSO (10 - 19 DE SETEMBRO)

VIDEO CONVITE



Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Evangelista
Twitter: @prcirilo

sábado, 4 de setembro de 2010

EVANGELISMO DE COLHEITA NA UNIÃO CENTRO-OESTE BRASILEIRA


Em Goiânia, o Impacto continua com todo poder: haverá cinco distritos sediando Evangelismo com a presença de 30 estudantes de Teologia distribuídos, seis em cada distrito e um Evangelista em cada lugar.

E em novembro (19 a 28) o Pr. Luis passará uma noite em cada um fazendo a Colheita final.

Os outros dois Evangelismos que merece destaque são o de Tocantins e Mato Grosso do Sul. Os detalhes, cada Associação pode fornecer.


Segue abaixo a agenda:

10 a 19 de Setembro = CARAVANA DA ESPERANÇA EM MATO GROSSO

20 a 24 de Setembro = EVANGELISMO DE COLHEITA NA CENTRAL DE CUIABÁ

25 de Setembro a 01 de Outubro = IMPACTO GOIÂNIA Evangelismo em Guanabara I

02 a 09 de Outubro = EVANGELISMO DE COLHEITA EM TOCANTINS

10 a 16 de Outubro = IMPACTO GOIÂNIA Evangelismo em Guanabara I

17 a 23 de Outubro = EVANGELISMO DE COLHEITA EM Mato Grosso do Sul

Cirilo Gonçalves da Silva

Evangelista, Ministério Pessoal, Missão Global e ADRA

União Centro Oeste Brasileira

www.ucob.org.br


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O REFLEXO DO SER E A VOLTA DA SOLIDARIEDADE

“O REFLEXO DO SER E A VOLTA DA SOLIDARIEDADE”
Tudo é reflexo complexo. Às vezes sem nexo produzindo o perplexo. O que refletimos nessa vida para que haja escassez na abundância e abundância na escassez? Refletimos o que temos ou o que somos? Certamente tudo o que existe é um reflexo do ser que pode ser o fruto de sua imaginação, carência, dependência, demência e paciência.
O perplexo é observar no que existe, a carência, a dependência e a demência. Paciência! Mas onde está a inteligência em sua essência? Certamente morta. Morta porque o que se vê é só assistência, a solidariedade com a sua intenção se foi do ser e ele gostou. Gostou do nada. Agora é tudo assistência! A partir de cima e partir de baixo.
O reflexo complexo de tudo isso é o nada porque o tudo se foi. E agora refletimos o que somos e o que temos é fruto da escassez que produziu a imaginação, a carência, a dependência, a demência, e a paciência. O bom é que se observa na imaginação, carência, dependência, demência, e paciência a solidariedade. Mas ela não se foi? Não se deu bem fora do ser e quer voltar.
Ela vem de cima e debaixo, de todos os lados. De todos os continentes, mostrando os dentes, sorridente. Do raio de maio, da chuva de uva e do vento violento. Do terremoto, da batatada queimada, da enchente fervente e da guerra sem gente. Ela vem de todos os lados porque vagueou por lá, pede licença e entra no ser. Agora tudo é reflexo com nexo.

Esse texto foi escrito em Dezembro de 2009 – São Paulo. Shopping Ibirapuera

PR. CIRILO GONÇALVES DA SILVA. Mestre em Teologia. Evangelista, Departamental de Ministério Pessoal, Missão Global e ADRA da União Centro Oeste Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia com sede em Brasília DF.
Twitter: @prcirilo

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O CONCEITO DE JUSTIÇA NO ANTIGO TESTAMENTO

INTRODUÇÃO:
1. Essa breve pesquisa foi realizada por Cirilo Gonçalves, Jairo de Oliveira e Ricardo Pablo para o programa de Mestrado em teologia pelo UNASP. os três ja receberam o título de Mestre em Teologia. Esse artigo será publicado, em breve pela Universidade por ter recebido a nota máxima.
2. Dificilmente haja alguém que não seja culpado de ter cometido injustiça e sérios erros de julgamento. Dificilmente haja alguém que não tenha sofrido injustiça e algum engano de julgamento com respeito a si mesmo por parte de outros. Em repetidas ocasiões artistas que, posteriormente, chegariam a ser famosos, foram rechaçados por serem considerados inúteis.
3. Em suas memórias Gilbert Frankau recorda como, na época vitoriana, a casa de sua mãe era uma reunião onde se encontravam as pessoas mais brilhantes da época. Sua mãe tomava provisões para entreter aos hóspedes com alguma expressão artística. Em certa oportunidade, convidou-se a uma jovem cantora australiana. Depois de ouvi-la, a senhora Frankau declarou: "Que voz atroz! Ela deveria ser amordaçada e não ser permitida cantar o resto de sua vida." A cantora era Nellie Melba, uma das mais famosas sopranos de ópera, poucos anos depois.
4. Houve tantos casos de julgamentos equivocados que se acreditaria que os homens deveriam aprender a abster-se totalmente de julgar a outros (grifo nosso). No entanto, é dever cristão exercer discriminação: ‘E porque não julgais também por vós mesmos o que é justo?’ (Luc 12:57), perguntou Jesus. E noutra ocasião, disse Ele: Não julgueis segundo a aparência e, sim, pela reta justiça (Jo 7:24). “Espera-se que o crente não seja crédulo. O crente tem habilidade de discriminar. Portanto deve usá-la e julgar pela ‘reta justiça’”.
5. Quando tratamos da justiça humana não raras vezes percebemos haver um movimento pendular. Ora pendemos ao extremo do rigor e ora ao extremo da complacência. Como evitar os extremos e encontrar o equilíbrio na pratica da justiça? O presente artigo tem como propósito apresentar o conceito bíblico de justiça e a prática para se alcançar o ideal da imparcialidade.

CONCEITO HEBRAICO DE JUSTIÇA NO ANTIGO TESTAMENTO

O Novo Dicionário da Bíblia diz que “a palavra justiça aparece algumas dezenas de vezes, no Antigo Testamento” e três palavras hebraicas são usadas para descrevê-la: (tsedeq) justiça, retidão, (tsᵉdāqâ) justiça, retidão e (tsaddîq) justo,
legal, certo, reto , porém em Jó 36:17 (NVI) aparece o (shāpaṭ) julgar,
governar, que na sua forma derivada é (shepeṭ) julgamento, (shᵉpôṭ) juízo
e (mishpāṭ) justiça, ordenança. Quando mishpāṭ e tsᵉdāqâ aparecem juntos, a
frase inteira é geralmente traduzida como julgar e fazer justiça, que é o caso de II Sm 8:15 (cf. Gn 18:19) .
Segundo N. Snaith o significado original da raís (tsdq) é “um ser retilíneo”, mas que implica uma norma. Embora a origem ainda seja obscura , Léon Epsztein citando H. Cazelles concorda que havia uma aspiração geral à justiça nas diversas regiões do antigo Oriente Médio. Em Babilônia e entre os semitas ocidentais havia um binômio lingüístico kittu/mêsharu, sendo kittu proveniente da raiz kânu que em seu sentido básico significa solidez, estabilidade, mas, kittu é traduzido por termos variados como verdade, justiça, procedimento correto, lealdade, fidelidade, correção, estado normal. Já o termo mêsharu veio da raiz eshêru, verbo que apresenta a noção de ordem perfeita, crescimento belo da lavoura para a colheita, prosperidade dos animais e dos homens, paz e segurança do reino.
O binômio kittu/ mêsharu tornou-se, graças ao movimento profético em Israel, o
(mishpāṭ/tsᵉdāqâ) (tsedeq/tsᵉdāqâ) que não pode ser tomado como uma fórmula abstrata, e, sim noção profundamente ligada à vida concreta do povo de Israel. Essa fórmula que descreve a justiça em seu campo mais amplo, alcança uma importância significativa entre os profetas bíblicos no sentido de transcender do seu aspecto jurídico para o ético e religioso, algo necessário, um conjunto de regras religiosas conforme a vontade divina. É também observado como sinônimo de graça, de fidelidade à aliança, de absolvição ou punição, e também concernente às relações entre as duas partes . No Israel antigo o comportamento não era julgado segundo uma norma abstrata, mas em função do concreto, das relações humanas. O conceito(mishpāṭ/tsᵉdāqâ) (tsedeq/tsᵉdāqâ) é conceito de relação real entre
dois seres e não entre uma idéia e um objeto submetidos à julgamento de valor .
O uso mais antigo de (tsedeq/tsᵉdāqâ) diz respeito à função de juízes. Todos os seus procedimentos e decisões devem ocorrer de acordo com a verdade e sem nenhuma parcialidade (Lv 19:15). A fraude e o engano nas relações comerciais não são permitidos. O termo em questão descreve três aspectos de relacionamentos pessoais: Ético, Forense e Teocrático.
1) O aspecto Ético está relacionado a conduta de uns com os outros por meio de normas vigentes, e estas estão na Palavra de Deus. Especificamente, retidão nas relações sociais consistia na obediência à lei de Deus.
2) Já o aspecto Forense está ligado à igualdade de todos, ricos e pobres, perante a lei. O justo não era morto (Êx. 23:7), pois a lei não o condenava. A pessoa que num litígio estava com a razão não era posta de lado (Is. 5:23). Na época do Israel antigo o juiz considerava a inocência de um homem mediante a sua retidão em relação à lei de Deus. Ser inocente e ser justo eram a mesma coisa. O termo é empregado ao Senhor, o reto Juiz (II Cr. 12:6; Sl. 11:7; Jr. 12:1; Lm. 1:18) e Juiz de toda terra (Dt. 32:4; Sl. 119:137; Is. 5:16), conseqüentemente Seus padrões e juízos são justos (Sl. 119:144, 160,172).
3) No contexto do aspecto Teocrático está envolvida a aliança entre Deus e Israel. Nesse pacto é necessária è obediência a Deus que em retribuição a essa fidelidade o SENHOR livra o Seu povo de dificuldades (Sl. 31:1 NVI), de inimigos (Sl. 5:8), dos ímpios (Sl. 37:6) e quando necessário, o SENHOR vindica o Seu povo diante dos seus adversários e executa vingança sobre eles (Jr. 11:20). Com um Juiz assim, Israel tem certeza da vitória final sobre os adversários (Is. 54:14-17). Portanto o SENHOR é, ao mesmo tempo, Justo e Salvador (Is. 45:21).

CONCEITO DE JUSTIÇA NO NOVO TESTAMENTO

A língua grega do Novo Testamento usa o substantivo (díke) como raiz do qual derivam para os vocábulos Justiça (dikaiosýne); Justo (díkaios).
DIKAIOS (Justo) em primeiro lugar é aquele que se comporta de modo adequado para e dentro da estrutura de sua comunidade e observa os deveres para com os deuses e os homens.
DIKAIOSYNÊ (Justiça) na justiça está, como um compêndio, toda a virtude. A palavra designa, por uma parte, a qualidade do que é justo, é a justiça que corresponde à lei, mas por outra parte ela mesma é também a norma. “É o caráter ou qualidade de ser reto ou justo. Usado para denotar um atributo de Deus, significa essencialmente o mesmo que sua fidelidade, ou veracidade, aquilo que é coerente com Sua própria natureza e promessas; Romanos 3:25,26 fala de Sua Justiça manifesta na Morte de Cristo, que é suficiente para mostrar aos homens que Deus não é indiferente diante do pecado, nem o considera de maneira ligeira”
O D. Hill, comentando sobre o emprego que a LXX faz do grupo de palavras com dikaios, observa que este passou por uma mudança considerável por causa de ter sido consistentemente empregado para traduzir o grupo hebraico que se forma com sdq, especialmente quando se faz comparação com o Grego clássico.
“1. As palavras eram empregadas para se referirem ao caráter e às ações de Deus [na LXX]. No uso do grego clássico, dikaios, etc., não eram termos que se empregavam daquilo que era divino, a não ser numa data bem recuada.
2. No emprego lingüístico dos termos no Grego clássico estava presente a idéia da conformidade com um padrão, e o padrão era primariamente aquele de uma obrigação social. No emprego que o Antigo Testamento fazia de sedaqah, o padrão que se subentende possui autoridade divina, sendo, em muitas ocasiões, aquilo que exige a lei da aliança.
3. A palavra dikaiosyne, ao ser traduzida para dentro da terminologia da aliança, recebia, de vez em quando, um conteúdo que se relaciona com aquele de misericórdia (ao traduzir hesed), e de lealdade e fidedignidade (ao traduzir emet).”
O Novo testamento emprega as palavras deste grupo de muitos modos diferentes. O adjetivo dikaios ocorre em quase todos os livros no NT, mais freqüentemente em Mateus e Paulo (17 vezes cada). dikaiosyne ocorre sete vezes em Mateus. Para ter mais clareza sobre o sentido de Justiça examinaremos o uso no evangelho de Mateus.
Dikaiosyne: se encontra nas palavras do Senhor Jesus no sermão do monte, referindo-se a tudo que é reto e justo em si mesmo, de tudo o que está de acordo à vontade revelada de Deus. Mateus 5:6 “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”; 10 “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”; 20 “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”(citação). É possível que a chave para esse sermão seja este ultimo verso. O tema central desse texto é a verdadeira justiça. Os líderes religiosos possuíam uma justiça artificial e exterior com base apenas na lei. A justiça que Jesus descreve é verdadeira e essencial, começa no interior, no coração. Os fariseus se preocupavam com os mínimos detalhes da conduta e do cumprimento rigoroso da lei, mas deixavam de valorizar a pessoa.
Justiça, dikaiosyne, parece significar aqui “a conduta que Deus requer, possível apenas quando a lei for encarada como uma inspiração, e não como um fardo, como os escribas a queriam tornar”. Knox, enquanto admite que a tradução “justiça só expressa uma parte do que esta difícil palavra quer dizer, assim traduz: “Se a vossa justiça não for de uma medida mais cheia do que a justiça dos escribas”; ele parafraseia “vossa justiça” dizendo: “a vossa noção do que é devido de vossa parte para com o vosso próximo.
Ao proferir o sermão do monte, Jesus inicia enfatizando os benefícios e bênçãos para o cristão decorrentes de seus ensinamentos. Os fariseus ensinavam que a justiça era algo exterior, uma questão de obedecer a determinadas regras e preceitos, e aplicavam a punição caso houvesse a infração da mesma, em detrimento da misericórdia. Jesus apresenta um caráter cristão que flui do ser interior e se manifesta em atos exteriores ao exercer a justiça. No episódio da mulher adúltera (João 8:1-11), em vez de julgar a mulher, Jesus julgou os juízes, porque certamente se indignou com a maneira como a trataram. Não podemos concluir de que Jesus não tratava o pecado com rigor ou de que desrespeitava a Lei. O perdão de Cristo também não é uma desculpa para pecar. Sua ordem foi: “vai e não peques mais”. Essa experiência do perdão repleto de graça foi um exemplo da justiça e misericórdia (dikaiosyne) que deve servir como motivação para viver em obediência.
Na perspectiva bíblica, Deus é sempre a fonte de todo “direito” e por tanto, é aquele que assinala a linha do “justo” segundo suas normas próprias. Deus é o justo por excelência. No pensamento bíblico, a vontade divina opera conforme a princípios intrínsecos de equidade. Deus não é uma forca incontrolada, porem age segundo seus atributos de justiça e misericórdia, em constante contrabalanço e equilíbrio, inclinando-se mais pela misericórdia compassiva do que pela justiça rígida e punitiva.

CHAMADOS À JUSTIÇA

Quando Jesus orou por seus discípulos, disse: "Não rogo que os tire do mundo, mas que os livres do mal" (João 17:15). Qualquer ensino que separe o cristão da vida e da atividade no mundo é falso. Este foi o engano que cometeram os monges e os ermitões. Sua crença era que para viver uma vida cristã deviam retirar-se ao desterro ou a um monastério, que deviam separar-se da substância absorvente e tentadora vida do mundo, que somente podiam chegar a ser cristãos verdadeiros deixando de viver no mundo. “O cristão não é um espectador, desde seu balcão, mas sim está comprometido nas lutas cotidianas da existência”.
Certamente que uma das lutas cotidianas da existência é o fato de que neste mundo, vez ou outra, o cristão terá que exercer esta capacidade de discernimento, terá que julgar com justiça. O apostolo Pedro afirma que “nós aguardamos novos céus e nova terra onde habita a justiça” (2Pedro 3:13).
Se há de haver um novo céu e uma nova terra, se este céu e esta terra hão de ser morada de justiça, então é evidente que o homem deve esforçar-se com todas suas energias mentais, morais e físicas para adaptar-se à condição de morador de um mundo novo no qual não haverá lugar para a injustiça.
O amadurecimento cristão abrange a busca de se tornar praticante da justiça. Tratar os seus semelhantes com equidade e justiça e de forma imparcial deve ser uma das metas do viver cristão. Não há campo para neutralidade quando temos que nos colocar do lado da justiça e do que é correto. Em Hebreus 5:14 o autor se depara com um problema que acossoa a igreja de todas as gerações: O problema do cristão que se recusa crescer. Deus é infinito; as riquezas de Cristo são inescrutáveis; e deveríamos seguir progredindo até o final de nossa vida.
Há gente que jamais experimentou um crescimento em sua conduta. Pode perdoar-se que um menino esteja de mau humor, que seja propenso a acessos incontrolados de temperamento e recuse jogar a não ser seguindo seus próprios impulsos. E há muitos adultos — até na Igreja — que são tão pueris em sua conduta como qualquer menino. Fisicamente são já homens e mulheres, mas em matéria de conduta não se desenvolveram.
O autor lamenta que depois de muitos anos de cristianismo seus fiéis não tenham superado o elementar; são como os meninos que não conhecem a diferença entre o bem e o mal. Não só careciam do conhecimento da verdade, mas também da experiência da verdade. Mas aqueles que são perfeitos (E.R.C.) ou adultos (E.R.A.) (teloi, "maturos") eram como atletas exercitados (gegymnasmena), prontos para a competição porque estavam espiritualmente disciplinados. Aqueles que assim foram treinados eram espiritualmente sensíveis e capazes de discernir entre a verdade e o erro quando instruídos.
Muito se espera daqueles a quem muito se dá. Ser pouco hábil denota a falta de experiência nas coisas do Evangelho. A experiência cristã é um sentimento, sabor ou prazer espiritual da bondade, doçura e excelência das verdades do Evangelho. Nenhuma língua pode expressar a satisfação que a alma recebe por meio do sentimento da bondade, graça e amor divinos de Cristo por ela.

CONCLUSÃO:

A palavra justiça na Bíblia quando se refere a Deus é uma “demonstração dEle agindo de acordo com as normas e exigências da perfeição de sua própria natureza” ou ainda justiça pode ser um “ato divino, onde em sua graça e em conformidade com a sua aliança, selada com o sofrimento, morte e ressurreição de Cristo, Ele, perdoa as pessoas fracas, perdidas e sem justiça própria, aceitando-as através da fé”. No entanto a Bíblia ainda define justiça como uma “qualidade que leva os cristãos a agirem corretamente, de acordo com os mandamentos de Deus”. Sendo assim, devemos buscar a justiça de Deus para exercer justiça para com os nossos semelhantes. Ao entrar em contato com o pensamento bíblico de justiça percebemos que Deus deseja que sejamos “justos”. O apostolo Paulo no capítulo do amor diz-nos que o amor não se alegra com a injustiça (1Coríntios 13:6). Ellen White orienta-nos que deveríamos pautar “sempre a nossa vida pelos princípios da justiça, a fim de que avancemos de força em força no nome do Senhor”.
Assim como no Antigo Testamento todo julgamento é atribuído a Deus, assim também no Novo Testamento a totalidade do julgamento e do castigo fica sendo dentro do contexto mais lato do julgamento soberano de Deus, princípio este que se expressa com a maior clareza em Mateus 7:1; “Não julgueis, para que não sejais julgados”. À igreja de Cristo foi confiada a tarefa de julgar no que diz respeito a assuntos que afetam os seus membros (1 Coríntios 5:12; 6:2). Os relacionamentos humanos devem ser regulados pelo amor.
Ser justo e praticar a justiça trazem recompensa na área dos relacionamentos sociais, profissionais e materiais bem como familiares e espirituais. Percebemos esta realidade quando analisamos os provérbios de Salomão (10-15). O COMPARATIVO abaixo nos dará uma visão mais ampla e detalhada do assunto.

COMPARATIVO: JUSTO/RECOMPENSA E PERVERSO/RECOMPENSA (PROVERBIOS 10-15)

JUSTO/RECOMPENSA:

1. “O SENHOR não deixa ter fome o justo” Pv. 10:2

2. “Sobre a cabeça do justo há bênçãos” Pv. 10:6

3. “A memória do justo é abençoada” Pv. 10:7

4. “A boca do justo é manancial de vida” Pv. 10:11

5. “A obra do justo conduz à vida” Pv. 10:16

6. “Prata escolhida é a língua do justo” Pv. 10:20

7. “O anelo dos justos Deus o cumpre” Pv. 10:24

8. “O justo tem perpétuo fundamento” Pv. 10:25

9. “A esperança dos justos é alegria” Pv. 10:28

10. “O justo jamais será abalado” Pv. 10:30

11. “A boca do justo produz sabedoria” Pv. 10:31

12. “Os lábios do justo sabem o que agrada” Pv. 10:32

13. “O justo é libertado da angústia” Pv. 11:8

14. “No bem estar dos justos exulta a cidade” Pv. 11:10

15. “O desejo dos justos tende somente para o bem” Pv. 11:23

16. “Se o justo é punido na terra” Pv. 11:31

17. “Os pensamentos do justo são retos” Pv. 12:5

18. “O justo atenta para a vida dos seus animais” Pv. 12:10

19. “A raiz dos justos produz o seu fruto” Pv. 12:12

20. “Nenhum agravo sobrevirá ao justo” Pv. 12:21

21. “O justo serve de guia para o seu companheiro” Pv. 12:26

22. “O justo aborrece a palavra de mentira” Pv. 13:5

23. "A luz dos justos brilha intensamente” Pv.13:9

24. “O justo tem o bastante para satisfazer o seu apetite” Pv. 13:25

25. “O justo ainda morrendo tem esperança” Pv. 14:32

26. “Na casa do justo há grande tesouro” Pv. 15:6

27. “O coração do justo medita o que há de responder” Pv. 15:28

28. “O SENHOR atende à oração do justo” Pv. 15:29


PERVERSO/RECOMPENSA:

1. “Mas rechaça a avidez dos perversos” Pv. 10:2

2. “Mas na boca dos perversos mora a violência” Pv. 10:6

3. “Mas o nome dos perversos cai em podridão” Pv. 10:7

4. “Mas na boca dos perversos mora a violência” Pv. 10:11

5. “O rendimento do perverso, ao pecado” Pv. 10:16

6. “Mas o coração dos perversos vale mui pouco” Pv. 10:20

7. “Aquilo que teme o perverso isso lhe sobrevém” Pv. 10:24

8. “Como passa a tempestade, assim desaparece o perverso” Pv. 10:25

9. “Mas a expectação dos perversos perecerá” Pv. 10:28

10. “Mas os perversos não habitarão a terra” Pv. 10:30

11. “Mas a língua da perversidade será desarraigada” Pv. 10:31

12. “Mas a boca dos perversos, somente o mal” Pv. 10:32

13. “O perverso a recebe em seu lugar” Pv. 11:8

14. “Perecendo os perversos, há júbilo” Pv. 11:10

15. “Mas a expectação dos perversos redunda em ira” Pv. 11:23

16. “Quanto mais o perverso e o pecador” Pv. 11:31

17. “Mas os conselhos do perverso, engano” Pv. 12:5

18. “Mas o coração dos perversos é cruel” Pv. 12:10

19. “O perverso quer viver do caçam os maus” Pv. 12:12

20. “Mas os perversos, o mal os apanhará em cheio” Pv. 12:21

21. “Mas o caminho dos perversos os faz errar” Pv. 12:26

22. “Mas o perverso faz vergonha e se desonra” Pv. 13:5

23. “Mas a lâmpada dos perversos se apagará” Pv. 13:9

24. “Mas o estômago dos perversos passa fome” Pv. 13:25

25. “Pela sua malicia é derribado o perverso” Pv. 14:32

26. “Mas na renda dos perversos há perturbação” Pv. 15:6

27. “Mas a boca dos perversos transborda maldades” Pv. 25:28

28. “Mas o SENHOR está longe dos perversos” Pv. 15:29

É bom lembrar que a reta justiça só pode ser praticada por quem pratica o que prega. A história que segue ilustra bem essa verdade:

Rabi Yonatan era juiz em sua cidade, e o tribunal de Justiça era em sua própria casa. Rabi Yonatan tinha um vizinho romano. As casas ficavam lado a lado e os campos eram fronteiriços. Uma árvore cresceu no campo de Rabi Yonatan. Era sólida e alta, e seus grossos galhos estendiam-se por cima do campo do vizinho. O romano gostava de descansar à sombra da árvore, e nunca havia se queixado que esta escurecia parte de seu campo.
O romano sabia que muitas pessoas vinham ao Bet Din de Rabi Yonatan e que ele era bem conhecido em toda a cidade por sua honestidade e integridade.
“Gostaria de ouvir alguns dos casos trazidos perante Rabi Yonatan” – pensou ele. “Certamente seria divertido ouvir os judeus brigando e discutindo entre si e como o Rabi os julga.”
E, de fato, um dia o romano foi ao Bet Din.Do lado de fora, dois judeus, que vieram para uma audiência, discutiam. Um deles dizia:
“Você precisa cortar sua árvore. Ela me incomoda porque está em meu caminho quando estou arando meu campo, e os galhos escondem a luz do sol e prejudicam minha colheita.” O outro respondia com raiva:
“Por que cortar a árvore agora? Não e não! Por vinte anos tem crescido neste mesmo lugar e nunca disse uma palavra. Agora você vem com queixas!”
As duas partes entraram na sala de audiências, com as faces vermelhas de raiva. Apresentaram o caso a Rabi Yonatan. Um deles disse: “Não concordo em cortar os galhos da árvore! Como ela ficará, tosada de seus bonitos galhos? Isto poderia enfraquece-la e o vento poderia arranca-la. O outro argumentou:
“É verdade que a arvore está lá por um longo tempo, mas no principio não era tão grande e não me incomodava. Agora seus galhos estenderam-se tanto que me atrapalham e prejudicam meu trabalho. Tenho sofrido bastante e não tolerarei mais isto!” O romano ouviu atentamente.
“Bem” – pensou ele – “este é um caso muito interessante. Rabi Yonatan também possui uma árvore como a deste caso que cresce sobre meu campo. Desejo saber qual será seu veredito.”
Rabi Yonatan ouviu pacientemente cada uma das partes e, quando os dois homens concluíram suas queixas, disse: “Vao para casa e voltem pela manhã, para ouvir a decisão do Tribunal”. Os dois judeus saíram, e o romano pensou: “É evidente que Rabi Yonatan adiou para amanhã o julgamento por minha causa. Viu-me sentado aqui e lembrou de sua própria árvore! Provavelmente pensou que se dissesse ao homem para cortar os galhos de sua árvore, então eu pediria que cortasse sua árvore também! Mas se pensa que pode sair pela tangente, está enganado! Amanhã, bem cedo, voltarei à Corte, e se ouvir Rabi Yonatan ordenar ao homem aparar a árvore, o envergonharei diante de todas as pessoas no tribunal. Dir-lhes-ei que ele julga os outros, enquanto comete o mesmo erro. Depois irei ao campo e podarei sua árvore! Veremos se ousará fazer-me objeção!”
O romano retornou para casa e, como todas as pessoas malvadas que planejam prejudicar as outras, não revelou seus maus pensamentos a ninguém.
Naquela mesma tarde, Rabi Yonatan chamou um carpinteiro e disse:
“Vá a meu campo e corte todos os galhos que estão se inclinando sobre a propriedade do meu vizinho.” O homem pegou suas ferramentas e serrou os galhos.
Bem cedo da manhã seguinte,as partes chegaram ao Bet Din. O romano também veio e se assentou para ouvir. Rabi Yonatan virou-se para o dono da árvore e disse: “Esta é a decisão do Tribunal: você deve cortar os galhos que ultrapassam seu campo e incomodam seu vizinho. Apare-os.”
Rabi Yonatan mal terminara de falar, quando o romano saltou e gritou:
“O que me diz de sua árvore inclinando-se sobre meu campo? Por que o senhor não corta seus galhos?!” Rabi Yonatan respondeu tranquilamente: “Vá e veja minha árvore. Este homem precisa fazer com a sua exatamente o que fiz com a minha.” O romano foi ao campo e, para sua grande surpresa, achou a árvore aparada; verificou que não havia mais ramos sobre sua propriedade. Então compreendeu Rabi Yonatan era honesto e justo, pois não queria julgar outro homem até que ele próprio consertasse o que devia. Arrependido de seus maus pensamentos, o romano falou em voz alta, emocionado:
“abençoado seja o Deus de Israel que ordenou aos judeus viverem de acordo com a lei e a justiça. Rabi Yonatan é um exemplo vivo disto”
Daquele dia em diante, mostrou grande reverencia a seu vizinho, Rabi Yonatan, o juiz.

Autores: Cirilo Gonçalves (Evangelista, MP, MG e ADRA da UCOB), Jairo de Oliveira (Distrital da AP), e Ricardo Pablo (Distrital da APV).

Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Evangelista
Twitter: @prcirilo

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O SELO DE DEUS E A MARCA DA BESTA

INTRODUÇÃO: Em Apocalipse 6:17 está escrito: "Porque chegou o Grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" Esse texto foi emprestado do Antigo Testamento. (Joel. 2:11; Naum 1:6; Malaquias 3:2). A pergunta do Apocalipse é: “Quem pode ficar em pé no dia da Volta de Jesus?” A resposta está no Apocalipse 7:1-3. Somente os que tiverem o selo de Deus na fronte poderão ser salvos Naquele Dia.

A VISÃO DO APOCALIPSE 7:1-3. 1 "E DEPOIS destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,
Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus". "Os quatro anjos" simbolizam a proteção de Deus dispensada à terra através do ministério dos anjos celestiais. "Os quatro ventos" significam as guerras nos quatro cantos da terra. "Os quatro Cantos da terra" são os pontos cardeais Norte, Sul, Leste e Oeste. o "Outro Anjo que subia do nascente do sol" representam os mensageiros de Deus pregando o evangelho ao mundo o evangelho eterno (Mt. 24:14; Mt. 28:18-20; Mc. 16:15; I Pe. 1:12). Esse anjo tem em sua mão o selo do Deus vivo para selar os servos do SENHOR.

O SELO DE DEUS: Na Bíblia o selo representa a lei de Deus(Isa. 8:16; Sl. 37:30, 31; Prov. 7:1-3; Jer. 31:33//Heb. 10:15-16; 8:10), e o sábado é destacado como o selo(Exo. 31:13, 17; Eze. 20:12, 20) por trazer as três características básicas de um selo isto é: Nome do Governante, o seu cargo e a extensão do seu domínio (Êxo. 20:8-11). Lembrete: Não adianta guardar o sábado e transgredir outros mandamentos da lei da liberdade(Tg.2:10-12). Toda a lei deve ser escrita na tábua do coração (Prov. 7:3). Os dez mandamentos escritos em Êxodo 20 e repetidos em Deuteronomio 5 foram dados depois de uma declarão de liberdade, "Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão". Antes do SENHOR Deus dar os Seus dez mandamentos Se Auto Intitula o Libertador do seu povo. A idéia é que primeiro vem a libertação depois a lei. A lei é para um povo livre. Todos que recebem a Jesus como Salvador e Senhor tem prazer na lei de Deus (Rom. 7:22) que é santa justa e boa (Rom. 7:12) assim como o Seu Legislador. Quando Jesus voltar à terra com poder e grande glória (Mat. 24:30) será confrontado por um grupo de religiosos "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?" (Mat. 7:22) e Ele responderá: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (7:23). Pois o Seu conselho hoje é: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus". (Mat. 7:21).

A MARCA DA BESTA de APOCALIPSE 13:16-18: E.G.W. diz: “O característico especial da Besta, e, portanto, de sua imagem, é a violação dos mandamentos de Deus” (G.C. 446). O profeta Daniel profetizou que a besta faria esse atentado à lei de Deus (Dan. 7:25). Ela continua dizendo “Unicamente mudando a lei de Deus poderia o papado exaltar-se acima de Deus; quem quer que conscientemente guarde a lei assim modificada, estará a prestar suprema honra ao poder pelo qual se efetuou a mudança. Tal ato de obediência às leis papais seria um sinal de vassalagem ao Papa em lugar de Deus” (G.C.446). “O papado tentou mudar a lei de Deus. O Segundo mandamento, que proíbe o culto às imagens, foi omitido da lei, e o quarto foi mudado de molde a autorizar a observância do primeiro dia em vez do sétimo, como sábado… A mudança no quarto mandamento cumpre exatamente a profecia”. (de Dan. 7:25 e 13:16,17). “Os católicos romanos reconhecem que a mudança do sábado foi feita pela sua igreja, e declaram que os protestantes, observando o domingo, estão reconhecendo o poder desta” (G.C. 447-448). “Como sinal da autoridade da Igreja Católica, os escritores romanistas citam ‘o próprio ato da mudança do sábado para o domingo, que os protestantes admitem;… porque, guardando o domingo, reconhecem o poder da igreja para ordenar dias Santos e impor sua observância sob pena de incorrer em pecado’” (G.C. 448). “À medida que ganha terreno o movimento em favor do repouso dominical obrigatório, eles se regozijam, na certeza de que, por fim, todo o mundo protestante será reunido sob a bandeira de Roma” (G.C. 448). “A imposição da guarda do domingo por parte das igrejas protestantes é uma obrigatoriedade do culto ao Papa – à Besta” (G.C. 448).

QUANDO SERÃO AS PESSOAS MARCADAS PELO SINAL DA BESTA?: “Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem. Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinais de sua supremacia aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma - "o sinal da besta". E somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber "o sinal da besta" (G.C. 449). “No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes - os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal” (G.C. 445). Quando o domingo for lançado universalmente pela Besta de dois chifres parecendo cordeiro, mas falando como dragão (EUA) de Apoc. 13:11. Esse ato dos EUA será em homenagem a Besta do mar de Apoc. 13:1 (Sistema Católico Papal). Essa marca será colocada na fronte de todos os moradores da terra que não tiverem o selo de Deus. “A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca…” (13:16). Os que aceitarem a marca da Besta receberão as 7 pragas (cap. 16) e perderão a vida eterna quando Jesus voltar. (14:9-11; 15:2).

CONCLUSÃO: “O profeta de Patmos contempla "os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número de seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés,... E o cântico do Cordeiro" (Apoc. 15:2 e 3. G.C. 450). O Profeta João viu em visão os verdadeiros mensageiros do evangelho eterno pregando para o mundo inteiro, nesse momento de controversia (Apoc. 14:6-11) e constatou: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. Apoc. 14:12. Depois desse momento de evangelização mundial João viu o seu amado Senhor voltando à terra para buscar o Seu povo (Apoc. 14:14-16). Quão maravilhoso será esse dia! dia de liberdade total, de felicidade plena e vida eternal. Eu sonho com esse dia e você?

Pr. Cirilo Gonçalves da Silva – Evangelista da União Centro Oeste Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia - sede Brasilia DF.