sábado, 5 de novembro de 2011

EZEQUIEL: AVALIAÇÃO E APRECIAÇÃO DO COMENTÁRIO

APRECIAÇÃO

Livro: Revelação Messiânica no Velho Testamento
Autor: Gerard Van Groningen
Comentário: Ezequiel 665 a 717

Gerard Van Groningen é conhecido no Brasil principalmente nos meios de tradição reformada por ter ministrado cursos de pós-graduação entre 1982 e 1986 no Centro de Pós Graduação Andrew Júpiter (Seminário José Manuel da Conceição, São Paulo). Nos Estados unidos Gerard Van Groningen, já atuou em importantes escolas teológicas como o Reformed Theological Seminary e o Covenant Theological Seminary. Ele escreve nas áreas de Teologia Bíblica, reunindo sua larga experiência missionária, pastoral e acadêmica. Revelação Messiânica no Velho Testamento foi o primeiro livro de Gerard Van Groningen traduzido para o português e abriu o caminho para outros que estão em processo de tradução. Um graduado da Calvin College and Seminary, ele detém um mestrado em teologia de Westminster Seminary e Ph. D. da Universidade de Melbourne.

O Dr. Gerard Van Groningen propôs-se comentar o livro do profeta Ezequiel para descobrir a sua essência messiânica. Isto é, onde no livro o profeta Ezequiel fala do Messias. Claro que o autor não comenta capítulo por capítulo e muito menos versículo por versículo, mas passeia por todo o livro. Às vezes ele é profundo e detalhado, às vezes ligeiro em algumas considerações e apresenta seu livro com um tom professoral.

Groningen inicia seu comentário falando do período exílico que pode ser visto de vários ângulos. Para Israel (o reino do norte), ele começou em 722 a.C. Para o povo de Judá (o reino do sul), ele ocorreu em três estágios. 1) Com a Ascenção de Babilônia ao poder, 2) A rebelião do rei Joaquim em 597 e 3) quando Jerusalém e o templo foram destruídos.

Em seguida o autor fala das condições do exílio. Daniel, por exemplo, viveu na corte real; Ezequiel viveu num campo de refugiados, numa área rural às margens dos rios Tigre e Eufrates. A situação do povo também variava muito. Alguns viviam em Judá e Jerusalém sob o governo de Babilônia.

Depois o escritor fala de quatro propósitos do exílio: 1) O povo do pacto estava sendo punido por causa de sua desobediência, 2) o exílio aconteceu para cumprir a lei mosaica em seu contexto pactual, 3) o povo do pacto deveria compreender que o Yahwéh é o único Deus e 4) o exílio serviu para demonstrar que Yahwéh não estava interessado na nos aspectos físicos consequenciais do pacto e sim como uma lição objetiva para a era do novo testamento.

Groningen é um estudante minucioso, gramatical, exegético e teológico. Tem olho atento ao texto bíblico. Descreve Ezequiel como sacerdote, profeta e filho do homem e, portanto, um tipo de Cristo. Seu comentário passeia em cima da ideia pactual iniciada no Éden e encontrando auge em Cristo.

Na parte exegética de algumas passagens selecionadas, especialmente o capítulo 1, Groningen é enfático em afirmar que nos versículos 24 a 28 aparecem os conceitos de realeza, divinitude em aparência de carne e a inter-relação entre o divino e o humano são integrais ao conceito messiânico.

Embora Revelação Messiânica no Velho Testamento seja um comentário raso, é elucidativo e me fez bem. Ampliou-me os conhecimentos e abriu janelas importantes para pesquisas individuais do livro de Ezequiel.
RECOMENDO ESSE LIVRO.

Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Evangelista
Twitter: @prcirilo

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