O Concílio de Nicéia reuniu-se em ração ao ensino de Ário. Ário era um Presbítero de Alexandria. Ário cria que o Pai é maior que o Filho que por sua vez é maior que o Espírito Santo. Ele não cria numa hierarquia de seres divinos, mas em um monoteísmo radical dizendo que apenas o Pai é Deus. Para Ário, o Filho é através de quem o Pai criou o universo, mas ele é apenas uma criatura feita do nada, não Deus. Como uma criatura ele não é eterno, mas teve um começo. "Houve um momento quando ele não era". Esses foram os pontos do debate no Concílio de Nicéia identificado pelo próprio Ário:
- O Filho teve um começo
- O Filho foi feito do nada
Veja o documento chamado CREDO DE NICÉIA:
Nós cremos em um Deus, o Pai todo poderoso, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
E em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai, isto é, da substância do Pai. Ele é Deus de Deus, luz de luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não criado, de substância (homoousios) com o Pai. Por ele todas as coisas foram feitas, as coisas no céu e sobre a terra. Por nós homens e para a nossa salvação ele desceu, foi feito carne e tornou-se homem. Ele sofreu, ressuscitou ao terceiro dia e ascendeu aos céus. Ele virá novamente para julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo.
Mas a santa igreja católica apostólica excomunga (amaldiçoa) aqueles que dizem: "Houve um tempo quando ele não existia" e "ele foi feito do nada" e aqueles que afirmam que ele é de algum ser ou outra substância senão a do Pai ou que é mutável ou passível de mudança.
Mais tarde o Concílio de Nicéia foi considerado como o primeiro dos concílios gerais ou ecumênicos. Mas não alcansou tal favor em sua época. Longe de terminar o debate sobre a deidade de Jesus Cristo, Nicéia o inaugurou.
Em Nicéia Ário foi condenado pelo uso da palavra homoousios em particular. Nicéia dividiu a igreja em dois grupos principais:
- O partido niceno estava convencido quanto a plena deidade de Jesus Cristo
- Os arianos continuaram com a ideia da não deidade de Jesus Cristo.
O debate do quarto século sobre a pessoa de Jesus Cristo pode parecer remoto para nós hoje, especialmente por causa dos termos não-familiares usados. Às vezes pode parecer como um argumento filosófico obscuro. Mas o ponto em questão é fundamental e central à fé cristã. Jesus Cristo é meramente uma criatura enviada por Deus, ou Ele é a revelação do próprio Deus?
A deidade de Jesus Cristo é o fundamento de toda fé cristã verdadeira. Sem ela não há verdadeira revelação de Deus em Jesus e a doutrina cristã da salvação é prejudicada. Ário levantou um dos assuntos mais importantes na história da teologia e os pais antigos foram corretos ao afirmar a plena deidade de Jesus Cristo claramente em oposição a ele.
Pr. Cirilo Gonçalves da Silva
Mestre em Teologia e Adventista
Twitter: @prcirilo
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